152° capitulo

2.2K 194 16
                                    

ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ 18 anos depois — Carolina Narrando
Não fazia muito tempo que eu havia me formado no colégio, o que me machucou foi que meu pai não pode comparecer a minha formatura. E isso me preocupou muito, já que ele mesmo morando no Rio de Janeiro sempre dava um jeito para vir aqui em Minas para me ver e me acompanhar. Eu era louca, doida de pedra, para ver ele e a minha mãe juntos novamente. Eu não aguentava vê-los de conversas aleatórias e trocando olhares sempre que saímos juntos. Minha mãe sempre me respondia "É complicado, um dia você vai entender" e meu pai dizia "Sua mãe está bem melhor sem mim". E eles nunca me diziam mais nada, minha mãe nunca me contou porque eles se separaram. E a minha vó, a rainha da pamonha, ficava em silêncio quando eu a questionava sobre meus pais. Sempre fui louca para conhecer o Rio de Janeiro, mas minha mãe nem sequer tocava no assunto de me deixar passar as férias com meu pai, dizia que ele trabalhava muito. Mas agora que eu já tenho 18 anos, não vejo porque não visitá-lo.
Eu posso me virar muito bem sozinha pela manhã e tarde, enquanto de noite eu fico com ele. Mas não, Carolinda deveria ficar quietinha e presa na chatice indomável da minha casa.
Estava deitada no sofá da minha casa mexendo no celular quando uma notificação do Messenger apareceu. Abri a conversa e achei muito estranha, eu não conhecia essa garota.

— Início da Conversa —
Gabriela Cabral: Quem é você?
Carolina Marinho: Eu que pergunto quem é você, garota.
Gabriela Cabral: Eu vi uma foto sua no celular do meu pai e se tem vagabunda ciscando no meu território não vai ficar assim não meu bem.
Carolina Marinho: Seu pai? Amor, quem gosta de velho é asilo, dá licença.
Gabriela Cabral: Velho é o cacete sua piranha interesseira. Para de se fazer de cínica, eu encontrei um monte de foto sua e dessa mulher que você posta foto direto junto no Facebook.
Carolina Marinho: Não mete minha mãe nisso. Oh mina para de fazer a doida, eu não sei nem quem é seu pai e não faço ideia porque ele tem foto minha e da minha mãe. Você deve ter se confundido.
Gabriela Cabral: Vai falar que essa não é você e a mulher das fotos?

Gabriela Cabral: Vai falar que essa não é você e a mulher das fotos?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Carolina Marinho: Onde você conseguiu isso? Gabriela Cabral: E por que você tem fotos com meu pai? Agora eu sou a louca?Carolina Marinho: Você ficou louca? Esse é o meu pai!Gabriela Cabral: Seu pai? Kkkkkkkkkkkkkk Você não está é bem garota

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Carolina Marinho: Onde você conseguiu isso?
Gabriela Cabral: E por que você tem fotos com meu pai? Agora eu sou a louca?
Carolina Marinho: Você ficou louca? Esse é o meu pai!
Gabriela Cabral: Seu pai? Kkkkkkkkkkkkkk Você não está é bem garota.
Carolina Marinho: De onde você é menina?
Gabriela Cabral: É da sua conta?
Carolina Marinho: Então vai se fuder.
— Fim da Conversa —

Essa garota além de idiota era dissimulada. Eu fiquei encasquetada com aquela conversa, aceitei essa tal de Gabriela no Facebook e dei aquela stalkeada modo ninja no perfil dela todo. Achei o Twitter dela e dei outra stalkeada básica. A mina era toda favelada, toda famosinha, metida a Maria Fuzil e o que me deixou incomodada mesmo é ela morar em uma favela do RJ. Certeza que essa porra estava de trote pra cima de mim. De repente ela começou a me ligar através do Messenger e eu atendi.
— Início da Ligação —
Gabriela: Fala alguma coisa, garota.
Carolina: Você que me ligou, você que tem que falar.
Gabriela: Oh demente, eu estou ligando porque eu quero esclarecer umas coisas contigo.
Carolina: Que coisas?
Gabriela: Eu estou na casa da minha tia e eu fiz umas perguntas pra ela.
Carolina: E daí?
Gabriela: E ela me disse que você é filha do meu pai.
Carolina: Eu não tenho uma irmã.
Gabriela: O que você sabe a respeito do seu pai então garota?
Carolina: Muitas coisas que não são da sua conta.
Gabriela: Escuta Carolina, eu não sei em qual merda meu pai está se metendo, mas tem muita coisa ai que ninguém está nos contando. Porque minha tia desconversou total quando eu mostrei as fotos que encontrei sua e da sua mãe na gaveta do meu pai.
Carolina: Então é por isso que minha mãe nunca me deixa ir para o RJ ficar com meu pai? É por que ele tem família ai?
Gabriela: Qual nome que ele deu para você?
Carolina: Bruno.
Gabriela: Imperador?
Carolina: Que?
Gabriela: Bruno, Imperador. Filho do JR e da Bárbara, irmã da Catarina. Carolina, você ao menos conhece a família do seu pai?
Carolina: Não.
Gabriela: Meu pai é chefe da boca.
Carolina: Então estamos falando da pessoa errada, meu pai trabalha em uma concessionária.
Gabriela: Trabalho é uma coisa que meu paizinho não conhece, da licença. Claro que ele mentiu pra você junto com sua mãe. É óbvio que todos estão mentindo pra nós duas durante todos esses anos. Sabe por quê? Porque meu pai some na maioria dos finais de semana, alguns feriados prolongados ele não fica em casa. Ou ele vai ficar com você ou ele vai comer mulher.
Carolina: Ele vem me visitar...
Gabriela: Eu perguntei para a minha tia qual é o nome da mulher das fotos e ela me disse que era Franciellen, esse não é nome da sua mãe?
Carolina: É.
Gabriela: Sempre que eu pergunto porque meu pai não arruma mulher nenhuma, tipo fiel saca, ele mete um 71 e desconversa. Ele quando vai para ai ele fica com a sua mãe?
Carolina: Não, eles apenas conversam.
Gabriela: Sobre?
Carolina: Sobre mim, sobre o dia a dia, coisa boba. Em geral ele só fica comigo.
Gabriela: Olha eu odeio nego mentiroso, eu posso ir até MG conhecer você?
Carolina: A gente conversa sobre isso depois, minha mãe chegou do trabalho.
— Fim da Ligação —

Fran: Oi meu amor, falando com quem?
Carolina: Com a Débora, ela me chamou pra passar o final de semana na casa dela.
Fran: Seria bom você ir, seu pai não vem essa semana.
Carolina: Por quê?
Fran: Muito trabalho. – Ela deu de ombros e foi para a cozinha. Eu fui atrás dela.
Carolina: Meu pai trabalho tanto né?
Fran: Ah sim, filha.
Carolina: Por que a gente não mora no RJ?
Fran: Não gosto de morar lá.
Carolina: A senhora morava onde mãe? Tipo quando conheceu meu pai? – Sentei em um banco e tentei perguntar tranquilamente.
Fran: Por que a pergunta? – Ela riu guardando o que havia comprado nos armários.
Carolina: Você nunca fala como conheceu meu pai e eu sei lá, queria tanto saber. Eu vejo como vocês dois se olham sempre que ele vem aqui. Você ainda gosta dele né?
Fran: Carol, nada a ver esse assunto agora né? – Ela riu.
Carolina: Tudo a ver, mãe.
Fran: Filha, eu não gosto desse assunto ok?
Carolina: Por que não? É o meu pai, eu tenho direito de saber.
Fran: Único direito que você tem é de passar na faculdade e nada mais.
Carolina: Ih que saco. – Levantei do banco e fui para o meu quarto. Sentei na cama e mandei mensagem para a Gabriela no Messenger. Se minha mãe não iria me contar nada, eu iria descobrir sozinha. Eu não conseguia ver perigo na Gabriela e se desse merda seria bem feito para a minha mãe e para o meu pai por terem me mantido no escuro todo esse tempo.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora