Justo No Dia...

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SN mastigava devagar o almoço, sentada sozinha na mesa com quatro cadeiras do refeitório. Há dias não se arrumava à caráter para o caso de acabar esbarrando com os Bangtan pelos corredores do prédio da Big Hit. Sua cabeça estava redondamente ligada a outro assunto, um assunto complicado e de longos castanhos cacheados...

Kim Nam Joon passava por ali, portanto, resolveu adentrar o local para pegar café expresso da máquina. Ao passar as vistas numa varrida rápida — esperando seu copo descartável se encher da bebida —, viu um rosto conhecido, familiar… Voltou a fixá-lo; só não sabia decifrar o porquê daquela face tê-lo prendido a atenção. Decidido a matar sua curiosidade, aproximou-se a passos lentos.

Parou à sua frente, segurando com cuidado o copo quente. No entanto, SN, de cabeça abaixada, remexendo sem gosto a comida fria, não percebeu a presença do rapaz. 

Até que ele pigarreasse.

Ela levantou as vistas devagarinho; levou um susto repentino: — Omo… — murmurou para si e olhou ora à esquerda, ora à direita, procurando uma saída daquela situação.

Os pensamentos complicados foram substituídos por algo mais importante: Kim Nam Joon, aquele Kim Nam Joon, estava ali, parado à sua frente, a analisá-la. Justo no dia em que não se encontrava sequer uma rajada fina de corretivo em suas olheiras fundas, justo no dia em que seu cabelo estava grudado à cabeça pela oleosidade, justo no dia em que uma borbulha descomunal com o modesto nome de batismo "espinha", entrou em erupção bem na ponta do seu nariz.

E antes de deixá-lo dizer qualquer  coisa, SN dobrou as costas e esticou as mãos para debaixo da mesa o quão rápido podia. Tirou de lá sua mochila e após abrir três zíperes diferentes e espalhar sobre a superfície fios embaralhados do carregador e fones, findou sua busca. Retirou uma máscara branca e a enfiou na cara, deixando apenas testa e olhos de fora.

Joesonghamnida… — desculpou-se, curvando a cabeça, olhando para baixo. — Estou resfriada… — Atuou uma tosse.

— Por acaso… SN-ssi…? — Ele se inclinou a fim de ver o rosto cabisbaixo da outra. — Uh, é você mesma! — Sorriu. — Sabia que a conhecia de algum lugar. Eu… posso sentar aqui? — pediu e se acomodou antes de ter uma permissão propriamente dita.

— Ah, annyeonghaseyo… Kim Nam Joon-nim… —  cumprimentou num sorriso acanhado.

— Então você foi mesmo contratada! Parabéns! — Tomou um pequeno gole do café.

— Ãn... Sabia que eu vinha trabalhar aqui? — perguntou sem jeito, passando uma mão pela orelha, ainda confusa por Kim Nam Joon estar conversando com ela.

Ne! A Ana… — ia explicá-la sobre por que sabia da contratação, mas se interrompeu, à medida que seu rosto se descaía apenas por citar o nome da figura.

— Ah… Ana… — SN também suspirou do outro lado da mesa.

Ficaram em total silêncio entre si, apenas ouvindo os zumbidos que as conversas ao redor reproduziam. Cada um com os pensamentos em seus próprios aborrecimentos, mas que, no final, eram ligados num mesmo ponto em comum.

— Me desculpe por ter mentido sobre a minha identidade para você naquele dia… em Hongdae — lembrou Kim Nam Joon.

Gwaenchanayo… Entendo seus motivos.

Voltaram ao silêncio, porém, não puderam conter suas curiosidades por tanto tempo.

— Tem visto ela? — interrogaram-se juntos, de repente.

— Acho que estamos no mesmo barco — ele admitiu, após terem rido por um pouco.

— Pelo menos isso me deixa mais consolada — confessou a outra, empurrando de leve, para frente, sua refeição, desistindo de comer.

Bangtan e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora