Franciellen narrando
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Eu pedi que um dos meninos do Imperador me avisasse assim que ele saísse do morro ou não estivesse em casa. E assim que recebi o comunicado avisando que ele tinha saído eu fui a casa dele para pegar minhas coisas. Eu ainda tinha as chaves da casa e assim que entrei só de sentir o cheirinho fez meu coração se partir em mil pedaços. Eu tinha que ser forte, se não iria acabar caindo no choro aqui mesmo. Cada canto que eu passava ou olhava na minha mente vinha uma cena minha e do Imperador. Ao olhar para a cozinha lembrei de uma vez em que estava vestindo sua camisa, ele chegou por trás me abraçando, beijou meu rosto e sussurrou que me amava. Eu respirei fundo e segui meu caminho para o quarto dele. Abri as duas malas de rodinhas em cima da cama dele. O quarto tinha o nosso cheiro, o nosso toque. Olhei para a porta do guarda roupa quebrada e sabia que o Imperador havia descontado sua raiva nela. Sentei na cama com o coração despedaçado, me sentindo frágil, por não ter sido capaz de evitar que a nossa relação tivesse se desmoronado em questão de segundos.
Não sei quanto tempo fiquei olhando o cômodo e lembrando-se de nós dois. Só fui me dar conta quando lágrimas já rolavam pelo meu rosto e um nó se formava na minha garganta. Despedaçada, eu comecei a tirar minhas roupas do guarda roupa dele e colocar nas malas. Por um momento eu cheguei a acreditar em felizes para sempre, cheguei a imaginar o nosso futuro juntos, alguns filhos correndo pela casa e nós dois sentados no sofá rindo de tudo isso.
Assim que fechei as duas malas, o vazio no meu peito era enorme. Desci a escada com as duas malas, tomando um pouco de cuidado e então ouvi o barulho da porta fechar. E no meio da escada eu o vi. Ele não tinha mais a felicidade estampada no seu rosto e eu me senti nua quando ele percorreu o olhar pelo meu corpo. Eu não conseguia parar de olhar pra ele. Meu coração e minha razão brigavam violentamente entre ir embora sem falar nada, mantendo meu orgulho e minha dignidade intactos, contra a vontade de se jogar nos braços dele e fazer amor ali no chão da sala mesmo. Eu desfiz o nosso olhar com medo de cair no choro na frente dele e ceder.
Fran: Não precisa se preocupar, eu já peguei tudo. – Terminei de descer a escada e passei por ele. Por um tempo eu desejei muito que ele viesse atrás de mim, segurasse na minha mão como ele sempre fez e dissesse mais uma vez como eu completo a vida dele. E ele não fez nada disso, apenas ficou ali parado enquanto eu ia embora.
Imperador: Franciellen! – Eu estava na metade do caminho quando o ouvi me gritar. Suspirei parando e olhei para trás – Espera, por favor. – Ele correu na minha direção e foi diminuindo assim que se aproximou. Eu parecia menor ainda de frente pra ele. Nossos olhos se encontraram e então ele começou a falar – Eu...
Fran: Você? – Sustentei o olhar.
Imperador: Eu quero te pedir um favor.
Fran: Você acha mesmo que está em posição para me pedir alguma coisa? – Ri sarcástica. E ao perceber que isso havia o ferido me doeu mais ainda o coração. Ambos estávamos feridos, eu sabia disso. Eu conhecia o olhar do meu Bruno.
Imperador: Olha... Eu sei que não ok? Mas eu não posso te proteger muito bem fora do morro e eu não quero tu caia fora daqui.
Fran: Você fala como se eu tivesse muitas opções não é. – Rolei os olhos – Se te serve de consolo por enquanto eu não vou sair do morro porque eu não tenho para onde ir. Sem condições de me enfiar na casa de algum parente. – Dei as costas voltando a andar.
Imperador: Fran... – Ele segurou de leve acima do meu cotovelo. E só o seu toque fez meu corpo ficar todo arrepiado.
Fran: O que mais você quer ein? Eu já disse que não vou sair da droga desse morro. – Eu não conseguia controlar a droga da minha boca e a cada palavra que saia era como se tivesse dando socos nele.
Imperador: Porra cara... – Ele abaixou a cabeça e depois voltar a me olhar – Eu amo você, tu é a mulher da minha vida, não tem nada nesse mundo que eu não queira além de você. Eu sei que não mereço teu perdão, não mereço nem sequer teu tempo, o que eu fiz contigo – Ele desceu sua mão até meu pulso que ainda estava roxo, ele olhou por um tempo para eles e um pingo caiu na minha mão. Então eu percebi que era lágrima dele. Eu nunca havia o visto chorar, ele nunca desmoronou dessa forma na minha frente. Ele sempre foi um bloco de pedra que suportaria ventos, furacões e tudo mais demorando anos para ser mudado – eu só quero que você seja feliz, que você encontre um homem de bem que seja teu fechamento, que vocês tenham um futuro tlg? Essa vida que eu levo não da futuro pra ninguém não, eu não sou capaz de dar futuro para uma mulher como você. E que apesar de tudo, tudo mesmo, Fran. Você sempre será minha menina, minha vida, meu mundo e meu tudo. Desculpa estar falando tudo isso agora, eu só não quero que você se vá sem que eu diga nada. – Ele levantou a sua cabeça e nossos olhos se encontraram. Meu peito estava apertado e meus olhos marejados. Eu estava fazendo de tudo para não chorar ali na frente dele, porque eu sabia se eu começasse, eu não pararia nem tão cedo.
Fran: Agora eu posso te pedir um favor?
Imperador: Claro que pode. – Eu soltei o puxado de uma das malas e me aproximei dele. Minha mão foi parar no rosto dele e passando o polegar por suas bochechas eu sequei as lágrimas dele.
Fran: Toma cuidado, por favor. Seja por qual caminho você andar, eu só quero que você tome cuidado. Você é uma boa pessoa, tem muito para evoluir e conquistar grandes coisas. Se lembra que ninguém é perfeito, mas devemos buscar melhorar todos os dias. Você fez por mim o que ninguém nunca havia feito, você me segurou quando eu estava pronta para cair em vários momentos. Eu tive a oportunidade de crescer ao seu lado, de melhorar em alguns pontos. Ambos vamos encontrar pessoas de bem, vamos formar as nossas famílias. Você vai ter uma filha, não é lindo? Sei que você sempre quis ter uma filha. Você vai ser o herói dela. Eu te desejo tudo de bom, tudo mesmo. Eu preciso ir agora ok?
Imperador: Tá certo, vai lá neguinha.
Fran: Tudo bem, nego. – Ele piscou pra mim e saiu andando de volta pra sua casa. Eu o assisti fazer isso até que tomei coragem de voltar para a casa da Thami. E assim que entrei e fechei a porta, fui escorregando até cair no chão encostada a porta. Eu estava quebrada para sempre, não tinha jeito.
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2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !
AdventurePrimeira TEMPORADA NAS MINHAS OBRAS. - 20 anos se passaram após o nascimento de Bruno e Catarina. ㅤ ㅤ ㅤ ㅤNotas 〰 Créditos Total da Escritora Mabelle ❤ 〰 Essa web é repostada então ela, já está pronta, não fiquem triste caso aconteça algo que vcs...