Eu não quero que você vá

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Olá! Estou com um capítulo novo para vocês e adiantado dessa vez! Espero que gostem, e conversamos lá embaixo, okay?

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Aaron

—O quê?- eu tinha certeza que tinha ouvido errado.

—Eu não... ah, droga, não consigo mentir para você!- ele deu um soco na cama. Okay, tem algo muito errado acontecendo.

—Do que você está falando?

—Eu...- meu irmão respirou fundo, provavelmente para se acalmar- Eu queria mentir que eu não amava mais você para você ir para os Estados Unidos, mas não consigo.

—Você quer que eu vá embora?- perguntei

—Não, eu não quero. Mas vamos ser francos, Aaron, você só está aqui por causa de mim. Você não tem motivos para ficar, ou melhor, você tem todos os motivos para ir embora! E eu não posso ser egoísta e te pedir para ficar aqui.- abri minha boca para retrucar que não era egoísmo porque eu realmente queria ficar ao lado dele, mas ele não me deixou falar e continuou- Nada vai melhorar para você se continuar aqui e eu não quero daqui a cinco, dez ou vinte anos, você olhe para trás e se pergunte se fez a escolha certa e sinta rancor de mim, mesmo que inconscientemente, por não ter ido viver com a sua mãe quando era adolescente. Eu te amo e não quero que deixe de fazer as coisas que quer por minha causa.

Ah, droga! Yuki provavelmente sempre vai parecer uma criança fofa para mim pelo fato de ser meu irmão mais novo e de eu ter conhecido o garoto quando ele fazia xixi na cama e tinha medo de escuro, mas ele cresceu. Todas as experiências dolorosas que nós passamos deixaram marcas nele também. Do mesmo modo que eu amadureci, deixando a escola e as brincadeira adolescentes para trabalhar e cuidar do meu irmão que ainda amava comer porcarias e matar aulas para ficar correndo pela escola, Yuki também amadureceu. Embora ele ainda fosse infantil em alguns momentos, e eu amava isso nele, ele havia crescido e eu me vi nas palavras dele. Seria exatamente o que eu diria se a situação fosse inversa.

Eu tinha tanto orgulho de Yuki por estar engolindo toda a dor que estava sentindo, logo ele que era tão sentimental, e me mandando fazer isso. Abracei Yu que derramou algumas lágrimas no meu peito e acariciei seu cabelo.

—Shh... calma, vai ficar tudo bem.- falei- Eu não poderia ir embora e te deixar completamente sozinho aqui.

—Eu posso ir para a casa da mamãe.- ele respondeu, a voz abafada por ainda estar com o rosto escondido no meu peito.

—Ahn?

—Nagisa.- ele esclareceu, percebendo que eu não entendi- Ela se separou do papai e me pediu para morar com ela. Eu recusei, é claro, não iria a lugar nenhum sem você, mas agora... talvez eu volte para lá.

—Você tem certeza? Mas e se... fizerem algo com você?- perguntei preocupado

—Não vão. Infelizmente era só você que era maltratado, eu queria poder dividir com você a dor que sentiu- falou ele, pegando minha mão- Mas eles sempre me trataram bem. E você sabe que mamãe não faria nada contra mim.

Assenti. Eu sabia que Nagisa estava longe de ser um exemplo de mãe, mas ela não bateria em ninguém. Ela deixava Kou me bater porque o amava muito mais do que a mim.

Passamos o resto da noite abraçados até dormirmos juntos. Nos meus sonhos estava tudo tão bom... seria romântico se eu dissesse que estava sonhando com Yuki, mas infelizmente não era assim. Meu sonhos eram com uma pizza grande com bastante queijo, frango, requeijão e tudo que eu tinha direito.

Conseguia praticamente sentir o gosto em meus lábios. Fazia meses que, tirando o hambúrguer que comi com William, eu só comia comida caseira e embora fosse boa, eu sentia falta e de uma boa e velha comida cheia de gordura.

Apaixonado pelo meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora