Tárcio - Bárbara seguindo em frente.

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Tárcio olhou mais uma vez para o Templo enorme que se estendia a sua frente. Já fazia três semanas que ele havia sido transferido para São Paulo e ele só pensava que quase tinha perdido tudo aquilo por causa apenas de um sentimento.

Que honra era estar ali, e ele sabia que nada do que fizesse seria capaz de retribuir o amor que Deus tinha para com ele.

Tárcio se aproximou das bandeiras juntamente com alguns Pastores que esperavam o Bispo dar ordem para eles trabalharem na reunião, quando ele a viu.

O rapaz esfregou os olhos com medo de estar sendo enganado, mas era ela. Alguns anos poderiam ter se passado, mas Tárcio reconhecia o caminhar leve, o sorriso simpático e a simplicidade tão aparente.

-Bárbara... -Tárcio sussurrou.

Bárbara estava linda, vestia um vestido azul claro que realçava ainda mais a cor de sua pele. Havia muitas pessoas na Esplanada do Templo e dificilmente ela o enxergaria a menos que Tárcio caminhasse até ela.

Apenas cinco metros os separavam... Sem se conter o rapaz deu um passo a frente, mas antes que pudesse fazer qualquer besteira, um garotinho pequeno saiu correndo até Bárbara.

-Gustavo! -Ela o repreendeu. -Você não pode correr aqui!

O garoto e Bárbara se pareciam... Seria irmão da moça? Tárcio sabia perfeitamente que Bárbara não tinha nenhum irmão... A menos que o pai dela houvesse se casado novamente.

-Dicupa, mamã! -O garoto sorriu travesso se prendendo na perna da moça.

Mamã? Tárcio engoliu em seco. Mamãe? Não podia ser! Bárbara tinha um filho?

Mas logo em seguida veio o baque maior, um homem alto, com os olhos claros se aproximou de Bárbara sorrindo para ela e agachando até Gustavo e tirando algo do bolso:

-E aí, campeão? Olha o que eu trouxe para você!

Tárcio engoliu em seco. Bárbara tinha seguido com a sua vida e ele estava ali parado.

Seus olhos se encheram de água e um nó se formou em sua garganta, quando Tárcio não aguentava mais olhar para aquilo, ele se virou batendo de frente com o Bispo.

-Opa!

-Bispo!

-Você é o Pastor de Minas, não é?

-Sim, senhor. -Ele gaguejou.

-Tá chorando?

-Não, senhor.

-Não minta para mim.

-O Templo.

-O que tem ele?

-É muito bonito.

O Bispo franziu as sobrancelhas:

-Ok, acho melhor você parar de observar Templo e mãos a Obra.

-Sim, senhor.

-Você vai ficar no elevador do prédio da EBI.

Canção de um servo.Onde histórias criam vida. Descubra agora