Eu quero fazer ciúmes para uma pessoa

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Olá, olá, tudo bem com vocês! Resolvi postar adiantado porque estava com tempo livre hoje, eu espero que gostem! :)

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Dois meses. Fazia dois meses desde que eu comecei a seguir as instruções e nada. Nenhuma mudança perceptível em Aaron, a não ser os olhares dele para mim que não significavam nada. Ele também olhava quando passava uma garota bonita na rua, mas nem por isso sentia algo por alguma delas. E também tem o fato de que ele pode estar me olhando porque me acha uma "vadia" como meu pai disse.

Céus, ele reclamou daquela droga daquele short por quase uma semana! Qual era o problema dele? Era só perto de Aaron que eu usava aquele tipo de roupa, não teria coragem de andar assim pela rua!

Caminhei até a sala do clube da biblioteca perdido nesses pensamentos ao lado de Tenshi que também parecia perdida em pensamentos e olhava de um jeito melancólico para a capa da tragédia que estamos lendo esse mês. Ela estava quieta demais.

É, eu sei estranho dizer que Tenshi está quieta demais, especialmente ela nunca foi uma pessoa muito falante, mas depois de começar a andar com Mei, ela estava mais solta e sorridente e, de repente, ela parecia tão triste.

–Tenshi, está tudo bem?

–Ahn?- ela perguntou confusa, como se só agora tivesse se dado conta de que eu estava ao lado dela o tempo todo- Ah, sim.

–É que você está tão quieta... se quiser conversar comigo...- ofereci. Eu não era tão bom nessas coisas como Neko-chan e não queria pressiona-la, mas nós comemos juntos já faz um tempo e eu considero a morena minha amiga.

–Eu... estou com problemas em casa, Yuki!

–Pode falar.- fui com ela até a escada para que pudéssemos conversar.

–Você vai deixar de ser meu amigo se eu te contar uma coisa?- ela perguntou, mordendo os lábios. Cara, como eu odiava esse tipo de pergunta! Eu ficava ansioso, sem contar que não dava para responder sinceramente que não ia deixar de ser amigo dela porque eu não sabia o que ela ia me dizer.

–Não, diga.

–Estou saindo com uma garota!- ela disse de uma vez, cobrindo o rosto com as mãos e me olhando com entre os dedos. Ufa, ainda bem que era uma coisa normal.

–E qual é o problema?- perguntei e vi o alívio no rosto dela.

–Ai, que bom que você não vê problema nisso!- ela sorriu. Seria hipócrita da minha parte ver problema nisso sendo apaixonado pelo meu nii-chan.

–Não tem problema nenhum, não é como se pudéssemos escolher quem amamos ou deixamos de amar. O amor não tem lógica, a gente simplesmente ama e espera ser correspondido. E se você está saindo com a garota parece que é correspondida.

–Sim, ela é uma pessoa maravilhosa e me entende perfeitamente- ela se iluminava falando da garota. Suspirei e a puxei de volta para cá..

–Mas por que está com problemas?- perguntei e a sua aura apaixonada desapareceu na hora.

–Meus pais não aceitam isso. Eu já suspeitava isso, mas não tinha certeza, então, eu disse que tinha uma garota da minha sala que era lésbica, como eu vi em uma revista, só para ver a reação deles e...- ela fechou os olhos, era claro que esse era um tópico delicado para ela e eu deixei que ela tomasse seu tempo- Eles disseram para eu me afastar dela, que estavam chocados, que no tempo deles essa liberdade não existia e ainda disseram que expulsariam de casa e mandariam para a reabilitação gay se eu ou alguma das minhas irmãs tivesse essa ideia!

Okay, agora eu entendia como ela estava se sentindo. Eu sabia que meu pai não aceitaria quando eu tivesse um namorado, mas não tinha ninguém que me correspondia, então, eu podia continuar escondendo deles normalmente. E eu acho que minha mãe ficaria do meu lado e o meu nii-chan também, apesar do que o que ele falou para mim quando eu fui dar um beijo nele.

Apaixonado pelo meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora