Bárbara - Mais uma longa espera.

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Já haviam se passado três meses que Gustavo estava em casa, ele era a maior alegria, todos queriam vê-lo, pegá-lo e a casa quase nunca estava vazia, o que era bom.

No domingo após a reunião o Pastor Rodríguez chamou Bárbara para conversar.

-Bárbara, senta aí, minha filha.

-Aconteceu alguma coisa, Pastor?

-Você lembra que eu ia te levar para a Sede para que você pudesse ser entrevistada?

-Sim, senhor! Mas no dia da entrevista o Gustavo resolveu vir ao mundo. -Ela riu para si.

-Exatamente, e agora eu sei que fica ruim você fica andando com ele pra lá e pra cá, mas você ainda quer ser Obreira?

-É tudo o que eu mais quero!

-Então volta a tarde porque o Pastor Regional vai estar aqui.

-Sim senhor, que horas eu tenho que estar aqui?

-Vem umas três horas da tarde.

-Sim senhor.

Bárbara saiu do escritório do Pastor e foi para a casa com Carol, a moça passava todo domingo com eles para ajudar Bárbara no que precisassem.

-Eu não sei como vou fazer para ser entrevistada. -Bárbara estava preparado o almoço.

-Ué, vai lá e o Pastor vai fazer as perguntas e você responde, simples.

-Não é por isso, é pelo Gustavo, você sabe não dá para parar no meio da entrevista para amamenta-lo! Já pensou eu falando: "Só um minuto, Pastor vou dar de mamar para o meu filho. -Ela riu acompanhada de Carol. -Não dá né!

-Faz assim, vai para a entrevista e deixa o Gustavo aqui comigo.

-E o leite?

-Você tira e deixa na bolsa térmica, ué! Para de complicar, você vai nessa entrevista e tudo vai dar certo, mas agora vamos comer!

-Vai dar certo. -Bárbara disse para si mesma. -Então vamos comer.

Depois do almoço Bárbara se arrumou e deixou tudo certo para que Gustavo não passasse fome e foi para a entrevista.

Quando Bárbara chegou na Igreja a reunião das três iria começar, então ela subiu para o escritório do Pastor onde ele e o Regional já a esperavam.

-Boa tarde, Pastores!

-Bárbara! Entre. -Seu Pastor estava com um sorriso diferente.

-Finalmente vamos fazer essa entrevista menina, você está dando muito trabalho.

-Desculpa, Pastor! Eu ainda estou colhendo o que plantei.

-Eu sei disso, já soube de tudo o que aconteceu, mas o que eu quero saber não é do seu passado e sim do seu presente e futuro.

A entrevista durou meia hora, e Bárbara passou, ela só precisava preencher uma última ficha e oficialmente estaria no CPO. Mas como a impressora estava sem tinta ele teria que voltar amanhã para pegar.

Assim que Bárbara chegou em casa pode ouvir o choro de Gustavo e saiu correndo ao seu encontro, e viu Carol desesperada.

-O que está acontecendo? -Ela gritou.

-É o Gustavo, ele não quis pegar a mamadeira.

-Nossa, quer me mata de susto? -Ela pegou Gustavo se sentando em sua cama.

-Ainda bem que você chegou, eu já não sabia mais o que fazer.

-Realmente Carol, você não tem jeito para ser mãe! -Eas riram.

-Não mesmo! É por essas e outras que eu não quero filho, o Gustavo me basta. E como foi a entrevista?

-Foi bem tensa mais eu passei, amanhã eu tenho que ir lá para pegar a última ficha.

-E por quê já não pegou?

-Não deu, a impressora estava sem tinta.

-Essa impressora sempre faz isso.

No dia seguinte Bárbara foi pela manhã na igreja queria pegar a sua ficha.

-Boa tarde, Pastor!

-Bárbara, tudo bem? -O Pastor Auxiliar lhe estendeu a mão.

-Sim senhor, cadê o pastor Rodríguez?

-O vento soprou, Bárbara.

-Como assim? Ele foi embora?

-Foi sim, ontem depois da última reunião.

-E agora? Eu ia começar no CPO.

-Já, já o novo Pastor desce.

-Tudo bem, eu vou esperar então.

IzabelaGomesGA

Canção de um servo.Onde histórias criam vida. Descubra agora