Canção de um servo.

Bárbara - A decepção.

Já haviam se passado seis meses desde que Diego havia beijado Bárbara pela primeira vez.

Ele havia implorado para que ela não contasse nada a ninguém, que aquilo havia sido apenas um deslize e que nunca mais iria acontecer, então não tinha necessidade de contar nada.

Bárbara mesmo receosa, atendeu ao pedido de Diego. Mas aquilo era uma desilusão, por mais que "tivesse sido o primeiro e Diego jurasse que não ia mais fazer aquilo, ele havia tentado mais três vezes e Bárbara não imaginava no buraco que estava se metendo.

Ela sabia que deveria pedir ajuda, mas Diego sempre pedia segredo, prometia que iria namorar com a garota, que falaria com o Pastor, mas depois dá última tentativa do beijo, Diego sumiu.

Bárbara não sabia nada do rapaz, por mais que o procurasse ele parecia nunca ter existido, ela não o via na igreja e nem na faculdade. Então decidiu deixar para lá o que tinha acontecido, mas algo dentro de si a acusava mesmo ela tendo pedido perdão a Deus e se humilhado diante dEle, algo não estava certo.

Foi quando Bárbara se revoltou contra aquele sentimento de culpa e estava decidida a contar tudo para o Pastor Titular. Se tivesse que perder o uniforme, assim seria! Ela não aguentava mais aquela dor.

Então resolveu se arrumar e ir até a igreja conversar com o Pastor.

Quando chegou à igreja o Pastor estava conversando com Susana, o que ela estranhou. Sua amiga estava aos prantos, ela nunca a tinha visto daquela forma. Assim que o Pastor terminou o atendimento a chamou:

-Bárbara, por favor, venha até aqui.

-Senhor?

-A Obreira Susana quer conversar com você. -Ele estava sério. O Pastor sabia dos sentimentos que Bárbara tinha por Diego, ela já havia conversado com a esposa dele sobre isso. -Se precisar de mim estou no escritório e só me chamar, ok?

-Sim, senhor... -Bárbara respondeu receosa, sem entender o que estava acontecendo.

-Me desculpa, Bárbara! -Susana implorou com os olhos vermelhos.

-Te desculpa pelo quê? -Bárbara pensou em se sentar, mas o nervosismo sobre o que estava prestes a ouvir não deixou.

-Eu e o... Eu e o Diego... -Ela olhou para o teto como se pedisse ajuda. -Nossa, como é que eu vou te explicar isso?

-O que tem você e o Diego? -Bárbara perguntou com o coração na mão.

-Nós... Nós...

-Vocês o quê? -O silêncio de Susana era uma tortura. -Está me deixando aflita.

-Nós caímos, Bárbara! -O choro era inevitável, Susana nem conseguia respirar direito de tanto que chorava.

-Vocês o quê? -A voz de Bárbara saiu descrente do que estava  ouvindo. -Como assim? Você era a minha amiga! Sabia que eu gostava dele! -Os olhos de Bárbara se encheram de água.

-Eu sei... Me desculpa, quando ele disse que não queria mais o Altar, eu achei que você não iria querer mais nada com ele. Quando ele se aproximou de mim eu falei de você, mas ele disse que vocês não tinham nada um com o outro.

-O quê? -O peito de Bárbara afundou. -Quando ele disse isso?

-Uma semana depois que ele saiu do IBURD, disse que o chamado dele não era o Altar e que nós iríamos prosperar juntos no Átrio. Mas ele acabou saindo de obreiro também, eu não sabia disso, eu juro! O Pastor disse que anunciou isso no dia em que tínhamos ido para o Templo de manhã com o FJU.

-Eu não acredito! -Ela levou a mão sobre a boca. -Ele não me disse que não era mais Obreiro, se eu soubesse disso antes, eu teria... -Bárbara conteve suas palavras e um buraco  enorme pareceu abrir em seu peito a dor era muito grande e a sufocava, ela olhou para Susana e seus olhos arderam em raiva. -O que você fez não tem perdão!

-Bárbara, deixa eu explicar as coisas...

Bárbara saiu da igreja, ela não aguentava ficar lá dentro depois de tudo o que soube. Como Diego pode fazer aquilo? Ele a usou, a enganou e ainda caiu com a sua amiga, uma das suas melhores amigas! Susana era tão próxima de Bárbara que havia sido levantada a Obreira junto com ela.

Quando Bárbara chegou em casa sua mãe estava na sala lendo a Bíblia, e se assustou ao ver Bárbara naquele estado.

-Filha, o que aconteceu?

-O Diego, mãe...-Ela já estava soluçando de tanto chorar.

-Eu vou pegar uma água para você, e aí você me conta tudo, ok?

Bárbara tomou a água, mas as lágrimas não paravam de escorrer de seu rosto.

-Filha, me conta, o que aconteceu?

-A Susana e o Diego caíram!

-Como assim?!

-Eu não sei, só sei que eles caíram e que ele já não e Obreiro já faz seis meses...

-Como assim, filha? Ela caiu com ele? -Sua mãe a olhou preocupada, não sabia nem quem estava mais atingido por aquela situação, ela pegou as mãos de sua filha e acariciou. -Eu já sabia que ele não era mais Obreiro, achei que você soubesse também!

-Eu não sabia, ele não me conto nada mãe, se eu soubesse... -Ela não conseguia mais dizer nada apenas abraçou forte a sua mãe.

IzabelaGomesGA