Capítulo 42

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MAIA

Não sei se acredito. Não sei se não acredito em Dankan. Ele parecia que queria me dizer a verdade, mas a verdade eu sei porque eu vi!

Então, o que ele queria me dizer? Que eles não transaram? Eu duvido.

Aposto que iria me dizer o que já deve ter dito pra outras centenas de mulheres. Homens como ele não tem uma só, e eu, eu fui feita de palhaça acreditando que ele realmente queria algo comigo, que realmente me amava. Agora, além de ter sido feita de palhaça fiquei gravida.

Eu sei de quem é essa criança. É do Dankan, não tem como eu duvidar disso. Uma mulher que conhece o próprio corpo sabe das coisas.

Mas ainda assim, é um fardo pra mim. Um fardo que eu vou carregar até o momento que ele esteja apto a se carregar sozinho. Fui criada por uma boa mãe e tenho decência o suficiente para cuidar desta criança.

Óbvio, é sempre mais difícil sem um pai presente, mas, não é uma missão impossível.

Já tem algumas horas que Dankan foi embora, acho que já posso sair para respirar um pouco.

Levanto de minha cama e escolho uma roupa simples mas que de para sair na rua.

Pego dinheiro em minha bolsinha e desço.

- Adan, eu vou na padaria! - Digo indo para a porta.

- Quer que eu vá com você? - Pergunta vindo até mim enxugando as mãos num pano de prato.

- Não, não precisa. Eu vou rapidinho. Quero comer um pudim e tem que ser agora, por isso não vamos fazer. - Digo colocando meu sobretudo bege que fica perto da porta.

- Está bem.

- Quer algo pra você? - Pergunto.

- Trás dois pudins. - Sorri.

- É claro que sim. - Digo isso e saiu.

Desço os degraus tranquilamente. Cair agora seria um pedido para a morte chegar mais cedo.

Ao por meus pés na rua, olhos para os lados analisando a rua e o movimento.

Começo a trilhar meu caminho até a padaria ainda tranquila.

- Maia!

Olho para trás assustada.

- Dankan! - Coloco a mão no peito.

- Desculpa, eu te assustei.

- O que você ainda está fazendo aqui? - Pergunto brava.

- Eu precisava falar com você, Maia. E se não fosse verdade o que eu tenho pra te falar eu nem insistia. - Diz decidido.

- Isso é o que você diz. - Volto a caminhar dando-lhe as costas.

- Maia, você me conhece! Você sabe que eu estou falando a verdade! Então por que não quer me ouvir? - Pergunta passando em minha frente e parando.

- Dankan, eu... Eu estou muito magoada com você. Não consigo acreditar que realmente te vi na cama com outra mulher! - Exclamo.

- E é exatamente isso que eu quero te explicar, Maia! Mas você tem que deixar eu falar pra poder concluir o que você quiser!

Hesito em dizer não mais uma vez, mas eu quero saber o que ele tem pra me dizer. É difícil de acreditar que o que eu vi não foi o que pensei ter visto.

- Está bem. - Concordo com sua petição.

- Obrigado! - Sorri satisfeito.

- Mas eu preciso ir na padaria primeiro. Estou com desejo. - Digo andando e deixando-o para trás.

Amor: Incondicional ou Doentio? (PAUSADO) Onde histórias criam vida. Descubra agora