Motim

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— Com licença — Kim Tae Hyung avisou sua chegada ao abrir lentamente a porta, lançando duas batidas leves. — O senhor me chamou?

— Entre. — O manager estendeu uma das mãos à cadeira vazia de frente para a mesa. — Como vai a Stranger Masked? — perguntou numa falsa despretensão.

— A Ana?

— Ana, isso… — respondeu, dando atenção à tela do computador diante de si.

— Depende… — Kim Tae Hyung mirou o teto, cutucando seguidas vezes o queixo com seu dedo. — Se falando da sua saúde ela está até… Omo! — Como se estivesse conversando consigo mesmo, ele exclamou e escancarou os olhos, lembrando do que aconteceu na noite anterior e também naquela mesma manhã. — Ãn… No geral… — Suspirou, voltando sua concentração ao manager. — Ela deve estar bem!

— Faça com que a Stranger… quero dizer, Ana, assine isso. — Estendeu, numa mão só, algumas folhas juntas e presas por um grampo, ainda com os olhos atentos à uma planilha repleta de itens. — O mais rápido possível.

O rapaz prontamente estendeu as duas mãos e assim que se apossou dos papéis, os folheou. Cada vez que seu par de olhos deslizava e avançava num vai e vem pelas tantas linhas e letras do alfabeto coreano, o sorriso se fortalecia.

Waaaa! Ela vai para o Brasil? Com a gente!?

Após o ápice de sua felicidade ter passado, Kim Tae Hyung se deu conta do manager encarando-o sem tanta empolgação.

— Tem um endereço de e-mail na página dois para que ela possa enviar a confirmação e dúvidas, se houverem. Faça o que for necessário. — Mirou o rosto do garoto para reafirmar sua urgência.

Ne! — O outro se levantou, curvando o sorriso largo e todo o resto à noventa graus e saiu.


— Mas qual o motivo disso?

— E por que tão de repente?

Kim Nam Joon e Min Yoon Gi, respectivamente, questionaram, enquanto V estacionara em pé, estático, com uma mão exibindo as folhas e a outra estendida diante das mesmas, como se estivesse num comercial, apresentando aos telespectadores um produto qualquer.

— Ele falou o porquê? — Mesmo que seu tom de voz não soasse tanta cisma quanto as dos anteriores, Kim Seok Jin resolveu se juntar ao interrogatório.

Ani… — Kim Tae Hyung respondeu, descaindo gradativamente sua pose "garoto propaganda".

— Nosso maenijonim está jogando… — Park Ji Min se pronunciou com ar de pleno entendimento a sair de sua garganta. — Entendam: Somos mundialmente famosos, precisamos estar sempre nas mídias… Ana  também ficou famosa… — Contabilizava cada argumento num dedo correspondente, deixando, até o momento, três deles no ar para que todos vissem. — Ela é brasileira, nós vamos ao Brasil. Atenção da mídia, mais fama, mais dinheiro, maenijonim feliz! — proferia sugestivamente, com nove dedos esticados, ainda procurando pelos ares um último fundamento para seu menor, mas não julgado como menos importante, dedo mindinho. — Hum… polêmica meus caros. Todo mundo adora polêmica. É um elemento perigoso, mas se  usado da forma certa, extremamente poderoso... E estou vendo que nosso maenijonim sabe muito bem como usar esse recurso. Me diga, quem é que teria mais qualificação profissional para isso se não nossa Stranger Masked? — Park Ji Min discursava como um candidato à presidência. Jung Ho Seok quase o aplaudiu de pé.

— Você até pode ter razão, mas o que será que vamos ter que fazer? — Jeon Jung Kook perguntou, vendo sua imagem refletida na parede-espelho da sala de ensaios.

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