Canção de um servo.

Bárbara - Dificuldades em seguir em frente.

"O dia está tão bonito! Obrigada, Deus por essa oportunidade e por me usar dessa maneira mesmo eu não sendo nada".

Bárbara falava com Deus enquanto se olhava no espelho com o vestido novo e aquele ela iria querer usar todos os dias da sua vida. Seu uniforme novo de Obreira ficava perfeitamente encaixado em seu corpo, que mesmo depois do nascimento de Gustavo estava lindo, nem parecia que ela tinha tido um filho.

Hoje era o dia da sua consagração de Obreira e ela teria que levar sete pessoas para o Templo de Salomão e mais sete da reunião das dezoito em sua Igreja, mas isso não seria problema ela amava as almas e as convidava com muito amor para irem a Igreja e conhecer o que ela conheceu.

Tudo parecia perfeito, ela levou os convidados para o Templo e teve a sua consagração que havia sido linda e nas dezoito também, mas uma palavra que o Bispo havia dado jamais sairia de dentro dela.

"Hoje vocês estão tomando a decisão de não serem mais senhores de si mesmo, para onde Deus mandar, vocês irão com alegria e muito amor. Deus irá usar cada um de vocês para ganhar muitas almas, mas tenham disposição para isso e espírito de servo".

Bárbara faria isso, ela serviria a Deus e faria a sua vontade acima de tudo.

***

Já haviam se passado alguns meses que Bárbara havia se tornado Obreira e o Pastor achou que já estava na hora dela recomeçar a sua vida e esquecer  de uma vez por todas Tárcio.

Ele já havia comentado de um Obreiro que ele conhecia para Bárbara mas ela insistia que não era necessário e que não queria conhecê-lo. Mas de tanto insistir ela acabou cedendo para conhecer esse tal Obreiro. O Pastor então marcou um encontro no Templo em uma reunião de Obreiros, eles se encontrariam no poço após a reunião que aconteceria no domingo a tarde.

Após a reunião, Bárbara esperava Arthur no poço como o combinado. Era quase impossível não vê-lo chegar, ele era um homem de alta estatura, branco, com olhos mais verdes que ela já havia visto e com os cabelos loiros lisos de deixar qualquer mulher de boca aberta.

Ele logo a viu também, Bárbara era uma mulher muito bonita e sua aparência de menina chamava muita atenção.

-Boa tarde! Você é a Obreira Bárbara?

-Sou eu, sim. -Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo. -Arthur, certo?

-Isso. -Ele a cumprimentou e sorriu. -Podemos tomar um café ? Vai ser aqui do lado perto da central da EBI.

-Claro, podemos sim!

-Então vamos.

Bárbara queria avisar a Carol onde iria tomar o café, mas como eles estariam do lado da EBI, Carol os veria lá quando fosse buscar Gustavo.

Eles se sentaram e conversaram por vinte minutos sobre a Obra, quando Carol apareceu com Gustavo.

-Bárbara! Até que enfim eu te encontrei.

-Imaginei que estava ficando louca já, deixa eu te apresentar. -Ela esticou o braço indicando. -Esse aqui e o Obreiro Arthur.

-Oi, tudo bom? -Carol ficou sem graça ao perceber a situação. -Bom, toma aqui seu celular, eu vou levar o Gustavo para a casa depois nos vemos.

-Tá bom! Obrigada.

Assim que Carol saiu Bárbara pode perceber que Arthur parecia incomodado com a situação.

-Me desculpe pela situação, eu precisava pegar meu celular.

-Tudo bem, ela é Obreira?

-A Carol? É sim, uma super amiga minha.

-Ela é casada?

-Não, por quê?

-Porque ela estava com uma criança, é alguma coisa dela?

-Ela é como uma segunda mãe para ele.

-Hum, que bom! A mãe dele não é da igreja?

-A mãe dele é Obreira!

-Hum, que estranho ela não vir pegá-lo.

-Porque ela está tomando café com o senhor.

-Perdão? -Ele a olhou confuso.

-O Pastor não disse que eu tinha um filho para o senhor?

-Não! Ele não me disse nada disso, você já foi casada?

-Não! É uma longa história.

-Olha, Obreira... Eu vou ser bem sincero, eu gostei muito de conhecer a senhora e mesmo que seja pouco tempo a nossa conversa foi muito boa, porém eu não sabia que a senhora tinha um filho.

-Eu sei isso muda as coisas, né?!

-Um pouco, olha eu preciso pensar se é isso que eu quero um relacionamento com alguém que já tenha um filho se eu ver que posso viver com isso eu entrarei em contato com a senhora.

-Tudo bem! Eu entendo que não seja algo fácil de se aceitar, acho melhor irmos então né!

-Eu prefiro ficar mais um pouco aqui para pensar, mas a senhora pode ir se quiser.

-Eu acho melhor, espero respostas. Independente de qual seja ela.

-Ok.

Bárbara saiu da mesa se segurando para não chorar na frente de Arthur, por mais que ela não tivesse ficado interessada nele era difícil ver que muitos não iriam querer ter um relacionamento com ela por causa do seu passado e pior pela existência de Gustavo.

IzabelaGomesGA