Pagando o que deve

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Saímos correndo do velho galpão, assim que nos aproximamos do carro, uma enorme labareda de fogo, tomou conta do lugar.
Podemos ouvir os gritos agonizantes, de Pedro e Melissa. Eles estavam morrendo queimados. E tenho que ser grato eternamente, por nós três não estarmos lá dentro.
Entramos no meu carro,e imediatamente, deixamos aquele lugar.

Chegamos na casa do meu sogro, Laura e Valesca vieram ao encontro de Letícia, a beijando e abraçando.
Encontramos Felícia brincando no carrinho, assim que nos viu, ela deu um lindo sorriso. Letícia saiu do abraço das meninas,e pegou nossa filha nos braços, beijando a menina,e chorando muito.

-Pedro e Melissa, realmente haviam sequestrado sua irmã._falo,olhando para Laura.

-Eles estão presos?_ela pergunta.

-Estão mortos!_respondo.

-Como morreram?_Valesca questiona.

-Morreram queimados. Melissa quem provocou o incêndio._falo.

-Agora, eles nos deixarão em paz._Letícia diz.

Contamos todos os detalhes às duas,e elas ouvem tudo, atentamente.

-O que mais me doi nisso tudo,é saber que minha própria mãe, armou pra cima de mim._Letícia fala.

-Nossa mãe ajudou a te raptarem?_Laura quer saber.

-Não sei se ela sabia disso,mas ela estava envolvida com o Pedro. Ela deu uma boa quantia em dinheiro,pra ele não casar comigo. E, como se fosse pouco, ainda era amante dele.

-O quê?_todos falam,ao mesmo tempo.

-Isso mesmo,que vocês ouviram. Minha mãe,é uma tremenda vagabunda, uma piranha.

-Meu amor,não se atormente com isso! Esqueça!_eu falo.

-Que tipo de mãe,vocês tem?_Theo fala.

-A pior do mundo._Laura responde.

-Aquela mulher,não é mãe! Nunca será!_Letícia diz.

Pegamos nossa filha,e nos despedimos.
Deixo minha mulher,e minha filha, em casa. Elas precisam dormir, tudo que passamos nas últimas 24 horas, foi muito estressante.
Vou à delegacia, preciso comunicar à polícia, tudo que aconteceu. Espero resolver por completo, essa situação. Não quero ter problemas com a justiça, principalmente tendo a profissão que tenho.

Letícia...

Espero Fernando sair,e vou ao local onde Juliana está morando_a partir de hoje,não vou mais chamá-la de mãe_preciso esclarecer toda essa história com ela.
Pego minha filha, coloco no carro,e a levo comigo.

Minutos depois, estou de frente ao lugar que a perua vive. Tiro minha bebê do carro,e entro no local.
Encontro a porta do quarto dela, aberta. Entro,e vejo um bilhete, em cima da estante.

Para Letícia

Nunca te amei como uma mãe, ama um (a) filho (a).
Nunca desejei ser mãe, mas a sociedade nos obriga, a gerar uma criança em nosso útero, depois colocá-la para fora,e sermos chamadas de mãe.
Nunca amei você, nem a sua irmã, com esse amor maternal e incondicional, que as pessoas falam.
Eu descobri que Pedro era um homem ambicioso,e paguei uma boa soma de dinheiro, para ele não casar com você.
Eu fui amante dele, durante um bom tempo. Enquanto você negava dormir com ele, eu aproveitava todos os dias.
Sempre guardei esse segredo à sete chaves,mas agora, Pedro está me chantageando com vídeos que filmou de nós dois.
Eu não tenho dinheiro para dar,e já sei que ele te contou o que eu fiz. Sei que nenhum de vocês, vai me perdoar. Por isso, estou indo embora para longe daqui.
Eu não participei do seu sequestro, porém, quando fiquei sabendo não fiz nada para impedir.
Quero que você e Laura, me esqueçam! Nunca mais, voltarei!

Assinado: Juliana.

Que mulher covarde! Parece que essa, só tem defeitos, porque não consigo encontrar qualidades.
Não vai fazer falta, porque ela nunca fez questão de preencher esse vazio, que sinto no coração, por falta de uma mãe.

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Juliana, horas antes...

Vou embora daqui, enquanto há tempo. Aquele desgraçado contou toda a verdade para Letícia. Ela vai me odiar pro resto da vida,e não vou ter quem me ajude, financeiramente. Não tenho mais nada, a fazer neste lugar. Vou tentar me virar, de alguma forma.
Pedro fica me chantageando,e quando Armando descobrir que foi corno, pode até tentar arrancar dinheiro de mim_dinheiro que não tenho_a pobreza me persegue.
Vou levar comigo, essa garrafa de champanhe, que Pedro me deu, antes de brigarmos. Tem um cartão preso à garrafa.

Para a mulher mais fogosa que conheço. Apenas um gole,e você irá a onde nunca sonhou ir...

Pelo menos, ele sabe ser romântico. Pego a garrafa, dou um gole,e a levo para o carro. Coloco minhas bolsas no automóvel, entro e sigo a estrada, para qualquer lugar longe daqui.

Após mais ou menos meia hora dirigindo, sinto minha visão ficando turva, sinto náuseas,e minha cabeça começa a girar. Já estou acostumada a beber,e nunca me senti mal por isso. Até porque, só tomei um gole. Será que aquele maldito, colocou veneno nesse champanhe?
Agora entendi, o significado do cartão, que veio junto com a bebida. Mas, eu mato aquele infeliz.

De repente, começa a chover,aparece um caminhão de mudança na frente do meu carro, eu não consigo enxergar direito, não consigo desviar, o freio não funciona.
Será que, além de colocar veneno no champanhe, ele ainda cortou os freios do meu carro?
Socorro! Eu vou baterrrr...
Vejo um clarão em minha frente...
Respiro pela última vez...

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Mais uma que se vai...
Ficaram com dó da Juliana?
Acham que ela mereceu isso?
Beijos!!!

Abandonada no altarOnde histórias criam vida. Descubra agora