E aí, pessoal, todos bem depois do que aconteceu no último capítulo? Espero que sim, então, vamos lá!
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Quando finalmente meu coração voltou a bater em um ritmo normal, as coisas passaram a fazer sentido para mim.
Sorata havia me beijado. Por quê? Ele certamente não gostava de mim, então... isso queria dizer que ele me desejava?
Ah, tá bom! Quem me deseja? Eu sou só um nerd fracote que não tem nada de especial, tirando o fato de gostar do irmão.
Aonde eu poderia ser desejado? Tenho um corpo comum e magrelo, sou desajeitado e não sei o que fazer na maioria das situações. Quem poderia me querer? Sem contar que eu não tinha nenhum diferencial dos garotos em quem Sorata batia todos os dias.
Mas, mesmo assim, ele me beijou. Meu primeiro beijo foi essa experiência humilhante e desagradável. Sentia vontade de sumir, de dar descarga na privada e ser engolido junto com a água.
Eu só queria desaparecer e me esconder de tudo e de todos. Não queria mais ficar naquele banheiro aonde Sorata ou qualquer outro podia aparecer a qualquer momento.
Não precisei pensar duas vezes. Peguei a minha roupa normal, voltei correndo para a sala de aula, joguei tudo dentro da mochila sem nem prestar atenção em organização e fugi. Fugi do colégio porque tudo que eu queria era fugir daquilo que aconteceu.
O segurança me olhou surpreso e, quando eu já estava na calçada, ele gritou me mandando voltar. Eu não voltei, era o meu primeiro ato rebelde, mas eu nem estava sentindo emoção ou adrenalina, eu só sentia medo. Medo do que Sorata faria comigo se me visse de novo.
Corri sem parar um minuto até chegar na minha casa, com os pulmões queimando e os olhos lacrimejando. Meu coração estava acelerado e eu levei alguns minutos para recuperar o fôlego.
Meus pais estavam trabalhando, o emprego deles era na mesma firma das oito da manhã até às cinco da tarde e agradeci silenciosamente por isso. Não queria contar nem a eles nem a ninguém, era vergonhoso demais.
Sentei no sofá, respirando fundo. Eu só queria meu nii-chan! Eu queria que Aaron me abraçasse e dissesse que ficaria tudo bem. Essa manhã toda eu fiquei pensando em como queria que Aaron me beijasse, como eu queria que ele me namorasse... agora, eu só o queria como meu irmão. Nesse momento, só o fato de Aaron ser Aaron estava bom o suficiente para mim.
Respirei fundo e olhei para o lado. Jogada no sofá, estava a jaqueta esportiva de Aaron que ele deve ter experimentado essa manhã e desistido de usar já que, apesar de estar um tempo de meia estação, não estava exatamente frio.
Com o rosto queimando de vergonha e olhando ao redor só para checar se não tinha ninguém mesmo, peguei a jaqueta e aproximei do meu nariz. Tinha cheiro de sabão de roupa, principalmente, mas também um pouco do cheiro do perfume gostoso que ele usa e o cheiro dele mesmo. Não sei explicar, só sei que de olhos fechados e com aquela jaqueta no meu rosto, eu podia sentir o meu nii-chan perto de mim, eu me sentia protegido.
Ainda sem largar a jaqueta, como uma criança que não larga o cobertorzinho, fui para o meu quarto e tirei debaixo do meu travesseiro o meu urso de pelúcia, o Sky, e o abracei junto com a jaqueta.
Sim, sim, eu sou um garoto de quinze anos, eu já sou praticamente um homem, estou velho demais para dormir com bichinhos de pelúcia e blábláblá. Eu dei para um orfanato todos os meus brinquedos quando parei de brincar com eles, assim alguma criança poderia se sentir feliz com eles do mesmo jeito que eu me sentia, mas na hora de colocar Sky na caixa de doação... eu não consegui. Não consegui me separar do meu companheirinho de noites escuras e de chuva.
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Apaixonado pelo meu irmão
RomanceEu sou um garoto totalmente normal, mas tenho um segredo. Um segredo horrível que tenho certeza que todos se afastariam de mim com nojo se soubessem: eu sou apaixonado pelo meu irmão mais velho. Eu sei que nós não somos irmãos de sangue, sempre soub...