Canção de um servo.

Tárcio - "Eu quero te trazer pro céu!"

Eu tenho visto tudo o que você tem passado
Que o brilho desse mundo todo dia tenta te roubar de Mim
Eu tenho ouvido as suas orações Me suplicando
Pedindo forças pra continuar de pé e prosseguir
…
Eu sei que não é fácil, Meu filho
Mas não se renda pro pecado seja forte Eu acredito em você
Eu sei que você pode fazer coisas que vão Me surpreender
Não se esqueça dos planos que Eu fiz com você
…
Você precisa ser forte Meu filho
Pois todo dia o inimigo em Minha presença tenta te acusar
Mas quando Eu olho pra sua fidelidade da orgulho de falar
Eis ali o Meu servo integro e fiel
…
Eu quero te trazer pro céu
Aguenta firme pois em breve Eu tô voltando ai pra te buscar
Você não faz ideia do que preparei pra receber você aqui Meu filho
Do Meu lado é seu lugar

Tárcio cantava baixinho para si, por mais que as coisas estivessem difíceis, ele sabia que Deus se agradava da sua sinceridade e fidelidade.

A cada segundo, ele fazia de tudo para expulsar os pensamentos que tinha sobre Bárbara. Já fazia muito tempo e ele se perguntava como ela estava... Será que ela tinha voltado a ser Obreira? Será que ela estava bem? Firme na fé? Será que ela ainda pensava em Tárcio?

O rapaz balançou a cabeça para afastar esses pensamentos e continuou cantando para si.

-Ora, ora se não é o Tárcio cantor! -Júlio César apareceu. -Sempre soube que tinha parte com o coral de anjos lá do céu!

-Para de ser besta, César. Eu era tecladista na igreja em que fui levantado.

-Que beleza, então você vai gostar de algo. Vem comigo! -Ele começou a andar e Tárcio o seguiu. Era sábado a noite e não tinha mais ninguém no salão, apenas eles dois.

Júlio César se aproximou do teclado e tirou o pano que o cobria.

-Quero ver você tocando.

-Mas eu posso mexer nesse teclado?

-É claro, Tárcio! Eu toco nele todo o santo dia.

Tárcio se sentou no pequeno banco e olhou para as teclas. O rapaz não gostava da música simplesmente porque todo mundo falava que ele sabia tocar, mas era algo mais profundo, o puro louvor que ele podia dar ao seu Deus.

Ele começou a tocar algumas notas que eram tão familiares para ele. Aquela música havia sido a primeira que ele havia aprendido a tocar, e a música que havia sido tocada quando ele foi levantado a Obreiro.

Eu quero estar plantado
No centro da Tua vontade Meu Senhor
Eu quero ser regado
Com as águas do Espirito Santo

-O que vocês estão fazendo? -O Pastor Kléber gritou do outro lado do salão. -O que VOCÊ, Tárcio, pensa que está fazendo?!

-Nada, senhor... Eu estava apenas tocando... -Tárcio se levantou e abaixou a cabeça.

-E quem você pensa que é para tocar nesse teclado? Quem deixou?

-Eu deixei, Pastor...

-O que eu falei para você Júlio César? -O rosto do Pastor Kléber escureceu e Tárcio sabia que dali viria uma bronca daquelas.

-O senhor precisa ser mais específico, Pastor. O senhor tem me falado muitas coisas.

Tárcio segurou o ar, às vezes Júlio César andava na corda bamba.

-O que eu disse sobre ter contato com o Tárcio?

-Que não era para ninguém conversar com ele...

-E então?

-Pastor, eu não acho certo...

-JÚLIO CÉSAR, a Obra não acha, você vai lá e faz!

-Sim, senhor. -Júlio César concordou abaixando a cabeça.

-Você não irá tocar nas reuniões por três semanas, e você Tárcio vai procurar o que limpar! Tocar não vai te trazer de volta para o Altar. -Ele terminou de falar e saiu.