Sorrisos Insinuantes

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— O que está esperando para sair de cima de mim?

— Foi você quem me agarrou a noite inteira... 

Me afastei rápido de Kim Nam Joon, esticando os braços para empurrá-lo.

Michyeosseo!? O que diabos estou fazendo aqui?!

Miane, Ana-ssi, é que eu realmente não consegui deixar você dormir naquela poltrona. Dava para ver que estava muito desconfortável. Então eu te pus em um canto da cama e fiquei no outro. Eu juro! Na verdade… foi você que se aproximou de repente…

Varri os pequenos estilhaços de lembranças daquela noite e uma possibilidade absurda veio parar em meus pensamentos: a possibilidade daquele beijo ter sido real. Mas nada fazia sentido em minha cabeça. 

— Que cara é essa!? — ele perguntou, num sorriso fino e sem noção.

Sentei na cama num impulso. O coque frouxo atando meu cabelo se desfez, soltando os cachos com quase nenhuma definição: — Foi para isso que insistiu que eu dormisse aqui?

Aigoo… — reclamou preguiçoso, levando a coberta do peito até seu pescoço. — Já disse que foi você…

— Não acredito. — Cruzei os braços. — Não tenho motivo para isso.

— Pensando bem… — Desviou seus olhos de mim para o teto. — Ne, agora estou me lembrando… você começou a me abraçar, de repente, como se estivesse desesperada… — Levou as mãos pelo rosto, esfregando levemente os olhos. — Nem preciso dizer que fiquei empolg-, digo, surpreso, só que… depois de um tempo… — Voltou a me encarar e ficou sentado, como eu. — Sei qual foi o seu motivo… Você teve um pesadelo.

Fiz a pior careta que meus músculos faciais conseguiam forçar, apenas para fazê-lo desistir de querer andar por esse caminho.

— Ou… — Voltou com a análise, batendo compassadamente o dedo indicador junto à bochecha. Provavelmente consegui convencê-lo com a tal careta forçada de que sua hipótese estava supostamente errada. — Será que foi um sonho… — Sorriu, passando bem longe da vergonha. — Erótico... comigo...? — indagou, com ar de triunfo na voz.

MWO!? — Quase caí para trás diante daquela audácia.

Kim Nam Joon ainda me encarava, esperava uma resposta.

Não consegui pensar numa objeção, afinal, nunca contaria sobre meus pesadelos, e muito menos confessaria que tive…

— O QUÊ!? Michyeosseo!? Eu não tive nenhum sonho erótico, seu convencido pervertido, me respeita! — Saí rápido da cama, pegando meu celular e abrindo notificações, tentando achar algo para fugir daquela situação. — Vai ficar aí me olhando? Sabe que horas são? — Entrei no banheiro, batendo a porta.

⚫⚪⚫⚪⚫

O dia foi repleto de entrevistas. Estações de rádio, emissoras, revistas e até alguns youtubers faziam praticamente as mesmas perguntas. Já estava tão familiarizada com as respostas do grupo que quase não os esperava responder para traduzir suas expressões. 

Tentei ao máximo ignorar Kim Nam Joon durante todo o período, mas quando era sua vez de dizer algo, ele sempre formava respostas elaboradas, com palavras diferentes e inesperadas; falava apenas em coreano — senti que era de propósito, afinal seu inglês é fluente —, me obrigando a prestar atenção e direcionar meus olhos a ele, que retrucava o velho sorriso provocativo e irritante desde quando o havia inaugurado, ao insinuar o tal sonho.

Bangtan e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora