"Suspeito"

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Um pé diante do outro… 

Caminhe devagar… 

Sem movimentos bruscos…

Obedecia a cada orientação dada por mim mesma, cuidadosamente. Pois aquele vestido me dava a constante sensação de que o tecido que me envolvia se romperia a qualquer momento.

Entramos no elevador para subir até o andar onde acontecia a tal festa e assim que as portas abriram para sairmos, Min Yoon Gi tocou meu pulso. Seus dedos estavam gelados.

— Preciso falar com você — disse disfarçadamente, numa expressão mais séria que a sua usual.

— Agora? 

Contei exatamente cinco segundos perante o silêncio dentro do cubículo que à partir daquele momento era ocupado somente por nós. 

Seus olhos me encaravam como ímãs.

Ya, vão ficar aí!? — Kim Nam Joon interrompeu o fechar das portas, barrando-as com uma das mãos.

Levantei as sobrancelhas para Min Yoon Gi, que largou imediatamente meu pulso.

— Depois. — Saiu à frente, enquanto Kim Nam Joon, ainda com a mão barrando o trajeto do elevador, esperava eu fazer o mesmo.

— Ele com certeza é louco... — resmunguei.

Caminhamos por um corredor sem fazer barulho — pois seu carpete vermelho não permitia —, até que Min Yoon Gi abriu uma grande porta dupla, revelando todo seu interior.

Let's go! — Kim Nam Joon exclamou numa animação evidente, chacoalhando com a mão seus cabelos, como se os arrumasse.

Assim que entramos, perdi os dois de vista. 

Sozinha ao meio de tantos rostos bonitos e desconhecidos, passeei lentamente pelo lugar, ansiando cada vez mais, em torno da leve escuridão com música dançante consideravelmente alta, encontrar qualquer um deles, tão somente pela companhia.

Após tantos passeios, acabei por desistir. Estava quase chamando um táxi e indo embora dali.

Ya, Ana… Por onde andou? Eu chamei você por um bom tempo! Estava aí olhando por todos os cantos, menos para mim… — Jeon Jung Kook reclamou, enrugando as sobrancelhas cobertas pela franja lisa.

— Foi mesmo? — Aos poucos, a tensão me abandonou, e consegui respirar aliviada enquanto fingia para ele minha indiferença.

— Foi… Vem logo! Esqueceu que você ainda tem que dançar comigo?

— Desde quando? — perguntei, já seguindo o garoto que andava até a pista cheia.

— Você prometeu, na van! — exclamou, abrindo espaço entre as pessoas.

— Não prometi nada… — continuei retrucando, até nos aproximarmos dos outros seis, que conversavam com alguns homens mais velhos e bem vestidos.

— Vamos dançar! — ouvi a voz de Jeon Jung Kook insistir, mas, no momento em que fui olhar em sua direção, um vulto vermelho-sangue tapou toda a visão e subitamente em seguida a escuridão fez o mesmo.

Todos gritaram quando a música parou junto com todas as luzes. 

Antes que eu pudesse pensar em qualquer reação, alguém se aproximou, chegando cada vez mais perto.

— Jung Kook? Enlouqueceu? — Nada me foi dito em resposta. O elemento continuou se aproximando.

Dei um passo para trás e o ser, dois para frente, como numa dança bem sincronizada. Quando preparei as mãos para atacar e a boca para xingar, suas mãos me prenderam: uma, firmemente perto do fim das minhas costas, alisando suavemente o tecido apertado, e a outra aproximou energeticamente meu rosto ao seu e sua boca à minha. Pega de surpresa, totalmente vulnerável, com meus braços presos ao seu tórax, fechei os olhos e um perfume com leve fundo amargo subiu de seu pescoço quando a ficha caiu: Eu estava agarrando Jeon Jung Kook!?

Bangtan e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora