Angústia

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O canalha do Pedro, parou em um posto de gasolina,e antes de sair do carro, amarrou minhas mãos, colocou um pano em minha boca,e vendou meus olhos.,afirmando que a partir do posto, eu não poderia mais ver o caminho.
Fiquei no carro esperando, enquanto ele ia ao banheiro. Em poucos minutos, ele voltou.

—Sentiu minha falta,princesa?_sorriu,fazendo pouco da minha cara.

—Idiota!_pensei.

Novamente, pegamos a estrada. Não consigo ver_devido a venda nos olhos_mas sinto o carro em movimento.
Todos devem está preocupados, com a minha ausência. Minha filha deve está sentindo minha falta.
Não sei por que isso tá acontecendo comigo.

Horas depois, sinto o carro parar. Ouço Pedro dizer que chegamos. Ele sai do carro, abre a porta de trás,e me tira de dentro, puxando meu braço com força.

—Ai! Você tá me machucando._falo,sentindo o aperto de sua mão.

—Deixa de manha,e entra logo nessa porcaria!_ele grita,me levando a algum lugar.

Entramos não sei onde,e sou jogada ao chão. Faço um esforço e consigo me sentar_já que não estou com os pés amarrados_sinto passos vindo em minha direção.

—Olha só quem está aqui... Nossa convidada de honra._Melissa diz,em tom irônico.

—Melissa?_penso.

—Surpresa em me ver?_ela pergunta,tirando a venda que cobre meus olhos.

—Tinha que ser você, sua víbora._respondo quando ela tira o pano que amarrava minha boca.

—Pronto, guardei o carro,para não chamar atenção._Pedro diz,se aproximando de nós.

—O que vocês querem de mim? Como você faz isso comigo, Pedro? Me raptou,e trouxe para essa bruxa._falo,chorando.

—Eu te segui. Vi quando você entrou naquele ateliê,e dei um jeito para o seu carro não funcionar. Consegui esse carro de táxi, com um parceiro meu,e fiz o que você já sabe.

—Então quer dizer que, esse é o seu vestido de noiva._Melissa sai e volta com meu vestido em mãos.

—Deixa meu vestido no lugar onde estava!_falo,mas ela não dá importância.

—Você não vai casar com o Fernando,e olha o que eu faço com esse vestido._ela começa a rasgar todo o vestido.

—Não faz isso!_ela e Pedro sorriem,debochando de mim.

—Pedro, por que esse ódio todo, de mim? Eu nunca te fiz nada. Pelo contrário, foi você quem me causou um grande desgosto,quando me deixou "plantada" naquela igreja._falo,entre soluços.

—Você nem imagina, por que eu fiz aquilo,não é?_ele questiona.

—Claro que sei. Porque você não presta. É um canalha!

—Belo raciocínio,mas tirou uma conclusão errada. Sua mãe,foi quem me pagou para não aparecer naquela igreja,e não casar com você. Além disso,éramos amantes. O sexo que você me negava,sua mãe me dava em dobro. Era uma idiotice sua,querer casar virgem. Mas,não foi por isso que te larguei não. Foi pelo dinheiro mesmo,mas para um boêmio como eu, dinheiro não resiste muito tempo. Fiquei sem nada,novamente._ele fala tudo,no maior descaramento.

—Isso não pode ser verdade. É mentira sua!_respondo,chorando.

—Eu tenho provas! Está vendo esse vídeo?_ele mostra o vídeo dele,transando com a minha mãe.

—Que absurdo! Isso deve ser um pesadelo._falo,sem acreditar no que vejo.

—Eu filmei,porque caso sua mãe aprontasse pra cima de mim,eu teria esse vídeo para me defender. Na verdade,esse não é o único. Filmei vários.

—Você não presta!_dou uma cuspida na cara dele.

—E, por acaso,sua mãe presta? Você vai pagar caro,por essa cuspida._ele dá um tapa na minha cara.

—Vamos deixar de conversa fiada! Quero acabar com você,com sua filha,e ficar com Fernando só para mim.

—Não vou permitir que você faça mal pra minha filha,sua víbora._respondo irritada.

—Olha só pra você... O que pode fazer?_ela dá uma gargalhada.

Sei que já é noite,porque não há claridade alguma do lado de fora. Devo ter dormido, movida pelo cansaço. Eles não estão aqui. Esse lugar é horrível. Acho que é um galpão abandonado.
Ouço um passos, alguém vem vindo.

—Trouxe algo para você comer._ele vem trazendo um prato de sopa,e um copo com água.

—Não quero nada,que venha de você.

—Então,vai morrer de fome. E me agradeça,porque se fosse pela Melissa,nem isso você comeria.

—Não vê que estou com as mãos amarradas? Como vou comer?

Ele se aproxima,e coloca a sopa em minha boca. Não deveria aceitar,mas já estou sentindo muita fome.

—Letícia,você é muito mais apetitosa que essa sopa. Meu maior desejo,era te ter em meus braços,e te fazer minha.

—Jamais ficaria com você!_respondo,encolhendo as pernas.

—Se eu quisesse,poderia ter você na marra,agora mesmo,mas não acho graça nisso. Só gosto de transar quando a mulher se entrega,com vontade.

—Mas,não é o meu caso!_respondo.

—Eu sei que não. Mas,se não ficar comigo,não ficará com mais ninguém._ele levanta,e se afasta para falar com alguém,por telefone.

Tento ouvir a conversa,mas não consigo. Temo pela minha vida. Talvez eu não consiga me livrar desses dois.

Abandonada no altarOnde histórias criam vida. Descubra agora