Capítulo 56

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DENIEL

Quando eu ouvi os disparos, me desesperei.

Eu não sabia se havia sido em mim ou em meu irmão, não sabia se havia sido em Maia ou no Adan.

Minhas pernas pararam de funcionar e não me mantiveram de pé. Cai sem reação no chão e, por consequência Dankan também.

Ouço bem distante a voz da Maia dizendo algo. Uma sombra se sobrepõe em minha cabeça e me forço a olhar.

Há uma mulher parada na porta segurando uma arma prata, ela sussurra algo que não consigo identificar, mas, vê-la me deu certeza de que nenhum inocente foi atingido.

O silêncio reina neste momento, nenhum som, nenhum choro, nenhum lamento. Absolutamente nada.

Adan vem até nós e nos desamarra. Nos ajuda a levantar e eu me sento na cama.

Maia está abraçada com a mulher da porta e as duas choram muito.

O cara que estava mantendo-nos presos aqui, está morto.

Dankan as observa sem entender nada.

- É a mãe dela. - Adan nos diz.

Neste momento tudo fica claro. Bom, quase tudo.

- Ela que atirou nele? - Pergunto.

- Sim, ela sempre foi uma heroína. - Adan fala com serenidade e tranquilidade no olhar.

- E voce acha isso normal? - Questiono.

O semblante dele se fecha e ele me olha mais sério do que o normal.

- Ela viveu um inferno nas mãos dele. As duas, alias. Mas não só elas, outras mulheres também porque depois que elas escaparam, ele começou a usar meninas muito menores do que a Maia era para satisfazer as vontades dele, então ele merece estar onde está e qualquer uma delas duas deveriam ter feito isso por elas mesmas! - Finaliza me encarando.

- Estou dizendo isso porque, o mais certo, seria ele pagar na cadeia por isso.

- Deniel, ele já foi preso outras vezes, e  até mesmo por outros traficantes e estava vivo. Voce acha que a lei ia mante-lo preso? - Me olha duvidoso.

- Voce tem razão.

Maia vem até nós ao lado de sua mãe. Aparentemente muito feliz, pois, seus olhos estão vermelhos e ainda a rastros de lágrimas pelo seu rosto.

- Mamãe, esse é o Deniel. - Me aponta e sorri. - E este é o Dankan. - Olha para meu irmão com cara de apaixonada.

A senhora, que me parece muito gentil, sorri abertamente. Um sorriso que transcende felicidade, tranquilidade.

- Muito obrigada a todos voces por terem cuidado da minha menininha por todo esse tempo. Quero conhecer voces melhor. E quero recuperar o tempo que nos foi roubado, minha filha. - Ela diz.

- É claro, minha mãe.

- Dankan, tudo bem? - Pergunto ao meu irmão, que esta calado a muito tempo.

Ele me olha, olha em volta e sai sem dizer uma palavra a ninguém.

- Dankan, amor? - Maia vai atrás.



MAIA

Dankan saiu do quarto calado e com um ar austero.

- Olha, Maia, eu preciso ir. Não me peça pra ficar. - Diz num tom de suplica.

- Mas por que voce já vai?

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora