132 º capítulo 🌼

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Franciellen narrando
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A briga com o Imperador ainda rodeava minha mente enquanto eu subia as escadarias do morro sem direção. Eu sentia a dor do meu cabelo sendo puxado, da forma agressiva como ele me ergueu com facilidade. O olhar de ódio dele jamais sairia da minha mente. Meu coração não batia de medo e sim de pavor. Eu me senti um pedaço de lixo nas mãos dele. E com uma ou duas palavras todos os meses juntos foi jogado no ralo.
Thami: Fran, me espera... – Ela falou logo atrás de mim.
Fran: Thami, me deixa sozinha. – Respondi sem olhar para trás e continuei a andar.
Thami: Amiga, eu sei que você não está bem. Eu só quero te dar um apoio.
Fran: Thami será que, por favor? – Virei olhando para ela e assim que encontrei os olhos dela eu fraquejei. Senti meus olhos se umedecerem de lágrimas e um nó se formou na minha garganta.
Thami: Fran... – Ela subiu um degrau e me abraçou – Você sabe que eu estou aqui não sabe?
Fran: Ele... – Disse ofegante pelo choro compulsivo – Ele acabou com a gente.
Thami: Não diz isso, Fran.
Fran: Faltou um segundo... Apenas um segundo... E ele teria batido... – Eu contei tudo pra ela chorando e os soluços só aumentavam. Não diminui e nem aumentei nada.
Thami: Que nojo do Imperador. É meu primo, mas que nojo que eu to dele.
Fran: Eu vou a casa dele pegar minhas coisas.
Thami: Não vai nada, deixa isso pra depois. Vamos pra minha casa.
Xxx: Que bagunça é essa aqui? – Olhamos pra cima de onde vinha a voz e era o Liminha. Ele desfez o sorriso no rosto ao olhar pra mim – Eita, por que você ta chorando?
Thami: Não se mete nisso, amor.
Liminha: Oxe nega, fiquei preocupado. – Eu não tinha nem voz pra falar com ele. Apenas fiquei com a cabeça baixa.
Thami: Eu sei que sim e depois a gente conversa. Vamos Fran. – Ela deu um selinho nele, pegou na minha mão e pegamos um caminho pra casa dela.
No percurso que fizemos eu não quis conversar e ela entendeu isso. Assim que chegamos a casa da Thami, eu fui para o banheiro lavar meu rosto. E ao me olhar através do espelho, me vi quebrando a promessa que havia feito para mim de nunca mais chorar, de nunca mais me deixar cair por alguma pessoa. Eu imaginava que esse momento algum dia poderia chegar, mas nunca pensei que fosse ser o Imperador que iria me destruir por dentro.

A noite logo chegou e eu estava deitada na cama, a Thami não saiu do meu lado nem mesmo quando o som do baile rolando estourava nas nossas cabeças.
Thami: Eu tenho certeza que o Imperador está arrependido do que fez.
Fran: Arrependido pode estar, mas isso não muda nada. – Disse já sem chorar, eu estava seca por dentro.
Thami: Mesmo Fran?
Fran: Eu não sou a minha mãe ok? Eu não vou ser humilhada por homem nenhum. – Levantei da cama dela – Thami, por favor, né? Não tem desculpa para o que ele fez. Mil pessoas podem dizer que eu estou sendo exagerada ou não. E por mim que se foda. Você acha mesmo que meu padrasto começou a bater na minha mãe do nada? Acha que ela já o conheceu com ele batendo nela? Ele era bom pra gente, ou ao menos, bom para ela. Mas começou com uma cena de ciúmes ali, pegar no braço com força, a proibindo de usar certas roupas, usar maquiagem forte. Logo minha mãe era aquilo que ele queria e ela sempre o perdoando. Ele bebia, ficava agressivo e até que um dia ele bateu com a cara dela na parede, tanto, mas tanto que a parede ficou manchada de sangue e EU tive que limpar. Eu era uma criança e isso nunca vai sair da minha cabeça. O Imperador não é o Fábio, disso eu sei. Quem bate esquece, Thami. Mas quem apanha e quem ver alguém que você ama ser violentada até ficar desacordada lembra para sempre. – A Thami não teve palavras para me responder, eu peguei meu celular em cima da cômoda e sai da casa dela. Eu precisava de ar puro, precisa esclarecer meus pensamentos e ficar jogada nas minhas lágrimas remoendo a droga desse dia não iria me fazer bem.
Caminhando pelo morro acabei topando com o Russo. Eu não queria ver ninguém que tivesse algum vínculo comigo. Não queria conversar. Só queria ficar sozinha.
Russo: Ei, Fran. – Ele segurou de leve no meu braço quando eu já ia passando por ele sem falar.
Fran: Diz. – Permaneci olhando para o chão.
Russo: Olha pra mim. – Ele segurou no meu queixo tentando levantar meu rosto, mas o impedi que o fizesse.
Fran: Eu preciso ir ok?
Russo: Você quer conversar?
Fran: Quero ficar sozinha.
Russo: Olha, eu sei que você está mal pra caralho, que você já passou por uma barra sua vida todo, mas o Imperador te ama pra caralho e eu sei lá o que se passou na cabeça doida dele. Eu nunca vi meu mano doido numa mulher como ele é doido por tu.
Fran: Russo, eu não quero saber disso ok? Eu quero só ficar numa boa.
Russo: Eu só quero me certificar de que você vai ficar bem.
Fran: Eu vou ficar.
Russo: Quer que eu passe a noite contigo?
Fran: Quero não nego, vai para o baile. – Dei um beijo no rosto dele e sai andando. Ele estava todo arrumado então eu entendi que ele estivesse indo curtir o baile.
A menção do João na briga de mais cedo me fez lembrar-se dos momentos com ele. De como ele sempre me ajudou em tudo, me fez feliz e me deu apoio. E logo depois de sua morte o Imperador foi meu alicerce, foi quem me ajudou e muito. Ele me deu tudo e mais um pouco.
E quando percebi estava sentada no meio fio em frente a porta da casa de alguém olhando para o céu pensando no que faria da minha vida de agora em diante. De como seria meu amanhã.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora