Capítulo 52

27 2 0
                                    

LORENA

Deniel diz que eu cai de paraquedas na vida dele. Mas eu sei muito bem que esse doido veio atrás de mim.

Oi, eu sou a Lorena. Mas o Deniel já deve ter falado um pouco de mim.

Pra ninguém ficar confuso eu vou explicar.

O Deniel e eu estamos nos conhecendo. Ficando juntos por um tempo, mas eu já estou esperando ele me pedir em namoro. Ou talvez eu peça. Vamos ver.

Quando nos conhecemos o Deniel falava comigo como se já me conhecesse a muito tempo. E eu, óbvio, achava estranho. Mas no fundo eu gostei. Foi diferente de todos os outros rapazes que tentaram insistentemente exibir seu charme pensando que apenas a beleza pode fazer alguém se apaixonar. ERRADO!

Quando ele veio até mim, sabia das minhas artes, dos meus quadros, telas e das anatomias que eu pintava e deixava expostas. Sabia mais de mim do que eu havia publicado no Facebook.

Mas eu sou vida louca e não dei importância pro galã que sabia demais sobre minha pessoa e continuei conversando com ele.

É aquela coisa, nós saímos, bebemos, comemos bastante e a risada nunca faltava. Risadas e sorrisos por todos os lados. Todas as vezes que saímos juntos, Deniel arrancou de mim os melhores risos, aqueles de doer a barriga e as bochechas de tanto rir.

Mais o menos uns quatro meses depois eu apresentei ele para os meus pais apenas como amigo. Era o que ele era na época.

Meus pais adoraram ele. Meu pai que sempre foi duro na queda, caiu quando Deniel começou a conversar com ele por livre e espontânea vontade.

A mamãe então vivia me perguntando se estávamos namorando, ou se eu gostava dele, ou se ele já tinha tentado me beijar e blá blá blá. Aquela coisa de mãe.

Foram tempos muito gostosos, mas, como nem tudo são flores, minha mãe me ligou desesperada falando da morte de meu pai a uns três meses atrás. Meu chão caiu.

Meu pai era um cara maravilhoso e super protetor. Eu sempre me senti muito segura na presença dele. Receber a notícia de que meu Porto Seguro havia partido de nossas vidas foi algo destruidor. A morte é algo que te muda muito. Ou pra melhor, ou pra pior.

Mas eu não me deixei abater por muito tempo com a notícia. Continuei pintando e expondo minhas obras. Continuei com tudo. Mas não por mim e sim por meu pai que sempre amou minhas obras e se enchia de orgulho ao vê-las.

O tempo foi passando e a rotina foi voltando ao "normal". O vazio que meu pai deixou vai continuar por tempo indeterminado. Mas a vida precisa continuar.

Então, eu comecei a criar coisas que tinham haver com o sentimento da perda. Vendeu mais do que mais arco-íris com formas de rosto.

Ganhei bastante e aluguei junto de Deniel um apartamento. Ele disse que iríamos para lá nos finais de semana para ficarmos juntos e termos privacidade.

E como vocês puderam perceber, estamos indo embora juntos. Não sei ao certo como está nossa relação na cabeça dele, mas eu quero tentar algo novo num lugar novo. E ele está me proporcionando isso.

Voltando agora para a verdadeira casa de Deniel, me sinto um pouco apreensiva com. Ele diz que o irmão dele é sério e bem bravo. E que a casa é primeiro dele e depois de Deniel.

É como eu disse, vamos ver no que dá.

Andando pelo corredor do aeroporto e, levando somente minha malinha de mão, porque o Deniel não me deixou carregar uma, sinto um frio na barriga. Nunca voei de avião na minha vida. Essa é a primeira vez e eu nem posso ficar um pouco histérica pra não parecer uma louca da cabeça.

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora