Bangtan e Eu

Ao lado de Yoongi, perto do Kimchi

Com uma mala minúscula, contendo o necessário para apenas um dia fora, saí arrastando suas rodinhas até a van, que aguardava com o motor aceso.

Um ahjussi pegou a mala para guardar no  bagageiro. A porta da van estava aberta. Olhei por cima dos óculos escuros o ambiente dentro do veículo. Haviam sete largados de qualquer forma sobre as poltronas, vidrados, cada qual em sua tela brilhante. Subi sem chamar atenção…

— ANAAAA! — Kim Tae Hyung gritou.

— Annyeong! — o restante exclamou quase ao mesmo tempo.

— Annyeong! — respondi enquanto sentava no lugar vazio ao lado de Jeon Jung Kook, que me observou aproximar com um grande sorriso de boas-vindas.

— Como tem passado? — Kim Nam Joon virou para trás, apoiando os braços no topo do estofado.

— Bem. Ah, não vou para festa nenhuma com vocês, estou indo apenas para ver a eomeoni — falei com o mesmo tom de normalidade.

— Aigoo! — Kim Nam Joon sentou corretamente na poltrona, não disfarçando seu revirar de olhos.

— Ah, mas se tem uma coisa que você vai fazer, com toda certeza, é ir nessa festa — ouvi a voz de Min Yoon Gi resmungar.

Após minutos passarem, conectei meus fones simples aos ouvidos e depois ao celular. Jeon Jung Kook também ouvia algo, concentrado no que passava pela janela ao seu lado.

Quando faltava pouco tempo para chegarmos, minhas pálpebras foram gradativamente caindo até tudo ao meu ver ficar escuro, e o som saído dos fones se perdia dentro da minha cabeça. Quando despertei, algo em minha orelha estava faltando.

— Já acordou? — Jeon Jung Kook perguntou, com um dos meus fones consigo.

— Gosta da música?

— Gosto… — Sorriu. — Apesar de não entender nada. Que grupo é esse?

— Em português se chama Legião Urbana…

— Huh! Já chegamos! — Jung Ho Seok avisou cantarolando, me fazendo desistir de apresentá-los a Jeon Jung Kook.

Puxei o fone da sua orelha e enrolei o fio, me desplugando do smartphone que tocava a música. 

— Ya, Ana-ssi… — Quando todos haviam descido e eu levantei para fazer o mesmo, o garoto, com uma mão agarrada ao meu antebraço, me fez encostar na poltrona novamente. — Hoje, na festa… Você vai pra pista de dança comigo?

— Pista!?

— Ne… — respondeu baixo, me fazendo sentir os detalhes de seus dedos que ainda envolviam meu braço.

— Por que faz essa cara toda vez que me pede alguma coisa? — Levantei rápido e saí da van.

— Por que sempre funciona… 

   

— Vocês chegaram! — A eomeoni nos recebeu aos fundos do restaurante, onde nos apressamos em entrar. — E bem na hora de comer!

— Ah, que fome! — Kim Nam Joon exclamou, massageando o estômago.

Ela continuou andando à nossa frente. Subimos escadas e entramos na mesma sala em que eu dava de cara com sete garotos tempos atrás.

— Estou feliz de receber vocês novamente! Estava com saudades! — exclamou, mas logo seu sorriso se fechou. — Ya! Yoon Gi-yah! Quer matar a sua velha mãe!? Deveria ter me ligado! — Ela se aproximou do filho, dando um peteleco em seu ombro.