Não tinha como eu te abandonar

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Bom dia! Olha que bom, para compensar o atraso do capítulo anterior, postei esse adiantado para vocês! Espero que gostem!

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Fechei os olhos, sentindo lágrimas vindo mais pela falta de ar do que por tristeza. Algumas lágrimas eram de desespero porque eu sabia que se Kou quisesse mesmo me separar de Aaron, ele conseguiria. Ele não media esforços para conseguir o que queria e faria isso com prazer.

Imaginei Aaron na minha frente, saindo do treino de basquete, o corpo suado, o cabelo bagunçado, os olhos brilhantes e o sorriso fácil que ele sempre tinha, desarrumando meu cabelo e me perguntando como havia sido a aula naquele tom simpático dele. E o que ele faria se ainda se importasse comigo e estivesse aqui.

Dava para imaginar seu rosto furioso, os olhos brilhando, mas de raiva e não de felicidade, os músculos dos braços contraídos como se fosse golpear alguma coisa a qualquer momento e seu tom rouco de raiva dizendo:

—Solta o meu irmão agora!

Nossa, dava para ouvir direitinho e dava até para sentir o seu perfume misturando com um pouquinho de cheiro de suor por ter vindo me salvar rapidamente.

Senti meu pescoço ser solto e, antes de conseguir processar o que estava acontecendo, senti uma dor forte ao cair no chão.

Abri os olhos em choque e vi meu irmão ali, segurando o braço do meu pai e impedindo que ele me batesse. Não era ilusão, ele ainda estava ali, ele ainda estava do meu lado!

—Já chega!- falou o diretor de repente- Segurança, por favor, separem esses dois! Isso não é um circo!

Três seguranças subiram no palco e rapidamente acabaram com a briga. Um parou ao meu lado e disse:

—Tudo bem, garoto?

—T-tudo.- sussurrei a voz rouca, doía falar, meu pai havia apertado minha garganta com força.

—Podemos conversar civilizadamente?- perguntou o diretor, pegando quatro cadeiras e colocando no palco.

Sentei ao lado do meu irmão e meu pai sentou do meu outro lado. O diretor sentou na nossa frente e respirou fundo. Ele tinha mais de cinquenta anos de idade, mas provavelmente nunca tinha lidado com uma situação desse tipo.

—Você veio...- falei para o irmão

—Não tinha como eu te abandonar.- ele respondeu em tom baixo antes de voltar sua atenção para o diretor que pigarreou.

—Bom, eu ouvi todos vocês e são realmente versões bem diferentes como o pai daquela menina me disse por telefone quando solicitou a reunião. Alguém está mentindo aqui e eu gostaria de saber quem é, todos aqui são pessoas ocupadas e não querem perder tempo com isso.

—E o senhor acha que eu não sei?- perguntou meu pai- Eu trabalho e estou cuidando uma esposa doente por causa de um ataque de rebeldia desses dois provocado por Aaron. Diga para eles assumirem de uma vez que estão mentindo, pergunte para Yuki porque ele está ao lado do homem que abusou de sua confiança e tirou sua inocência!

Nossa, quando meu pai queria ser dramático, ele conseguia!

—Ah, por favor, o mentiroso é você. Quem abusou da confiança de alguém foi você.- Aaron se levantou e tirou a camisa- Estão vendo isso?- ele apontou para a sua cicatriz- Ele fez isso em mim! Ele me machuca desde criança!

—Mentira. Todos sabem que você gosta de festas, foi a vários bares e até chegou a machucar meu pobre filho- meu pai agarrou meu pulso e eu tentei me soltar. Tive que pisar no seu pé para ele fazer isso- Estão vendo, não posso mais nem encostar no meu bebê! O que você fez com ele, hein, Aaron? Drogas? Chantagem? Me diga, por favor! Eu te dou qualquer coisa para ter meu filho de volta!

Apaixonado pelo meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora