Mais Uma Sentença

985 126 140
                                    


Horas antes…

A senhora Kang corria pelo imenso corredor que dava no escritório do senhor Kang.

Mas já era tarde demais.

Eram quase sete da noite.

Ela empurrou a porta pesada de madeira, fazendo com que o presidente fosse obrigado a tirar as vistas do seu tão precioso e infinito trabalho.

— Preciso falar com você. — Ela permaneceu parada de frente para a mesa onde o homem se encontrava sentado.

— Agora não — respondeu simplista, voltando a atenção aos papeis.

— Tem algo errado com a Mi Cha, ela acaba de ligar com uma conversa estranha… A sua filha não está nada bem. Quero ir buscá-la agora, estou com um mal pressentimento.

— Kang Mi Cha aprendeu mesmo como fazer a mãe de idiota. Mas não a mim. Estou cansado de todos esses escândalos. Sempre que Kang Mi Cha tem que assumir responsabilidades, ela inventa um modo diferente de chamar a atenção, e você sempre acredita e faz tudo o que ela quer.

A mulher apoiou as duas mãos na mesa, se aproximando dos olhos do marido.

— Você sabe que a nossa Mi Cha tem depressão! — clamava com a voz embargada. — Ela sempre teve pensamentos…

— KANG MI CHA É MIMADA! — o senhor Kang vociferou interrompendo o que a esposa estava prestes a dizer. — E a culpa é toda sua! Você a criou mal! — Abaixou o tom da voz, voltando outra vez aos papeis. — Se ela quisesse mesmo morrer, teria se certificado de fazer direito logo da primeira vez.

A mulher puxou ar, se segurando para não entrar em desespero logo duma vez.

— Vou reservar um vôo para esta noite — avisou, mas mais soava como um pedido de autorização, e se distanciou da mesa, arrumando a postura.

— Se for, vai ficar por lá junto com sua filha. Kang Mi Cha não volta sem um diploma na mão. Não dei meu sangue nessa droga de negócio e não construí um império para depois apenas lançá-lo na mão de acionistas. Kang Mi Cha Vai herdar tudo isso, quer queira, ou não. Agora saia, tenho coisas a fazer.


⚫⚪⚫⚪⚫⚪

A ahjumma da conveniência havia contratado uma nova funcionária de meio período. Ela era lenta para registrar os produtos no caixa. Por consequência, se formou ali uma pequena fila onde eu era a quarta e última a aguardar, segurando uma garrafinha de leite de banana e um pacote de salgadinho.

Mastigar porcarias sempre foi uma das melhores formas de esfriar a cabeça.

Eu estava, com toda a minha vitalidade, forçando os pensamentos a esquecerem, no mínimo ignorarem por completo aquele incidente no meio da sala da minha casa.

No alto da parede do estabelecimento, uma TV exibia o jornal. Eu não prestava atenção, até o âncora dizer "Notícia de última hora".

"… Acaba de ser confirmada a morte da conhecida Kang Mi Cha, filha de Kang Suk Lee, presidente das indústrias Kang.

Kang Mi Cha, com 22 anos de idade, foi encontrada morta pela governanta da casa dos Kang em Nova York, EUA.

As últimas informações que recebemos é que a polícia tem fortes indícios de que se trata de um suicídio, porém, investigações mais detalhadas serão feitas.

Kang Mi Cha havia se mudado para os EUA há alguns meses, afim de cursar na universidade…"

Tudo ao redor do que meus olhos conseguiam enxergar começou a girar. Me apoiei na prateleira, derrubando alguns pacotes.
Logo todos da fila, e a moça lenta do caixa me encaravam preocupados.

Bangtan e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora