Bangtan e Eu

Epílogo

"Eu estava sozinho e desesperado. O que eu sentia era tão novo e avassalador. Achei que estivesse ficando louco…

Faz algum tempo desde que isso me importunava. Chegou a um ponto em que foi impossível ignorar, e foi à partir deste ponto que decidi que iria ferrar com tudo, e falaria com você, mas eu não tinha ideia de como. Tentei aquela noite da festa, no elevador, mas não consegui. Depois disso, até mesmo minha eomeoni entendeu tudo e tentou ajudar, mas não dava.

Daí, lembrei que sou compositor. Sou muito bom com palavras, com letras de música. Foi por esse caminho que encontrei a melhor forma para resolver isso.

Então lá vai: 

Esta é uma carta de confissão.

Por favor, leia até o final.

No momento em que escrevo, sentado num banco, em um resort na ilha de Jeju, sozinho, em total escuridão se não fosse pela luz oblíqua de um poste, o mar parece materializar esse sentimento, jogando ondas violentas para todos os lados possíveis.

Acabo de perguntar o que eu sou para você. Sim, você, em pessoa, apareceu aqui e começou a compartilhar suas preocupações.

Me surpreendi mais uma vez com a sua capacidade de ver as coisas com tamanha profundidade, na verdade, estou perplexo. Mostrou que consegue ver a minha essência como ninguém mais.

Agora, você observa o mar agitado...

Isso foi tudo o que deu para escrever naquela noite, naquela praia escura. Era para ter uma conclusão diferente desta. O meu plano original era terminar de escrever esta carta naquela mesma noite, e entregar a você até o fim da viagem. Mas, eventualidades aparecem a todo momento.

Por que não consegui finalizar?

Depois do que disse sobre o coração ser infantil e ingênuo como uma criança, eu me senti ridículo. Será que você tinha razão e eu que estava sendo precipitado?

Se você estivesse mesmo certa, eu estava para fazer uma bobagem estúpida, pensei, e o meu coração se contraía a cada vez que visualizava a possibilidade de você estar certa. Reli várias vezes o que havia escrito até aquele momento.

Senti que não a entendia por completo, que precisaria de mais fatos, mais comprovações, esperanças... Mais paciência.

Como eu queria ter mais paciência agora, nesse exato momento…

Agora me encontro trancado no estúdio, travando uma verdadeira batalha contra esse sentimento, desde quando guardei essa carta no fundo de uma gaveta e prometi nunca mais tocar nela. Mas ele não me deixa ter paciência, autocontrole. É impossível que exista bom senso com essa ansiedade me corroendo.

Para ser sincero, não sei ao certo se quero que você leia isso, pois entre a distância que existe entre nós, coexistem consequências, variáveis, riscos e percas. Até onde cada uma delas pode ser benéfica para mim, para você?

Uma das coisas que admiro é a sua lógica de ver o mundo. Nossa Ana enxerga tudo do alto, toda holística. Pensando nisso agora, algo me vem à mente.

Vamos apenas ser objetivos ao lidar com essa situação.

Considerando as questões, façamos um trato:

Se decidir me rejeitar, faça isso fingindo que nunca leu esta carta. Apague esses rabiscos da memória e por favor, queime este pedaço de papel, assim, simplesmente aja como se nada tivesse acontecido. E nunca, nunca toque nesse assunto, nem comigo, nem com ninguém, nem em seus pensamentos. Dessa forma, apenas voltamos a ser o que éramos.

Porque para mim, ouvir os seus ideais tão decididos, tentar entendê-los, compará-los com os meus, é incrível.

Ter a sua amizade é um privilégio para poucos, pois você, Ana-ssi, é especial, além de extremamente seletiva. Sabendo disso, me sinto honrado em ser seu amigo e confidente. 

Confidente… Lembra? Você me deu esse título. E nunca quero deixar de ser o seu ouvinte. Quero continuar sabendo dos seus problemas e preocupações, não importa se somos amigos ou qualquer outra coisa.

Mas, se por acaso, decidir considerar, basta mencionar esta carta, em qualquer situação, em qualquer contexto, de qualquer forma, em qualquer idioma, a qualquer dia ou hora.

Esperarei (impaciente),

Seu, Min Yoon Gi (se me aceitar)."