74 º capítulo ❄

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Catarina narrando
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Na minha mente um filme ruim se passava. Eu não queria que ninguém viesse atrás de mim. Eu fiz a merda de colocar o Guilherme na minha vida e ninguém deveria pagar pelos meus erros. Dentro de uma cela imunda, acorrentada pelos pés e pelas mãos como um animal. Guilherme ria, debochava e apontava uma arma para mim.
Catarina: Isso tudo... É por que terminei? Gui... Me desculpa, eu não posso brincar com seus sentimentos. –Disse com dificuldade sentindo o sangue escorrer pela lateral da minha boca. Eu não conseguia nem sentar. Com certeza a minha perna estava fraturada. Ao lutar com o Guilherme, ele me arremessou e assim que cai no chão fui espancada com uma pá. Minha cabeça latejava e mil coisas se passavam por ela. A saúde do meu bebê, saber que as pessoas estavam atrás de mim e de que o Guilherme tiraria a minha vida.
Guilherme: Você acha mesmo que eu gostava de você, Catarina? –Ele riu com uma cara doentia, cruzou os braços e me encarou sorrindo-. Você não faz ideia não é mesmo sua mimadinha do caralho? Não faz ideia do que é viver sem pai e sem mãe. –Ele utilizou uma voz mansa comigo e do nada alterou parecendo monstruoso. Me encolhi cada vez mais, sentindo meu corpo inteiro latejar de dor-. SUA FAMÍLIA TIROU TUDO O QUE EU TINHA. E EU VOU TIRAR TUDO O QUE VOCÊS TEM, CAUSAR DOR, RAIVA. EU VOU DESTRUIR VOCÊS.
Catarina: Por quê? –Chorei perguntando sentindo uma dor aguda na barriga e na lombar. Grunhi de dor e respirando fundo olhei para o Guilherme.
Guilherme: Seus pais nunca contaram para você o que eles fizeram no passado não é? Nunca disseram que por conta deles eu cresci em uma DROGA DE ORFANATO. Seu pai ao fugir da prisão com a ajuda da piranha da sua mãe, matou meu pai. Esses filhos da puta agora vão... –Um estrondo que pareceu ter vindo da frente da casa retiniu e isso interrompeu a fala do Guilherme-. Espera aqui vagabunda, já volto pra poder acabar com a sua raça.
Catarina: ALGUÉM ME TIRA DAQUI! SOCORRO! –Gritei o mais alto que pude, o Guilherme da porta, virou e atirou 3 vezes contra mim. Eu protegi minha cabeça rapidamente, o primeiro tiro pegou na parede, o segundo na cela, porém o terceiro não tive sorte e acabou atingindo o braço que estava em volta da minha cabeça.
Guilherme: Vê se isso agora vai te deixar quieta, piranha. –Eu já havia tomado um tiro antes, mas nada comparado ao que estava acontecendo agora. Eu me revirei sentindo dor, meu corpo inteiro clamava por socorro. As lágrimas caiam quentes pelo meu rosto misturando-se com o suor. A dor que eu sentia aumentava cada vez mais. Ouvi gritos, sons graves, barulho de tiro e isso aumentava meu desespero. Ouvi a voz do Imperador me gritar e meu coração se apertou de medo por ele.
Imperador: CATARINA! CATARINA ONDE VOCÊ ESTÁ? CATARINA CARALHO! –Ele gritava cada vez mais perto de onde eu estava.
Catarina: IR...MÃO! IRM...ÃO! EU ES...TOU AQUI. –Minha voz falhava. Então eu ouvi um grito agudo do Imperador seguido de um tiro-. IMPERADOR! IMPERADOR!

Guilherme: SEU FILHO DA... –Antes que ele terminasse de falar algo, uma arma foi disparada dez vezes. A cada tiro eu tremia. O meu desespero se aumentou, não sabia de quem era o tiro. A bala alojada no meu braço queimava na minha pele. A porta do quarto onde eu estava presa dentro da cela foi arrombada com uma pesada e eu pude ver a imagem do Russo entrando por ela. Mas eu já estava perdendo os sentidos, meus olhos estavam se fechando e a minha boca estava seca com o gosto de sangue.
Russo: Catarina... Catarina pelo amor de Deus fica comigo... Não faz isso comigo, minha mulher, não faz pelo amor deu Deus... –Então o mundo para mim era apenas escuridão.
Quando acordei estava dentro de um hospital com a sensação de "será que eu estou viva ou esse é o hospital do inferno"? Olhei para o teto branco, pisquei algumas vezes e eu me sentia tão grogue.
Russo: Madrinha ela está acordando... –Senti pegarem na minha mão e a pessoa tremia.
Babi: Minha filha, minha princesinha. –Os rostos vermelhos e cheios de lágrimas do Russo e da minha mãe entraram no meu campo de visão. Eu não conseguia mover os ombros.
Catarina: Mãe... Eu tô viva ou isso é um sonho? –Disse com a voz embargada, sentindo dificuldade para respirar.
Babi: Você está viva meu amor, graças a Deus. –Ela alisou meu rosto e beijou minha testa-. Você foi livrada, meu amor, seu irmão e o Russo fizeram de tudo por você.
Catarina: Russo... –Olhei pra ele e vê-lo chorar apertou o meu peito. Eu nunca havia o visto chorar, na verdade desconfiava se ele era dotado de lágrimas. Ele segurou na minha mão firme, encostou os lábios nele e suas lágrimas molharam meus dedos. Olhei para a minha mãe já com lágrimas nos olhos-. Mamãe, como está o meu bebê?
Babi: Filha... –Ela olhou para o teto, passou a mão pelo rosto e o silêncio dela já disse tudo.
Russo: Eu fui um idiota com você, Catarina. Se eu não tivesse ido pra cima de você naquele dia, se eu não tivesse te tratado como qualquer uma o final de semana inteiro, se eu tivesse ido ao médico com você...
Babi: Meu amor não chora. –Minha mãe o abraçou com firmeza-. Não é culpa sua, não é culpa de ninguém. Não acordamos todo dia esperando que uma coisa dessas aconteça meu amor.
Catarina: Se tem alguém aqui que deve desculpas esse alguém sou. E cadê o Imperador?
Babi: Está com seu pai, eles estão doidos para ver você. Todo mundo, aliás.
Catarina: Sim... Diz que... Eu estou com saudades... –O sono foi chegando novamente e eu acabei cedendo a ele.
Não sei o quanto passei adormecida, porém acordei sentindo um pouco menos de dor. Olhei para a janela ao lado e vi que estava escuro. Olhei para o outro lado e vi minha mãe sentada numa poltrona olhando para mim.
Catarina: Dormi muito?
Babi: São os remédios. –Ela pegou na minha mão e fez carinho dando-me força. Minha mãe ficou ali me dando força, conversando comigo até que eu deixei que ela dormisse. Eu também acabei dormindo muito. Eu me sentia em dívida com a minha família e com o Russo. Se não são eles, não sei o que seria de mim.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora