[...] Mary deixou o quarto e foi para o seu. [...]
De manhã com o ar gelado no quarto e o conforto dos braços de John, Natasha teve dificuldades em querer abrir os olhos. Encolheu os ombros tentando espreguiçar-se, e por fim abriu os olhos avistando a parede do outro lado do quarto e depois o jovem rapaz que ainda estava dormindo:
- Hmm! John – Sorriu ainda sonolenta. Suspirou, e foi então que notou que ainda estava no quarto dele – John? – Olhou em volta – Oh! Meu Deus, eu dormir aqui – Ela se afastou virando de costas e então viu o relógio em cima do criado. Arregalou os olhos quando viu a hora, já devia estar na agência há quase uma hora – Oh! Essa não. Haa – Num esforço de tentar pegar o relógio acabou caindo da cama.
John acordou com o barulho apoiando as mãos na cama e sentando:
- O que foi? Nat? – Olhou para o lado.
- Ah! Aqui – Se apoiou na cama e ficou de pé.
- Você caiu?
- Sim – Passou a mão sobre o cotovelo – Eu estou super atrasada, preciso ir para casa tomar banho e trocar de roupa. Vou ter que voar ate a agência. Arg! Minhas roupas, onde estão? Ah – Saiu correndo do quarto ate a mini sala de cinema.
- Espera – John empurrou o lençol e foi atrás dela – Nat.
- Droga! – Tirou a blusa que estava usando e toda desajeitada tentou colocar o vestido – Pode me ajudar?
- Há! Há! Ha! Espere um pouco – Achando graça ele se aproximou dela e puxou o vestido e fechou o zíper – Pronto. Acho que não precisa se apressar tanto.
- Ah preciso sim, meu pai adora pontualidade dos seus funcionários, e eu estou hiper atrasada. Ficamos conversando por tanto tempo que acabei pegando no sono e esqueci completamente que tinha trabalho no outro dia – Falava enquanto procurava seus sapatos.
- Então não pretendia dormir aqui comigo – Respirou fundo – Eu sinto muito, acabei prendendo você aqui.
Ela parou o que estava fazendo e olhou para ele:
- John – Se aproximou dele tocando seu rosto e ficando na ponta dos pés – Eu não me arrependo de ter passado a noite aqui se é isso o que está pensando.
- Você ia para casa ontem
- Sim, eu ia – Confirmou – Mas não fui, e que bom que me prendeu aqui, não lembro a última vez que dormi tão bem sem acordar nenhuma vez à noite – Sorriu erguendo os ombros.
- Desculpe – A abraçou.
- Não tem que se desculpar, meu travesseiro era tão gostoso que me fez perder a hora – Sorriu referindo-se a ele.
- Fico feliz em ser útil – Olhou vidrado para aqueles olhos brilhantes – Foi muito bom dormir com você. Eu disse que estava viciado em você.
- Hmmm! É muito bom saber disso, assim fico mais tranquila em saber que só tem olhos para mim – Deslizou seus dedos por entre os cabelos dele.
- Desde o dia em que vi você – Lhe deu um rápido selinho.
- É bom mesmo – Brincou. Nat pressionou os lábios e olhou para o rapaz – John desculpe se o que eu disse agora pouco tenha sido interpretado de uma maneira errada, eu adorei ter ficado aqui, mas o único problema nisso é que meus pais ainda não sabem de nós dois, e não é um costume meu dormir fora de casa, e principalmente chegar atrasada no trabalho. E sinceramente não sei qual desculpa vou dar a eles, ate porque eu sempre saio junto com meu pai.
- Eu entendo, mas nós precisamos arrumar isso, quero que passe mais tempo aqui comigo.
- Eu sei – Deslizou suas mãos pelo rosto dele – Prometo que vou conversar com eles, ok? Só preciso encontrar um bom momento.
- Parece ate que estamos fazendo algo errado
- É só pelo meu pai, ele nunca gostou muito dos meus namorados, mas talvez com você seja diferente, já que é filho do melhor amigo dele e viu você crescer.
- Estou contando com isso. E espero que ele aceite, pois não pretendo ficar longe da filha dele – Falou perto do ouvido dela lhe dando um beijo na bochecha.
- Há! Há! Também não quero ficar longe de você – Olhou para o relógio no pulso – Exceto nesse instante, eu preciso ir embora – Se afastou dele e se abaixou perto da cama pegando seus sapatos.
- Espera, você quer almoçar comigo hoje?
- Se eu conseguir me livrar de todo o trabalho que o papai vai me dar como castigo pelo atraso eu juro que aceito seu convite. Eu ligo para você mais tarde – Chegou perto dele toda agitada ficando na ponta dos pés tocando o rosto dele com uma das mãos e lhe dando um selinho demorado – Eu adoro você – O beijou novamente – Nos falamos depois, tchau! – Acenou saindo apressada do quarto.
- Bom trabalho – Respondeu sentindo o vazio no peito quando ela foi embora.
Natasha desceu as escadas quase correndo, a sala de jantar ficava a vista da sala e quando a morena correu para o elevador Mary estava na mesa tomando seu café e ficou surpresa quando a viu:
- Natasha querida – Ficou de pé olhando-a.
- Hã? – Parou e olhou para trás – Oh! Senhora Harris, bom dia.
- Aonde vai com tanta pressa? Está fugindo por acaso?
- Ah! Não, não, é que perdi a hora e preciso ir
- Não quer tomar café primeiro?
- Oh! Não, obrigada senhora Harris, mas eu preciso chegar em casa me trocar e correr para o trabalho. Nosso café fica para a próxima.
- Há! Há! Tudo bem, tenha cuidado.
- Obrigada, ate mais – Correu para o elevador e apertou o botão chamando-o. Em poucos segundos ele chegou, quando entrou avistou John descendo a escada com toda a sua beleza vestindo apenas a calça de dormir. Ela suspirou admirada e tocando os lábios com a mão mandou um beijo para ele. O rapaz sorriu apaixonado. As portas se fecharam e ela se foi. Quando chegou ao estacionamento saiu do elevador quicando tentando calçar seu sapato, correu para o seu carro.
John andou ate a mesa do café e beijando a cabeça de sua mãe sentou ao lado:
- Bom dia mãe
- Bom dia querido, quer comer o que?
- Só café
- Ah não, você precisa comer algo, o café da manhã é a refeição mais importante do dia – Pegou uma xícara e colocou café e leite, depois pegou um prato pequeno e colocou dois pedaços de sanduíche.
- Há! Há! Mãe ate quando vai continuar me tratando como criança?! – Pegou a xícara e em seguida o prato.
- Ate você aprender a comer direito – Respondeu com ironia – Mas então, a Natasha saiu correndo daquele jeito só porque estava atrasada mesmo ou aconteceu algo mais?
- Ela estava atrasada, dormiu demais e esqueceu o trabalho – Sorriu pegando sua xícara.
- Para esquecer assim do trabalho, a noite deve ter sido boa – Falou olhando para o lado enquanto bebia seu café.
- Mamãe
- O que? Ora! Por favor, eu sabia muito bem o que ia acontecer aqui, não nasci ontem.
- É, mas falar sobre isso com você é embaraçoso. Tenho certeza que nunca comentou algo assim com meu avô.
- É nunca disse nada, mas aquele era outro tempo.
- De qualquer forma, não vou tocar neste assunto com você. Isso é particular, meu e da Natasha.
- Hmm! Entendo – Pendeu a cabeça para o lado concordando – Mas pelo menos já a pediu em namoro.
- Não mãe, eu não pedi.
- O que? – Olhou para ele de boca aberta – Não pediu? John ficou maluco? Está querendo se divertir com ela? Natasha é uma moça de família, se os pais dela souberem disso nem imagino como vão reagir.
- Por Deus mãe, é claro que não quero me divertir com ela, acha mesmo que se fosse só isso já não teria esquecido isso depois da viagem?! Eu já disse, estou apaixonado por ela e quero que tudo de certo.
- Se é assim então porque ainda não estão namorando?
- Porque ela quer que eu decida que tipo de relacionamento nós teremos
- Ela quer?
- Sim. Eu contei a ela sobre meus fracassados relacionamentos e como todos terminaram. Eu pedi que decidisse o que há entre nós, mas ela achou justo eu escolher.
- Nossa! Devo admitir essa menina sabe ser objetiva
- Pois é! Ela disse que se escolhesse seria muito fácil e injusto, por isso deu essa tarefa a mim. Quer que eu decida apenas quando estiver confiante o suficiente sobre o que quero.
- Estou gostando cada vez mais dela. Ela se importa com seus sentimentos, seus medos e tenho de concordar se caso ela decidisse seria muito óbvio a resposta, namoro. Mas em vez de cobrar isso de você ela está lhe dando a chance de decidir, rever seus sentimentos, escolher o certo.
- Sim, eu entendi porque ela fez isso, e só fez eu me apaixonar ainda mais.
- Eu espero que você decida logo, se realmente a quer por perto não há muito que pensar, mas se não está seguro com essa relação reveja com cuidado seus sentimentos.
- Eu vou fazer isso mãe, não se preocupe – Sorriu tornando a pegar seu sanduiche.
Natasha já havia chegado em sua casa, tomado banho e agora terminava de se arrumar, pegou um vestido rosa claro solto e uma sapatilha. Estava passando o batom quando Ethan bateu na porta e entrou:
- Nat?
- Oi
- Pelo jeito está bastante atrasada – Entrou no quarto e sentou na cama – Papai veio cedo no seu quarto te acordar, por sorte eu já estava de pé e sabia que não tinha passado a noite aqui então menti dizendo que havia chegado tarde ontem e que ficou trabalhando ate de madrugada, ele deixou que você dormisse mais um pouco, mas que era para ir para a agência logo depois. Traduzindo, ele não entrou no seu quarto e eu impedi um chilique.
- Jura? Ah obrigada irmão – Se aproximou dele segurando seu rosto e lhe dando um beijo na bochecha – Você é o melhor irmão do mundo.
- Sei, sei. Mas agora me responde, onde passou a noite?
- Err... – Puxou o ar voltando para sua penteadeira.
- Não vai dizer que estava com um cara – Falou com desgosto – Se for isso eu quero saber quem é e onde mora.
- Ethan tem muitas coisas que eu preciso organizar, então não me pergunta isso agora – Caminhou para perto dele tocando seus ombros – Você logo saberá tudo, mas eu tenho que acertar algumas coisas.
- Nat faz tanto tempo que você não fica com ninguém, ou melhor, dorme com alguém, e esconder isso de mim não está certo. Diz quem é ele.
- Irmão eu só peço que confiei em mim – Sorriu – E exatamente por eu estar há bastante tempo sem ninguém que acabei dormindo fora de casa, não é algo sobrenatural – Ficou de frente para o espelho ajeitando os brincos.
- Para mim é sim, saber que alguém está transando com minha irmã me deixa furioso e enjoado.
- Há- Há Engraçadão, eu poderia dizer a mesma coisa a você. Ao contrario de mim eu fico apenas com uma pessoa e você pega varias às vezes em uma só noite.
- Ponto para você – Resmungou.
- Há! Há! Eu preciso ir – Pegou sua bolsa e se aproximou dele dando outro beijo no rosto – Ate mais.
Quando John chegou à revista sua secretária veio correndo lhe entregar as tarefas do dia, ligações e todo o resto:
- Obrigado Brenda, qualquer coisa eu chamo você – Respondeu dispensando-a. Quando estava chegando a sua sala Sam apareceu:
- E aí John.
- Oi Sam – Sorriu.
- Que sorriso é esse? – Cerrou os olhos, desconfiado.
- Como assim? É um sorriso ora! Estou cumprimentando você, algum problema?
- Sim, todos. Todas as vezes que me cumprimenta você sorrir puxando o canto da boca, e esse foi um sorriso completo.
- Que besteira – Entrou na sua sala e Sam veio atrás.
- Sabe que nada escapa de mim – Chegou perto da mesa dele – Esse sorriso besta na cara ultimamente só pode significar uma coisa, Natasha. O que ela fez com você?
- Há! Há! Há! Acho que você e minha mãe deveriam gerenciar minha vida privada, adoram fazer esse tipo de pergunta – Ligou seu computador.
- Você é meu amigo, e gosto de estar a par de tudo o que acontece com você, assim quando fizer besteira eu posso apontar o dedo pra você e dizer que te avisei.
- É muito bom saber que você é o tipo de amigo que me ampara na alegria e na dor – Falou ironicamente olhando seus papéis.
- Diz logo John, o que aconteceu ontem? Saíram para jantar? Dançar?
- Hunf! Ela foi para o meu apartamento e nós jantamos lá – Respondeu olhando os papéis e depois para a tela do computador.
- Só isso? Qual é John! Você jamais levaria uma garota para o seu apartamento, aquele lugar sagrado e só jantariam – Enfatizou com as mãos quando falou do lugar – Ah não ser é claro que ela tenha sido o jantar.
- Há! Há! Há! Sam você tem que parar com essa mania de achar que toda vez que encontro com a Natasha nós transamos.
- E ontem foi diferente? – Ergueu uma das sobrancelhas.
Ele segurou a respiração olhando para o lado:
- Não foi – Soltou o ar – Estou feliz porque ela conheceu meu apartamento, jogamos vídeo game, fizemos amor, jantamos e ela dormiu comigo.
- Dormiu com você? Sério?
- Sim, e fazia tempo que não dormia tão bem – Sorriu todo bobo.
- Fazia tempo também que não via você todo sorridente
- Pois é! Ela tem me feito muito bem
- Eu fico muito feliz em saber disso – Sorriu – Mas ficaria ainda mais feliz se eu a conhecesse. É sério cara quando vai me apresentar ela? Eu nem me lembro do rosto dela, vi apenas uma vez há alguns anos atrás, e eu sou seu melhor amigo deveria ter falado com ela há muito tempo.
- Oh! Claro, assim você daria sua sentença se era boa ou não para mim – Voltou a olhar para a tela do seu computador.
- Sim, com base nos seus desgraçados relacionamentos passados eu sou sua única salvação em termo de saber o que é melhor para você.
- Hmm! Não vai ser necessário seu julgamento com a Natasha, eu sei que ela gosta de verdade de mim.
- E como tem tanta certeza?
- Por que... – Olhou para ele com um brilho nos olhos – Porque eu sinto um vazio no peito quando não estou com ela.
- Uau – Fez cara de surpreso – Isso tem cara de amor verdadeiro.
- Hmm?
- Você a ama, da forma mais pura que possa imaginar
- Amor? – Enrijeceu as sobrancelhas pensando a respeito – Não, acho que não, eu...
- John não adianta tentar se enganar, você ama a Natasha desesperadamente, e não precisa me dizer, está aí escrito na sua testa em letras maiúsculas e de cor chamativa. E quer saber? Isso é bom, é ótimo, porque agora você tem certeza que é de verdade, que ela te corresponde na mesma intensidade.
- Eu não sei Sam – Suspirou – Eu tenho medo disso.
- Eu sei que tem, e respeito isso, mas deixa ela te mostrar o contrário, que você pode sim ser feliz com alguém, que passou por todos esses problemas, todos esses relacionamentos, para enfim chegar ate ela e ter tudo o que lhe foi tirado e o que não teve.
- Desde quando sabe tanto sobre o amor?
- Não sei muito, mas quando se trata dos meus amigos eu faço um esforço para entender. E sabe você não me engana... Vocês dois nasceram um para o outro.
- Eu quero acreditar nisso
- Vai dar tudo certo – Concordou.Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Simply, I love you
RomanceO que acontece em Paris deve ser levado para a vida toda. O que você faria se, literalmente, esbarrasse no amor da sua vida na cidade mais romântica do mundo? Natasha Donovan tinha acabado de se formar em Publicidade, e ganhou de seus pais como pres...