Come Back Home

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— Você, o que ainda está fazendo aí? — O manager deu dois passos apressados em minha direção. — Acompanhe os garotos! Aish… — Foi com a mão à testa, gotas estavam para cair dela. Seu stress era mais que evidente.

Torci com mais força as alças da mochila que carregava nas costas, forçando-as para frente.

— Ainda não entendi qual a necessidade de eu ter que acompanhá-los tão diretamente, já que faço parte da equipe de apoio.

Staffs conversavam sem parar. Porém, quando escutaram um sotaque estrangeiro desafiando o manager, se calaram para assistir. Quase achei que iriam abrir as câmeras dos celulares para filmagens…

O homem de estatura relativamente baixa, que se encontrava de costas, virou lentamente. Seus olhos miúdos estavam enormes, as sobrancelhas ralas quase se tocando uma à outra. Seu braço esquerdo tentava abarcar a barriga levemente avantajada, enquanto o cotovelo direito se apoiava no mesmo, ainda levando a mão não só à testa, mas em todo o rosto, como se passasse sabão.

— Reservei a primeira classe para que se sentisse mais confortável…

À cada palavra que saía de sua boca, uma quantidade considerável de esforço e energia se dispendia dele. Me imaginei em seu lugar e confessei a mim mesma que provavelmente estaria estafada com uma responsabilidade desse porte. Apesar de meus motivos de embarque serem diferentes de todos dali, assinei um contrato e havia muito trabalho a ser feito. Ainda que discordasse dos seus métodos, não deveria causar discórdias ou atrapalhá-los de qualquer forma. Mas, mesmo que a olho nu pudesse enxergar seu esforço para agir profissionalmente, algo me dizia que havia omissão em suas palavras. Tudo estava vago demais, e isso me irritava.

O tom vermelho tomava conta do rosto daquele homem, então simplesmente me afastei, alargando a distância entre meus pés, para alcançar os sete.

Muitas pessoas tomavam o local, porém, ainda era possível vê-los andando rápido, não tão ao longe e seguranças os acompanhavam. 

Seus fãs gritavam ensurdecedoramente e os flashes eram capazes de tornar qualquer retina incapacitada.

Era como se eu passasse por entre duas paredes paralelas, maciças e barulhentas que se juntavam e ficavam cada vez mais apertadas, estampando alguns vários rostos não muito amistosos.

O ar que entrava pelos meus pulmões se mostrava cada vez mais quente e abafado; pesava dentro de mim à medida que despencava traqueia abaixo, interferindo até mesmo a velocidade de que tanto precisava nos pés.

Se eu soubesse que passaria por essa situação embaraçosa novamente, teria me encapuzado e mascarado. Tive ainda mais certeza disso quando meu pescoço foi forçado a se curvar para trás. Meu cabelo, amarrado no alto da cabeça, foi puxado. Fui direto com as mãos ao local e me virei procurando um culpado, o que era mais que impossível pelas tantas pessoas espalhadas. Temi que meus cabelos fossem se desvincular da cabeça assim que eu os tocasse, imaginei que a dor de tê-los arrancados pudesse ser exatamente a mesma que sentia no momento. Felizmente estavam intactos.

Perdi de vista quem deveria alcançar e com tantas pessoas à minha volta, era difícil até mesmo encontrar um norte. As vozes se misturavam e entrelaçavam umas às outras a ponto de eu não conseguir distinguir o que diziam.

Coloquei meus fios para frente, sobre um dos ombros e tentei protegê-los. Uma mão me puxou pelo braço, obrigando a acompanhá-lo.

Jeon Jung Kook abria caminho por entre tudo aquilo e apertava meu pulso a ponto de doer. Seus passos eram tão largos que se eu não corresse, seria arrastada pelo chão liso. Os sons emitidos pelas câmeras se tornaram tão altos quanto todas as vozes entrançadas.

Bangtan e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora