95 º capítulo 🎈

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🐾 Russo narrando
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Havia pedido desculpas para a Catarina de ter a tratado mal por mensagem, até que ela levou numa boa. Tentei até tirar uma casquinha dela, mas nem deu. Porra é difícil olhar sem poder ter né? Depois que a raiva passa, parece que o amor volta até mais violento.
A tarde ali estava favorável, o Imperador apareceu com uma cara nada boa. Fui até ele e o parei.
Russo: Qual foi parceiro?
Imperador: Manu.
Russo: Verdade né, cadê ela?
Imperador: Mandei pra casa.
Russo: Porra e o pai dela?
Imperador: O pai dela sabe bem o espermatozoide que colocou no mundo ne bebê. –Ele riu debochado e eu ri.
Russo: Caralho mano tu é foda.
Imperador: Foda eu sou mesmo, estava dando uns beijos na Fran e a Manu atrapalhou.
Russo: Porra, chama a Fran pra matar mais da saudade.
Imperador: Deixa ela quietinha, não vou abusar muito. Quero a conquistar cada vez mais sabe? Aos poucos.
Russo: Ta certo parceiro.

Imperador: Cadê a bebida desse carai? –Ele riu.
Russo: Bora. –Fomos até onde o meu pai e os amigos dele estavam, já nos juntamos na roda ali pra beber.
Vigarista: Não pagaram nada e já vão consumir?
Russo: Sabe como é né? Fomos convidados.
JR: Convidado também paga.
Imperador: Vim na sua aba coroa. –Ele riu.
PH: Deixa esses moleques.
Russo: Homem formado, que isso pai, assim me detona.
Pezão: Você já nasceu detonado, foi mal ai.
Russo: Isso mesmo, me menospreza.
Imperador: Vem cá que eu cuido de você.
Vigarista: Estou te estranhando. –Ele fez careta
JR: Não é meu filho.
Imperador: Vocês que são inocentes demais, Russo é Russinha de madrugada.
Russo: Vai se foder seu trouxa. Eu sou muito macho. –Dei um soquinho nele que riu.
A tarde ali foi favorável pra caralho, não tinha nada melhor do que beber pra caralho com gente boa. Gastei muito o Imperador que não tirava os olhos da Fran um segundo sequer.
Ao chegar a minha casa, tomei um banho, troquei de roupa e fui marcar um dez na rua. Logo mais haveria baile lá no morro. Fui descendo no sapatinho no morro, falando com todo mundo, ajeitei meu boné e quando olhei para o lado vi a patricinha do baile ontem. Ela não estava com uma cara nada boa e parecia ter chorado, eu poderia mil vezes seguir andando, mas queria saber qual era da mina. Sou ogro, mas odeio ver mulher chorando. Me aproximei na humildade e coloquei uma mão no bolso.
Russo: E ai mina, qual foi dessa tua cara de choro ai?
Ana Luísa: Não quero conversar, me deixa quieta. –Ela sentou no meio fio e olhou para o lado. Sentei ao lado dela-. Não quero ninguém sentado perto de mim.
Russo: Ai ta ligado, você dá sorte que eu sou muito bonzinho, se fosse qualquer um já teria dado uns chutes na tua cara pra deixar de ser marrenta onde não é a tua área.
Ana Luísa: Você só não me bate porque é afilhado da dona Bárbara e ela é uma segunda mãe para mim.
Russo: Acha mesmo que eu não tenho coragem? –Ri debochado-. Assuntos da tropa a madrinha já deixou de se envolver faz tempo. –Ela levantou do chão, parou na minha frente na maior pose, cruzou os braços e me fitou com um pouco de raiva.
Ana Luísa: Beleza, to aqui de pé. Se você é o piruzão de ouro, o bandido alfa, você me mata aqui mesmo na frente de todo mundo. –Eu não me aguentei, olhei para o lado e comecei a rir. Em seguida, olhei pra ela.
Russo: Ai garota, tua sorte é que tu é toda branquinha, bonitinha pra carai, parece até de porcelana. Seria uma pena estragar esse rostinho de princesa que tu tem. –Levantei da calçada e estávamos próximos demais. Ri de lado e alisei minha arma na cintura. Ela deu um passo para trás e aquela pose toda dela era só armadura, porque certeza que naquele cu dela não passava uma agulha.
Ana Luísa: Estou indo embora.

Russo: Fala onde que tu mora.
Ana Luísa: Nem pensar.
Russo: Se não falar eu descubro sozinho.
Ana Luísa: Não quero saber de você me seguindo.
Russo: Não preciso seguir patricinha como tu, mina do asfalto sobe aqui direto para dar pra patrão.
Ana Luísa: Você é bem mais simpático quando as pessoas falam de você.
Russo: Ouviu falar de mim aonde?
Ana Luísa: Eu trabalho aqui, ouço muitas coisas.
Russo: E fala muito também.
Ana Luísa: Eu?
Russo: Não minha vó.
Ana Luísa: Deve ser ela. –Ela deu de ombros.
Russo: Ow! Respeita.
Ana Luísa: Você não me respeita.
Russo: Só vim ver como que você estava ignorante.
Ana Luísa: Estou ótima, pode seguir seu rumo.
Russo: Quer saber? Eu vou seguir meu rumo mesmo, pirralha do caralho e cuidado pra não fazer marra com o cara errado ein? A tropa atropela sem dó. –Ri debochado e segui andando até o barzinho. Pedi um litrão e um prato de petisco.
Enquanto comia e bebia minha cerveja, olhei para o céu que parecia que ia chover. Porra mas nada vai estragar minha noite, foda é que no outro morro o baile é na rua né, ai quebra tudo. Mas não seja por isso, marco até com uma tretinha, só não quero que a minha noite passe em branco.
Terminei de beber, paguei a conta e quando sai do bar estava começando a pingar forte. Apertei o passo pra não pegar chuva, mas não adiantou em nada, a chuva caiu com toda força.
No caminho de volta, topei com a patricinha se encolhendo debaixo de um barraco que estava chovendo mais dentro do que fora.
Russo: Tu não ia pra tua casa? –Gritei parado no meio da rua.
Ana Luísa: Não tem ninguém na minha casa.
Russo: Quer ficar na casinha do cachorro lá em casa? –Debochei e ela fechou a cara-. É brincadeira, nem tenho cachorro. –Ri.
Ana Luísa: É sério.
Russo: Bora logo antes que o bagulho fique tenso, essa chuva não vai trazer coisa boa não. –Ela ficou olhando para um lado para o outro igual uma besta-. Anda porra... Ih tchau. –Sai andando, chovendo pra caralho e a mina ainda iria ficar pensando na morte da bezerra? Tenho saco não. Mas logo ouvi passos atrás de mim, quando olhei era ela.
Ana Luísa: Sua casa é longe daqui. –Ela estava com os cabelos encharcados e grudados na pele.
Russo: Claro que não mina. –Peguei no cotovelo dela, entrei em um beco que ia sair na rua da minha casa. Bem rapidinho logo chegamos, pelo trajeto ela não abriu a boca e eu também não queria a ouvir falar.

Ao chegarmos, abri o portão e ela entrou. Em seguida fechei e fomos para debaixo da varanda enquanto eu abri a porta.
Russo: Entra. –Ela passou pela porta, eu passei em seguida e fechei com o pé.
Ana Luísa: Ótimo, está sem sinal. –Ela disse olhando seu celular.
Russo: Quer ligar pra quem? Você não disse que seus pais não estão?
Ana Luísa: Pra alguma amiga, alguém, sei lá.
Russo: No dia que te vi na ONG, você estava bem mais simpática. –Assim que terminei de falar, fui andando até o meu quarto, peguei uma roupa seca e fui para o banheiro. Tomei um banho só pra tirar esse cheiro de chuva que eu fiquei, me sequei, coloquei a minha roupa seca e levei a molhada para a área de serviço.
Voltei para a sala e a Ana estava sentada no chão olhando para o nada.
Russo: Quer tomar um banho?
Ana Luísa: Não tenho roupa.
Russo: Eu tenho umas ai da minha ex.
Ana Luísa: Não estou a fim de apanhar dentro do morro, essas meninas são loucas.
Russo: Ih relaxa, Catarina é firmeza. –Ri sentando no sofá.
Ana Luísa: Eu conheço bem a Catarina e dela todo mundo tem medo.
Russo: É pegar ou largar.
Ana Luísa: Vou pegar né. –Ela deu de ombros e levantou do chão. Fomos até o corredor, entrei no meu quarto, peguei uma roupa pra ela junto com uma cueca minha e a levei até o banheiro. A deixei tomando banho e fui deitar no sofá-. AAAH EU NÃO ACREDITO! –A ouvi gritar minutos depois.
Russo: O QUE FOI?
Ana Luísa: A luz acabou.
Russo: Chora bebê. –Dei risada ainda de olhos fechados e assim fiquei.
Mais tarde, a Ana chegou à sala trazendo um cheirinho gostoso. Abri os olhos e a olhei que estava sentada no sofá ao lado.
Russo: A água fria estava gostosa?
Ana Luísa: Estava sim, não ligo pra água fria.
Russo: E por que gritou?
Ana Luísa: Como eu vou embora sem luz?
Russo: Dorme ai.
Ana Luísa: Até parece.
Russo: Tem outro quarto ai, sem maldade mina.
Ana Luísa: Não é esse o problema. –Ela respirou fundo.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora