146 º capítulo 🌼 |

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Eu acordei em completo desespero por não saber onde estava e qual horário deveria ser. E ao abrir os olhos, as grades, as cordas prendendo meu pulso e tornozelo, me fizeram gritar tão alto que parecia que minhas cordas vocais iriam explodir.
Fran: ME TIRA DAQUI CARALHO! – Eu tentava me soltar, porém a corda estava presa a parede e cada vez que eu forçava, mas a minha pele se feria. A visão que tinha do lado de fora era de uma parede mofada apenas e não havia nenhuma janela – EU VOU MATAR QUEM ME COLOCOU AQUI.
Xxx: Calma docinho, você logo irá sair daqui. – Aquela voz... O som dos passos aumentaram a medida que a pessoa se aproximava da sela que haviam me colocado. E ao olhar para a pessoa, o nojo que senti na noite do aniversário de 20 anos do Imperador e da Catarina retornou. Mas esse nojo não era de mim e sim do Thierry. O seu olhar doentio estava bem mais acentuado, sua barba estava feita e seu cabelo precisava de corte ou ele estava preferindo deixar assim – Oi bebê, como está?
Fran: Não me chama assim, seu nojento. ME TIRA DAQUI! – Explodi.
Thierry: Você fica tão linda nervosinha desse jeito. – Ele sentou no chão do outro lado da grade e eu mirei uma cusparada bem no meio da sua cara e a acertando – Sua vagabunda. – Ele desfez o sorriso limpando seu rosto e se levantou – Eu vou fazer você desejar a morte sua putinhazinha e o Imperador vai entregar a porra daquele morro para mim. E vou o matar todos na sua frente, um por um bem na sua frente.
Fran: Não. – Chorei tentando me soltar cada vez mais força dali.
Thierry: Não? – Ele gargalhou – Eu adorei te ouvir dizer não enquanto eu fodia essa sua buceta gostosa, seria muito gostoso repetir a dose.
Fran: Você não vai tocar em mim novamente.
Thierry: Eu te tenho nas minhas mão, Franciellen, eu tenho tudo o que eu quero. TUDO.
Fran: O Imperador vai pegar você.
Thierry: O Imperador? – Ele riu – Imperador não fez nada todo esse tempo. Heitor e Tota bem ali debaixo do nariz sujo dele e Imperador não fez absolutamente NADA. – A cara de deboche do Thierry era o que me feria. E após me esculhambar com palavras, ele me deixou ali jogada feito um animal. Eu estava morrendo de fome e as lágrimas quentes rolavam pelo meu rosto enquanto eu rezava baixinho para que eu e o meu filho saíssemos vivos dessa. Minhas mãos estavam presas a parede e nem levá-las até minha barriga eu podia. Eu gritava e implorava para alguém me tirar daqui, torcendo para que talvez alguém curioso passasse por perto e me ouvisse gritar.
Em algum horário que eu desconhecia, a comida chegou, não era lá essas coisas. Um homem abriu a porta do cativeiro e uma mulher de não mais 50 anos toda suja entrou. Suas mãos ossudas e trêmulas traziam um prato de plástico com arroz e feijão. Ela se ajoelhou a minha frente.
Fran: Qual seu nome? – Ela negou com a cabeça – Por favor me tira daqui.
Homem: CALA A BOCA, VADIA. – A voz grossa dele me fez tremer e eu me calei. A mulher deu a comida na boca e o gesto era humilhante para nós duas. A comida era sem sal, mas eu tinha que comer, estava com tanta fome. E se eu não saísse viva dessa, eu queria que meu filho saísse. Após comer, a mulher saiu, o cativeiro foi trancado e ela se foi com o homem. Nisso as luzes foi apagada. Eu me recolhi ao canto, com medo do que poderia acontecer comigo a qualquer momento. Meu pulsos e tornozelos estavam já em carne viva por tentar me soltar dali. E a cada segundo que passava parecia um eternidade, o meu coração doía pensando no Imperador, nos meus amigos, na família que criei e na minha mãe. Se eu morresse, o que seria da minha mãe? O Fábio a humilhou tanto que agora se reerguer era uma tarefa difícil para ela e se não fosse eu, nem comendo ela estaria.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora