Capítulo 50

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DANKAN

Chegando na cela onde ela está ficando, vejo a coisa mais estranha que já vi na vida.

Soraia estava segurando uma foto na altura dos olhos e se masturbava com a mão livre. Sussurrava meu nome baixo então eu logo deduzi que a foto era minha.

- Cara, você namorou com ela? - O policial pergunta enojado.

- Por mais louco que isso possa parecer, eu quase me casei com ela. - Digo tentando achar o dia em que fiquei cego.

- Você tem cinco minutos. - Diz ele saindo.

Entro na cela com os olhos fixos e muito atentos na cena que estou presenciando.

- Soraia!

Ela para de se masturbar instantaneamente e levanta os olhos para mim devagar. Olha nos meus olhos e sorri doentia.

- Dankan... - Ela geme meu nome. - Você me sentiu não foi? Você sentiu que eu precisava te sentir? - Se levanta largando a minha foto e segurando meus braços.

- Me larga! - A empurro para longe.

- Você veio me sentir, não veio? - Pergunta desesperada. Se deita no chão e abre as pernas. - Me coma, vem!

Aperto os olhos tentando afastar de perto a cena e a loucura de Soraia.

- Dankan, anda vem me comer. Mata a vontade que eu e você estamos sentindo! - Exclama se tocando.

- Soraia, eu jamais transaria com você novamente na minha vida toda. Nem que você fosse a última mulher do mundo!

Nesse momento ela muda totalmente de expressão. Tanto, que não consigo decifrar qual seja ela.

- O que você veio fazer aqui então? - Pergunta com voz de sofrimento.

- Tirar minhas próprias conclusões sobre o atropelamento de Maia! - Digo e ela me olha no mesmo instante.

Pisca algumas vezes sem dizer nada e então começa a rir igual uma louca.

- Você acha que foi eu? - Ri alto.

- Eu tenho provas de que foi você. - Neste momento seu riso cessa e ela me olha.

- Como?

- Placa do carro, foto e vídeo das ruas seguintes a da atropelamento.

- Não, não, não, não, não. - Repete desesperada. - Eu posso te explicar.

- Vai me explicar o que? Que você tentou matar a minha mulher?! Que você não aceita que perdeu?! - Começo a me exaltar.

- Não, não, não, Dankan! - Vem até mim. - Eu posso te explicar o que realmente aconteceu!

- Deixa de ler louca, Soraia! - Empurro-a para longe de mim mais uma vez.

- Seu... - interrompo.

- Não quero saber de nada que vá sair da sua boca. Eu já entendi que você está doente. Hoje mesmo eu vou mandar você para um presídio psiquiátrico e você nunca vai sair dele na sua vida! - Observo a expressão amedrontada de sua face.

- Não, Dankan, não faz isso! - Me pede se ajoelhando aos meus pés.

- Você nunca foi grande coisa mesmo. - Digo com deboche. 

Ela começa a chorar e eu mato na grade da cela para que o policial venha abrir para que eu possa sair.

- Foi seu pai...

Ouço um sussurro e me viro de frente para Soraia que continua no chão.

- O que foi que você disse?

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora