19º capítulo 🌼

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Franciellen narrando ...

Eu estava sentindo meu corpo sujo, violado, com a sensação de que a minha alma a qualquer momento me abandonaria. E o Bruno estava lá, ele é um completo imbecil e eu não queria ficar perto dele. Não queria homem algum encostando a mão em mim ou falando comigo, mas ele permaneceu ali mesmo com cara de cansado teimoso que só ele consegue ser.
Bruno: Qual é o nome dele? –Ele perguntou com os olhos fervendo de tanta raiva e levantou.
Fran: Por favor, deixa isso pra lá.
Bruno: Por favor, nada, olha o que aconteceu com você? Como eu posso manter isso em segredo?
Fran: Não vai mudar em nada você fazer algo. –Voltei a deitar e ele parou do lado da cama com os braços cruzados.
Bruno: Então você gosta? Gosta de ser abusada? –Ele falou com tamanha grosseria que eu me senti esbofeteada.
Fran: Sai daqui Bruno.
Bruno: Não, eu quero o nome do cara.
Fran: Bruno me deixa. –Tentei secar as lágrimas, mas era em vão, eu chorava chegando até soluçar.
Bruno: Que droga. –Ele saiu puto do quarto e bateu a porta atrás dele.
Ouvi vozes no corredor, mas não parei pra ficar ouvindo nada, me encolhi na cama e fiquei ali.
Eu acabei pegando no sono, quando eu acordei sentindo alguém fazendo carinho em mim. Estava tão bom o carinho, que eu acabei ficando por ali um bom tempo até ter coragem de abrir os olhos.
Fran: Oi... –Olhei para o lado e vi a mãe do Bruno ali, ela quem me fazia carinho.
Babi: Como você está?
Fran: Melhor... Que horas são?
Babi: Já está tarde, você dormiu o dia inteiro. Pelo menos sua febre passou.
Fran: Obrigado tia, por cuidar de mim.
Babi: Fui à casa da sua mãe, parece que seu padrasto disse que ela não estava e que ele não queria saber de você. –Droga, por que ela precisava ter ido lá?
Fran: Ah sim.
Babi: O que eles fizeram com você Fran?
Fran: Não fizeram nada.
Babi: Eu conheço bastantes pessoas, procurei saber de você.
Fran: A senhora não podia poxa.
Babi: Fran, conversa comigo, eu prometo que o meu filho não vai te encher o saco. Isso vai ser somente nós duas ok? Quero cuidar de você Fran, te ajudar, você era uma princesinha quando eu te conheci e agora é uma mulher. Eu realmente estou preocupada com você, com esses hematomas no seu corpo, com seu estado de saúde. Eu sou mãe, Fran, meu instinto materno falou alto demais quando eu olhei pra você.

Fran: Tia é complicado, eu não quero falar sobre isso agora, pode ser?
Babi: Claro meu amor, a hora que você quiser. Eu fiz um bolo de cenoura com calda de chocolate maravilhoso pra você, vamos lá comer antes que o JR chegue da rua com o Imperador?
Fran: Vamos. –Abri um sorrisinho e levantamos da cama. Ela segurou na minha mão e fez carinho no peito dela. Olhei pra ela e me senti tão bem, como nunca havia me sentido antes.
Descemos às escadas e vi que havia algumas malas pela sala.
Babi: A Thami e a Catarina estão preocupadas com você, elas estão dormindo, Imperador fez com que elas voltassem pra casa. –Apenas assenti e ela me levou para a cozinha.
Fran: Não queria ter estragado a festa.
Babi: Você não estragou nada, eu nem queria que essa festa acontecesse, eu sabia que ia acontecer alguma coisa. Imperador e Catarina me escutam? Não me escutam. O pai deles me escuta? Escuta, mas se faz de surdo.
Fran: A festa estava incrível.
Babi: E cheia de gente que não presta.
Fran: Ah... Isso o mundo está cheio né. -E ela concordou. A Babi partiu um pedaço imenso de bolo para mim e me deu com um copo de suco. Sentei-me à mesa e comecei a comer, estava faminta.
Babi: Você ainda estuda?
Fran: Estudo, estou no último ano.
Babi: E faz algum curso sei lá?
Fran: Eu trabalho, ajudo minha tia com alguns salgadinhos para festa e também sou manicure, se quiser to aê.
Babi: Ui adoro. –Ela riu.
Bruno: Mãe, viu o Russo por ai? –Ele entrou sem camisa na cozinha e parou do meu lado.
Babi: Não vi, ele deve ter ido pra casa dele dormir também né?
Bruno: Deve ter ido mesmo. Franciellen quero conversar com você.
Babi: Deixa a menina acabar de comer, Bruno.
Bruno: Estou te esperando lá fora. –Ele olhou para mim e eu assenti.
Babi: Grosso toda vida. –Ela rolou os olhos.
Fran: Já acostumei com a grosseria dele.
Babi: Pensei que fossem amigos.
Fran: Jamais. Ele não me suporta e eu menos a ele.
Babi: Nossa... –Ela se assustou com o que eu disse.
Fran: Desculpa, você é mãe dele e deveria saber o quanto é difícil lidar com ele. –Ela riu.
Babi: Difícil é pouco viu. –Ela rolou os olhos.

Depois de terminar de comer meu bolo, a Babi disse para que eu fosse até o Imperador. Fui até a rua e ele estava encostado no seu carro conversando com a Manu.
Pelo visto a conversa não estava sendo nenhum pouco boa só pela cara dos dois. Resolvi então voltar, mas antes que eu entrasse ouvi gracinha.
Manu: Oh garota, volta aqui que eu quero falar com você. –Eu olhei pra trás e ela veio a minha direção-. Qual é a tua ein? Dando em cima do meu homem? Perdeu a noção do perigo? Não tem medo de ficar careca não tua cachorra? –O rosto dela estava vermelho e ela estava brava de uma forma que eu nunca havia visto.
Fran: Isso é comigo? –Arqueei uma das sobrancelhas-. Porque se for meu amor, está passando vergonha. –Dei as costas pra ela e voltei para a casa.
Babi: Ué? Já conversaram? –Ela me olhou quando eu entrei.
Fran: A namoradinha dele está dando um show lá na rua.
Babi: Senta ai Fran. –Sentei no sofá de braços cruzados-. Que namoradinha dele? –Ela riu.
Fran: Manu. Veja bem se eu vou perder meu tempo com o inútil do Bruno.
Babi: Você esquece que está falando do meu filho. –Ela riu e eu tive que rir também.
Fran: Me desculpa, mas é que ele me tira do sério.
Babi: Ele tira todo mundo do sério.
De repente a porta se abriu e o Bruno entrou puto em casa.
Imperador: Bora Franciellen.
Fran: Que? Pra onde?
Imperador: Anda, bora, quero falar com você.
Babi: Fala direito com a garota, Bruno. Quer falar grosso você fala com aquelas putas da rua, com ela e dentro da minha casa você fala feito homem. Quer agir feito moleque irritadinho você faz isso na rua. –Segurei a risada. Ela quebrou a moral dele todinha, já não tinha né tadinho?
Imperador: Porra mãe... –Ele estava todo xoxo.
Babi: Estou falando sério com você.
Imperador: Vamos Franciellen? Eu preciso conversar com você. Será que a senhorita poderia me dar a honra de ir comigo? –Ele falou com a voz macia e todo galante.
Babi: Isso ai mesmo, palhaço. –Eu levantei do sofá e fui com ele para a rua. Soltei a risada que eu estava segurando.
Imperador: Ta rindo de que palhaça?

Fran: Homem burro velho, 20 anos nas costas e ainda tem que tomar esporro da mãezinha.
Imperador: Pode falar o quanto você quiser. –Ele cruzou os braços e rolou os olhos.
Fran: Eu vou pra casa da Thami, já abusei muito da ajuda de vocês. E para não parecer que eu sou uma pessoa ingrata, muito obrigado Bruno. Obrigado por ter sido homem pelo menos uma vez na vida comigo.
Imperador: Eu nunca fui homem com você? Por acaso tenho xereca? –Ele olhou puto e rolou os olhos. Dei risada.
Fran: Se você tem xereca eu não sei, mas nem agir como se tivesse você age. Muito moleque.
Imperador: Não brinca comigo Fran? Perdeu a noção do perigo? –Ele me puxou pelo braço e um flash do meu padrasto me agredindo passou pela minha cabeça. Meu coração se acelerou, me soltei dele com a respiração ofegante e me encostei no carro-. Desculpa... –Ele tentou encostar em mim e eu me afastei. Uma moto buzinou na minha direção e na mesma hora o Imperador me puxou para ele. Fazendo com o que meu corpo ficasse colado ao dele.
Imperador: Toma cuidado. Eu sempre vou ter que ficar te salvando?
Fran: Me deixa Bruno, eu preciso ir embora.
Imperador: Pra onde Franciellen?
Fran: Pra casa da Thami.
Imperador: Thami está no vigésimo sono, passei lá pra chamá-la e nem me atendeu.
Fran: Eu preciso de um banho.
Imperador: Precisa mesmo, está fedorenta.
Fran: Vai se fuder, seu babaca. –Dei um pisão com força no pé dele e sai entrando na casa dele. Ele veio atrás de mim e me puxou-. Pois você pare de me pegar pelo braço que eu não sou tuas piranhas. –Dei outro pisão no pé dele e ele urrou de dor.
Imperador: Sua cachorra. –Eu dei risada-. Eu quero falar com você. –Ele ficou se contorcendo ali enquanto eu ria.
Fran: Fala com a minha mão. –Dei de costas e entrei na casa.
Babi: Vocês dois brigam demais viu, vai dar namoro. –Ela riu.
Fran: Nossa nada a ver. –Olhei ficando super sem graça.
Imperador: Oh mãe essa porca precisa de um banho.
Babi: BRUNO. –Ela o repreendeu com o olhar.
Fran: Cansei de você Bruno.
Imperador: Eu que cansei de você garota.
Catarina: MEU DEUS, CALEM A BOCA, TODA HORA EU OUÇO A VOZ DE VOCÊS DOIS BRIGANDO. PORRA PUTA QUE PARIU. CÊ NÃO TEM CASA NÃO BRUNO? METE O PÉ PORRA. VAI FICAR CACAREJANDO EM OUTRO QUINTAL CARALHO. –Ela gritou do segundo andar. Olhei para o Bruno e caímos na risada.
Babi: Meu Deus do céu, eu carreguei dois de uma vez só durante nove meses. Parecia que eles brigavam dentro de mim de tanto chute que tomava. Para nenhum deles me puxar? Eu não mereço isso.
O pai da Catarina e do Bruno entrou na casa. Ele estava com duas armas na cintura e com uma cara feia.
Imperador: Que foi pai?
JR: Nada não. –Ele deu um meio sorriso para mim e subiu as escadas. A Babi suspirou e foi atrás dele.
Imperador: Vai tomar banho Franciellen. –Rolei os olhos, mandei dedo para ele. Então ele me levou até o quarto, peguei uma roupa e ele me mostrou o banheiro.

2º TEMP - Todo vilão, tem sua donzela !Onde histórias criam vida. Descubra agora