Maia
Entro na sala do senhor Dankan com o coração acelerado. Ele sempre me olhava de um jeito que me deixava desconfortável, um olhar cheio de... algo que eu preferia não decifrar. Caminho lentamente pelo corredor luxuoso até a porta de madeira escura no final. Meus passos ecoam pelo chão frio e minhas mãos suam enquanto toco a maçaneta.
— Bom, estou aqui! Pronta para o serviço! — tento soar animada, mas sua presença me deixa tensa.
— Sente-se, por favor. Quero te explicar algumas coisas antes de você começar. — Sua voz é calma, mas o olhar fixo nos meus olhos me deixa nervosa.
— Minha mesa? — pergunto surpresa. Nunca imaginei ter uma mesa própria logo no meu primeiro dia como estagiária.
— Sim, ela é toda sua agora. — Sinto um arrepio com suas palavras, mas ele logo completa: — Como secretária, é claro.
Respiro aliviada e me sento, disfarçando o desconforto. Ele passa algumas instruções e me pede para cancelar reuniões e marcar um horário no salão de beleza. Faço um sinal de continência, em um reflexo bobo, e logo me arrependo.
— Desculpe, é um costume pessoal.
Ele ri de forma suave, e eu tento me recompor.
Logo após, atendo o telefone. Uma mulher chamada Soraia liga, mas Dankan me manda dispensá-la. Ao ouvir a raiva na voz dela, sinto um leve desconforto, mas sigo com o trabalho, tentando não me envolver em mais problemas.
Dankan
Essa Maia... engraçada. Tem algo nela que me agrada. Quando ela se levanta, me deparo com uma visão... encantadora. Não vou mentir, essa garota tem um belo corpo.
Mais tarde, a campainha do telefone me irrita — Soraia de novo. Essa mulher nunca desiste.
Resolvo sair para almoçar e, ao passar por Maia, me detenho. Ela está concentrada nos papéis, pernas cruzadas, e... não consigo resistir.
— Maia, vem almoçar comigo. — Não é um pedido, é uma ordem.
Ela tenta recusar, dizendo que não está com fome, mas não aceito isso. Insisto, e ela me segue, sem questionar. Dirigimos até um restaurante a algumas quadras, e eu aproveito para saber mais sobre ela.
Ela fala de sua vida, seu trabalho duro, e não consigo deixar de admirá-la. Apesar da postura profissional, percebo que ela ainda está nervosa, principalmente quando menciono que não tem filhos.
— Ótimo. — Deixo escapar sem pensar, e ela me olha confusa. Talvez eu tenha dito mais do que deveria.
Maia
O almoço com Dankan me deixou desconfortável. Ele faz perguntas pessoais, mas não consigo dizer exatamente o que está pensando. Tento me manter tranquila, trocando mensagens com Adan enquanto ele parece observar cada movimento meu.
Quando voltamos à empresa, sou recebida pelos gritos de Augustos, meu chefe imediato. Mas Dankan intervém, defendendo-me. A tensão no ar é palpável, e sei que Augustos não gostou nada da interferência.
De volta ao escritório, Dankan me chama para conversar. Suas palavras são profissionais, mas seu olhar... não. Ele se aproxima mais do que o necessário, e sua mão toca levemente minha cintura, me deixando paralisada por um segundo.
— Desculpe, não quis te assustar. — Ele recua, mas o clima ainda está carregado.
Saio rapidamente, tentando afastar as sensações estranhas que o toque dele provocou. No caminho de volta ao meu posto na Boon's, dou de cara com Deniel, o vice-presidente, irmão de Dankan. Ele é diferente, mais descontraído, e sua companhia é leve, o que me faz relaxar um pouco. Ele me ajuda a achar o caminho de volta, e conversamos sobre trivialidades. Algo me diz que ele será importante na minha jornada por aqui.
Quando o dia finalmente acaba, estou exausta e pronta para ir embora. Porém, antes que eu consiga sair, outro acidente acontece — Dankan esbarra em mim no corredor, me derrubando.
— Você está sangrando! — ele diz alarmado, notando um pequeno corte no meu braço.
Relutante, aceito sua ajuda e vamos até uma farmácia. Ele insiste em pagar por todos os remédios, apesar de minha tentativa de recusar. No caminho de volta para casa, o silêncio entre nós é quase insuportável.
Chegando ao meu apartamento, ele me surpreende com um gesto inesperado: um beijo suave na bochecha, que me deixa paralisada.
— Até logo, Maia. — diz ele, com um sorriso enigmático antes de se afastar.
De volta ao meu pequeno apartamento, a confusão toma conta de mim. O que foi aquilo? Me despeço dos pensamentos enquanto me preparo para um banho relaxante. Porém, mal entro no chuveiro e sinto mãos estranhas em meu corpo. Tento me virar, mas sou contida.
— O que é isso? Quem é você? — tento gritar, mas uma mão cobre minha boca.
— Shhh... relaxa... — sussurra uma voz conhecida.
Não... Não pode ser... Ele de novo, não!
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Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO)
RomanceMaia Cappacito, 22 Anos, é uma garota simples, cheia de energia, espontaneamente engraçada e encantadoramente linda. Trabalha como garçonete na Boon's, um restaurante que vem crescendo exponencialmente. Dankan De La Fierro, 34 anos, homem impor...