HIM :: ZAYN

Capítulo Sessenta e Dois

Katherine Bale

Ver Zayn ali na minha frente foi como tomar um grande soco na boca do estômago. Doeu. Eu quis chorar. Não estava preparada para ver ele tão cedo. Eu precisaria de mais tempo pra me acostumar com a ideia de nós dois separados.

Mesmo que eu tenha sido traída. Mesmo que ele tenha me feito de idiota. Mesmo que ele tenha me magoado e negado o nosso filho. Eu ainda não tinha me acostumado com a ideia de ficar sem ele e provavelmente,nunca ia me acostumar.

Katherine burra!

Imaginei mil coisas e até pensei em escrever votos de casamento pra ele. Meu Deus! Como eu sou idiota!.

Eu o ignorei. Por que é isso que fazemos quando terminamos com alguém. Ignoramos a pessoa o máximo que conseguimos. Mas isso não quer dizer que o amor acabou mais rápido que um pacote de batatinhas,significa que ainda estamos fracos e só a ideia de falar com a pessoa que até então você amava,embrulha o estômago.

Claro que eu poderia ser madura e agir como se nada tivesse acontecido. Mas não deu. Não sei ser madura quando se trata dele.

É uma merda pensar que talvez sempre seja ele.

Não quero ficar presa a Zayn pra sempre. Ele escolheu não ficar preso a mim. Era isso que eu deveria tentar. Deveria tentar se mais como ele. Egoísta. Deveria não ter medo de abrir mão das pessoas. Deveria olhar o amor como algo que eu não mereço.

Mas eu não consigo.

Eu não conseguia ser egoísta como ele. Sentia medo de perder alguém. Olhava o amor como algo que eu merecia. Afinal,todos merecem amor.

Odiava imaginar um futuro próximo e ele ainda estar ali. Toda vez que eu fechava os olhos,eu enxergava ele. Nós. E isso era um fardo que eu teria que carregar.

Cheguei no hospital. Resolvi trocar de médico. Não aguentava mais aquela doutora Montana me fazendo lembrar de Zayn. Meu bebê era mais importante que uma vadia e um pai idiota.

Logo eu pude entrar no consultório do doutor Morris. Era um nome engraçado.
Ele não era tão velho. Tinha os cabelos escuros e sua pele era clara. Ele possuía covinhas e não,eu não fiquei reparando nele ou coisa assim. Elas apareciam toda vez que ele falava. Seus olhos eram meio puxados mas ele não parecia asiático. Enfim,ele era um bom médico e pelo menos não ficava perguntando sobre o pai do meu filho.

-Como você está se sentindo hoje? - ele perguntou assim que eu me sentei.

-Meio estressada,mas sigo firme - respondi e ele riu negando.

-Tem tomado todas as vitaminas? - perguntou enquanto anotava algo em seu bloco amarelo.

-Obviamente - respondi simples e ele me encarou antes de voltar a escrever.

-Não quero ser intruso mas pelos próximos meses,eu e você teremos que nos ver algumas vezes e eu ainda não conheci o pai do seu bebê - doutor Morris disse e eu assenti.

-Tem razão,você foi um pouco intruso - disse e ele assentiu sem graça.

-Me desculpe - pediu e eu dei de ombros.