Capítulo 44

61 6 0
                                    

DANKAN

Não!
Eu não pude e nem iria conseguir esperar que os dois saíssem do cantinho da conversa e olhassem pra minha cara.

Eu não conseguia pensar, não estava raciocinando direito. A única coisa que me passava na mente era em meter uma faca no olho do Deniel e levar Maia pra bem longe de tudo e de todos. Essa era a minha vontade.

Quando me toquei que meu pensamento, se colocado em prática, só iria fuder com minha vida, foi que eu acordei de verdade. Eu precisei sair dali. Precisei ir pra bem longe de tudo e de todos.

Não foi de meu agrado nem um pouco deixar Maia e Deniel sozinhos naquela casa. Mas foi preciso, ou eu iria ferrar não só a minha vida, mas a vida da Maia e do nosso filho.

O filho é meu sim! Não importa desde quando ou como, nem por quais meios. Essa criança é minha mesmo não sendo.

A última coisa que eu quero é ver meu filho com uma mãe adotiva porque seu pai surtou e matou o tio, enfiou a mãe num hospício e o mesmo está numa prisão.

Por esse motivo eu saí. De cabeça quente a gente só faz merda.

Um conselho?
Cala a porra da boca e vai esfriar a cabeça sozinho. É o melhor que você faz.

E foi o que eu fiz. Dirigi para longe. Fui para o centro e parei num bar.

Enchi a cara?
Eu não sou louco! Estava dirigindo, como iria beber?
Eu apenas fiquei sentado olhando para o copo com vodka em minha frente. Por horas eu fiquei ali, olhando pra ele.

Cheguei na casa de Maia já era muito tarde e nem vi a hora que sai do bar e fui para casa. Sei apenas que fui.

Me deitei em minha cama. Sem sapatos. Sem calça. Sem camisa. Quase tirei a cueca também, mas por prevenção eu fiquei com ela.

Coloquei meu celular no criado-mudo, respirei fundo e pensei em tudo. Pensei no que havia pensado e também no que não pensei.

Eu teria estragado minha vida, meu legado, meus planos, minha imagem e minha empresa se eu tivesse colocado em prática o que pensei em fazer.

Bom, agora é 5:55. O sol está se preparando para nascer. Eu não dormi e pelo jeito não vou dormir tão cedo. Preciso conversar com a Maia. Quero ouvir o que ela tem pra me dizer e também preciso me desculpar pelas palavras.

Eu ando fazendo muita besteira, mas não queria ter errado com ela.

Me levanto e vou em direção ao banheiro. Tomo um banho para tentar relaxar e em seguida desço para tomar café usando apenas um roupão.

Como torrada com geleia de uva e um copo de café bem quente.

7h00. O sol já nasceu e está a todo vapor por aqui. Subo para meu quarto e coloco uma roupa decente. Uma bermuda jeans e uma camisa despojada regata azul marinho. Calço meus sapatos escuros e desço novamente. Pego as chaves do carro e caminho para fora de casa. Abro a porta do carro.

- Seu Dankan? - Uma empregada me grita. - Seu telefone está tocando! - Diz da porta e se apressa em descer para me entregar o aparelho.

- Não corra, eu vou até você. Muito obrigado. - Agradeço pegando o aparelho e voltando para o carro. Entro e dirijo até a entrada da casa. Meu telefone toca e é da empresa que estão me ligando.

Paro o carro e deixo em ponto morto. Atendo o celular.

- Fala.

- Chefe, o senhor precisa vir para empresa neste momento. - Diz a voz que bem conheço.

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora