Capítulo 38

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DANKAN

As palavras me atingiram com a agressividade e força de um demolidor.

Infelizmente, existe a possibilidade dela estar grávida daquele filho da puta do Sidney, simplesmente porque ele foi o único a se meter dentro dela.

Mas também existe a possibilidade de ser meu. Anos atrás eu fiz um tratamento porque Soraia disse que queria ter filhos comigo.

Ela me encheu tanto o saco que eu fui obrigado a fazer o bendito tratamento de varicocele.

Fiz e aparentemente deu tudo certo. Me lembro de ter ficado muito feliz por saber que deu tudo certo no tratamento e eu poderia me tornar um pai.

Correndo para contar a Soraia sobre o sucesso do procedimento todo, encontro-a na porra do meu escritório sendo comida por um qualquer.

Até hoje ela não sabe que me tornei um homem capaz de produzir espermatozoides no sêmen. Mas eu adoraria ver a cara dela quando ouvisse isso.

- Não pode dizer isso sem ter conclusões plausíveis! - Afirmo para meu pai.

- Eu posso! Como não? - Diz. - Você mesmo disse que era incapaz de engravidar uma mulher!

- Até o término de meu tratamento e finalização positiva do mesmo, sim eu era incapaz. - Digo.

- Então o filho pode ser seu? - Vejo uma ponta de esperança e gratidão nos olhos de minha mulher.

Algo cortante e de certa forma massacrante pois, sem um laudo médico, é impossível e até cruel da minha parte criar ilusões de que esse filho possa ser meu. Ainda mais sobre Maia.

- Tem essa possibilidade também... - Digo.

- E se não for? - Seu tom de voz me corta.

- Se não for você será uma mãe estuprada e solteira! - Ri papai cruelmente.

- Sai daqui! - Ordeno.

- Meu filho, não se iluda! Com tudo o que aconteceu no Brooklin, é bem mais provável que esse filho seja de Sidney do que seu! - Caminha até a porta. - Estou de saída agora, vejo vocês depois e pensam no que eu falei.

Como eu odeio ele. Essa porra de empresa é dele. Essa porra de vida que eu tenho é culpa dele. Toda a merda que aconteceu na minha vida é culpa dele.

Olho para Maia e sua expressão é de dor e sofrimento. Como se já não bastasse o fardo de ter sido estuprada, ainda é obrigada a carregar o peso de não saber de quem é o filho que carrega.

Não sei como reagir, mas independente do que aconteça daqui pra frente, minha única certeza é que não deixarei essa mulher sozinha.

Me aproximo sentando-me m beirada da cama. Pego uma de suas mãos e acaricio.

- O que... Eu faço? - Sussurra.

- Você não vai fazer nada sozinha. - Digo segurando firme sua mão.

- Se essa criança não for sua, o que eu vou fazer? - Pergunta desesperada.

Meu coração não está se aguentando de tanta dor. Não consigo ver ela deste jeito. Sofrendo, confusa e duvidosa.

O que eu devo fazer?

Porra! Por que eu estou deste jeito? Eu sempre fui a porra de um homem que sabe decidir as coisas! Por que não estou conseguindo agora?

- ME FALA, DANKAN! - Grita me tirando do transe.

- Vai continuar comigo e na minha vida! Eu não vou te deixar sozinha! Jamais eu faria isso. - Começa a chorar. - Não precisa chorar, só confie em mim! Por favor...

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora