Perdido em memórias

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Olá! Fiquei tão contente com o feedback que estou recebendo de vocês que resolvi postar adiantada! Capítulo com a narração do Aaron, espero que gostem!

E não deixem de me seguir para não perder nenhuma atualização ou capítulo, mesmo os privados. Vou seguir todos os leitores de volta, não se preocupem!

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Aaron

Acabei dormindo ao lado do meu irmão e só acordei horas depois quando Nana veio até o meu quarto, me chamando para jantar com ela no restaurante do hotel. Ela era bastante simpática, embora falasse demais, e muito bonita, mas eu não ligava nem um pouco.

A verdade é que eu queria estar com Yuki. Deixei um bilhete para ele falando que tinha ido jantar com Nana e que era para ele me ligar assim que acordasse, que eu deixaria o celular ligado, mas eu queria estar por perto quando ele acordasse, eu sabia que ele precisaria de apoio. Droga, eu precisava de apoio e nem tinha sido criado de maneira carinhosa como meu irmão havia sido.

E tudo por culpa minha! Eu devia ter sido mais responsável, devia ter sido mais maduro e dito para ele que só iríamos fazer uma coisa dessas no quarto e depois de verificar se não tinha ninguém em casa. Mas ver Yuki me querendo tanto quanto eu o queria havia me enlouquecido e acabamos expulsos de casa.

O que eu iria fazer? Eu devia ter dinheiro para pouco mais de duas diárias no hotel, mas e depois? Logo a comida chegou enquanto a moça falava sem parar e isso conseguiu interromper meus pensamentos desesperados, eu estava faminto, não havia comido nada desde a escola.

Parti para cima da carne sem cerimônia enquanto Nana me olhava um pouco surpresa e cortava delicadamente seus medalhões. Com toda a afobação, acabei encostando o garfo na minha gengiva superior e tudo que eu senti foi dor. Muita dor.

Cuspi a comida em um guardanapo e vi bastante sangue aonde meu pai havia cortado com a aliança quando me deu um soco na boca. Nana deu um gritinho e percebi que ela viu que eu estava sangrando.

—O que aconteceu com você?- ela se levantou assustada.

—Acabei entrando numa briga.- menti rapidamente, sem ligar muito. Eu estava acostumado a mentir e a esconder coisas desde os nove anos quando meu pai me bateu pela primeira vez. Escondia que ele me bateu, escondia que eu gostei de Yuki e escondia que eu ainda sentia o mesmo por aquele lindo garoto.

—Ah, então é por isso que você está machucado! Tem que ir ao hospital dar um jeito nesse sangue!- ela se afastou de mim e contive um xingamento.

—Bom, eu não tenho dinheiro para ir a um hospital! Dinheiro não nasce em árvore, sabia?- falei duramente e ela arregalou os olhos.

—Como você é grosso! Com licença!- ela disse, batendo os pés. Não demorou nada para o garçom chegar com a conta. Pedi para ele embalar o que havia sobrado da carne e paguei a conta que ficou bem carinha, não tinha como pagar nem por dois dias.

Isso era tudo uma droga! Tive vontade de gritar, mas me controlei e fui para o quarto, vendo que Yu ainda dormia. Aproveitei para tomar um banho e depois fiquei tentando estancar o sangramento com um guardanapo molhado.

Bufei e fui olhar as coisas de Yu, vendo se ele tinha pego dinheiro. A gente não tinha muito e quando tínhamos, acabávamos gastando com besteiras. Lembro de dois meses atrás que eu gastei metade do dinheiro que recebi de aniversário comprando balas e doces para passar a tarde com Yu. E, sim, era bem pouco dinheiro que eu recebia.

Yuki recebia mesada, diferentemente de mim, mas mesmo assim não teríamos como ficar nem quatro dias no hotel. A situação era desesperadora. Não quis nem pensar nisso e acabei dormindo.

Apaixonado pelo meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora