Decida você

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[...] Isso era motivo para se ter pesadelo. [...]

No final da tarde, com a lua dando os primeiros raios de luar, John andava impaciente pela sala da sua casa, sua mãe havia saído há meia hora e nenhuma noticia de Natasha deste cedo da tarde. Só que de repente seu telefone tocou, ele atendeu apressado e suspirou aliviado quando escutou a voz dela:
- Oi
- Ah! Oi John
- Onde você está? – Perguntou tranquilo.
- Aqui em frente ao seu prédio
- Já? Bom o meu apartamento é o último, pode subir
- Ok! Daqui a pouco estarei aí – Sentiu ela sorrir do outro lado.
- Estarei esperando – Desligou e sorriu comemorando.
Em exatos três minutos ele escutou o barulho do elevador chegando e as portas abrindo, e saindo de dentro dele em direção à sala a mulher que tirava todo o ar de seus pulmões e lhe causava delírios de amor. Como já esperava ao vê-la ficou sem ar e fascinado, ela estava usando um vestido marrom colado no corpo e salto alto nude.
- Natasha – Ele estava do outro lado da sala, e começou a andar fechando a distancia entre eles.
- John – Nat largou a bolsa e andou em passos largos até ele, quando se aproximou jogou-se literalmente nos braços dele. John a recebeu de braços abertos, tirando-a do chão e girando. Eles começaram a rir.
- Eu senti sua falta – Sussurrou colocando-a de volta no chão.
- Também senti a sua – Olhou em seus olhos. O beijou cheio de ardor e paixão, tirando o pouco que restava do seu ar, mas querendo matar e esquecer a saudade dele nessas horas. Sua noite no hotel foi agoniante sem ele, pensava o tempo todo na noite anterior quando ele a tomou em seus braços e a declarou sua.
- Ah! Natasha você me deixa louco, eu não sei como pude deixar você me convencer a vir sem você. Não sabe como minha noite foi torturante, não parei de pensar em você um só minuto.
- Então nós dois tivemos uma péssima noite. – Apoiou as mãos nos braços fortes dele.
- Dormir apenas uma única vez com você e senti sua falta ao meu lado noite seguinte – Segurou com uma das mãos o rosto dela próximo ao seu. Puxou seu lábio – Uma única vez, e já quero você comigo todos os dias. Levou apenas alguns minutos para eu me acostumar com você em meus braços, sua respiração batendo no meu peito, seu calor misturado com o meu, e quando acordei pela manhã senti falta disso, falta do seu rosto em meu ombro, seu braço em volta de mim e ser a primeira pessoa que esses seus lindos olhos azuis veem quando se abrem. É estranho, mas eu me senti incompleto.
- Ah John! Então sabe o que eu também senti – Deslizou a ponta do seu nariz sobre a bochecha dele – Seu cheiro, seu corpo, seu toque, seu sorriso, sua voz - Segurou o rosto dele como se precisasse de algo para se sustentar antes de cair – Tudo isso me fez falta pela manhã e o resto dia, e ate os poucos minutos dentro do elevador. Eu me acostumei com você, e quando está longe sinto que uma parte de mim está faltando.
- Nat... Agora, com você eu me sinto em paz e completo – Fechou os olhos pressionando seu maxilar – Eu não quero que vá embora.
- Eu não vou – Olhou para ele esperando-o abrir os olhos – Vim para ficar com você. E não vou embora ate me dizer para ir.
- Então vai ficar aqui para sempre – Tomou sua boca em um beijo rápido, mas provocante.
- Desculpe se eu demorei a chegar – Deu alguns selinhos enquanto falava.
- Fiquei um pouco preocupado, você não me ligou desde hoje de manhã, achei que não viria – A beijou outra vez.
- Desculpe, fiquei atolada de trabalho, mal tive tempo de comer alguma coisa – Sorriu.
- Entendo – Cruzou seus dedos atrás da costa dela com a testa recostada a da mesma – Você está linda.
- Hmm! Mentiroso – Fez bico – Quando voltei a tarde nem tive tempo de ir em casa para me trocar e vir para sua casa, eu ia demorar mais.
- Não, você está linda. Esse vestido desenha todo o seu corpo, é perfeito para mim. E esse seu cabelo solto, adoro quando o deixa assim – Deslizou por entre seus dedos uma mecha do cabelo dela.
- Bom já que você gostou não vou reclamar mais
- Perfeito. E não se preocupe, logo vai estar sem ele e seus problemas vão sumir
- Junto da minha calcinha e do meu sutiã eu suponho – Brincou olhando-o.
- Provavelmente – Sorriu mordendo o lábio dela.
- Seu descarado – Beijou o rosto dele – E a sua mãe? Onde ela está?
- Saiu para jantar com a sua – Beijou a testa dela.
- Sério? Hmm! Minha mãe não me disse nada – Olhou para sua bolsa atrás no chão.
- Provavelmente não teve tempo. Ela preferiu sair quando eu disse que você viria aqui
- O que? – Entre abriu a boca – Ah! John eu ainda não falei com meus pais sobre nós dois.
- Não se preocupe, minha mãe é muito discreta, e ela prometeu não falar nada
- Se bem que, eu nem sei exatamente o que nós temos ou o que somos um para o outro – Respirou fundo se afastando dele girando os calcanhares para pegar sua bolsa.
- Você quer ter uma certeza?
- Bem sim, é o mais sensato. Antes de toda aquela confusão você e eu saíamos como duas pessoas que tinham uma amizade colorida – Pegou sua bolsa do chão e a abriu procurando seu celular – Só que nos dois últimos dias as coisas ficaram mais intensas, e depois disso tudo voltou a ficar confuso.
- Na verdade, eu achei que ficou tudo bem claro
- Ficou? Você acha? Bom para mim ainda está tudo confuso – Havia recebido uma mensagem da sua mãe avisando que ia sair com Mary, e que Taylor também sairia em um jantar de negócios e provavelmente Ethan também iria para algum lugar. Deixou o celular de volta na bolsa e a soltou sobre o sofá. Ajeitou os ombros olhando para o belo homem a alguns passos em sua frente – Então John, o que somos um para o outro?
Essa pergunta. A mesma pergunta de seu sonho, a que ficou sem resposta. Ele piscou voltando a atenção a ela e caminhou ate a mesma pegando uma de suas mãos e passando a outra por sua cintura:
- O que quer ter comigo Natasha?
- Eu não sei – Ofegou – O que você quer de mim?
- Eu quero tudo – Apalpou a bochecha dela esfregando o polegar no local.
- E o que seria tudo? – Olhou para a boca dele e seguiu para seus olhos negros intensos.
- Qualquer coisa que você quiser... Amizade, namoro, relacionamento casual, tanto faz, eu só quero você, inteiramente para mim.
- Qualquer coisa é?! Parece tentador – Passou os braços por trás do pescoço dele.
- Você decide
- Não, seria muito fácil eu dizer o que quero, por isso, quando estiver pronto você vai dizer
- Hmm acho melhor você
- John, com seu histórico de relacionamentos fracassados, acho mais sensato e justo com você mesmo se escolher.
- Hunf! Tudo bem, se é assim que quer
- Unhum – Concordou lhe dando um selinho – Por que não me mostra seu apartamento? Vamos ver se combina com você.
- Acho que é ideal para um cara como eu – Afastou-se dela pegando uma de suas mãos e a guiando para o andar de cima.
Como ele mesmo disse, era ideal para um cara como ele, sem muitas extravagancias, exceto quando sua mãe comprava uma e colocava no corredor, como um vaso persa de dez mil euros. Dois quartos de hóspedes muito bem decorados, o quarto de Mary que sempre fica fechado, o de John que ficava no final do corredor, e que era maior do que da sua mãe, uma cama king, duas portas deslizantes que dava para um closet imenso, uma área aberta que dava para ver o centro de Nova York, tudo naquele quarto era tamanho G – E ainda reclamava das extravagancias da mãe. Mas tem algo que chamou a atenção da morena, ou melhor, a deixou paralisada:
- Eu não acredito, é uma sala de cinema – Abriu a boca.
- Acho que sala de cinema é um pouco forte, talvez sala de filme
- E qual a diferença? – Olhou para ele erguendo uma das sobrancelhas.
- A diferença é que essa aqui é bem menor que um cinema, assim como a tela também é pequena, e não têm cadeiras, eu mandei fazer esse sofá, é mais confortável – O sofá era quadrado e bem grande sem espaço vazio no meio, completamente fechado e muito fofo, várias pessoas podiam sentar ou deitar.
- Oh Meu Deus, agora eu vejo como você é rico – Continuou olhando para a sala maravilhada – Sempre foi meu sonho ter uma mini sala de cinema em casa, mas eu não sei como todos os cômodos ficaram ocupados. Eu fiquei furiosa quando eu pedi e eles disseram que não tinham como fazer por causa do espaço.
- Eu imagino – Acompanhou cada passo que ela dava sem tirar os olhos de cima da mesma.
Ela avistou duas prateleiras embaixo da tela, e deu um gritinho de animação:
- Eu não acredito, aquilo é um X-Box? – Apontou para o aparelho.
- É, comprei recentemente, é o último modelo
- Tá brincando comigo. Oh! Meu Deus, eu e o Ethan estamos fazendo o impossível para comprar um desse – Era tão engraçada a animação dela – Mas espera aí, você não faz do tipo de cara que joga vídeo game.
- Não, realmente eu não jogo... Quer dizer, só às vezes, mas sou bom nos jogos. Quando tenho tempo livre fico horas aqui jogando, mas isso está cada vez mais raro. E se você gostou disso, vai adorar esses outros jogos – Apontou para uma grande estante no canto da sala. Tinha jogos de todas as maneiras, tabuleiros, banco imobiliário, baralho, dominó, montagem, e muitos outros, inclusive uma mesa de bilhar.
- Oh! Meu Deus, estou no paraíso – Se aproximou da estante olhando os jogos. Em duas portas pequenas fechadas que logo abriu encontrou vários DVDs e jogos originais para o X-Box – John minha nossa, isso é incrível, se eu tivesse tudo isso na minha casa eu nunca mais sairia do quarto. Mas por que você tem tudo isso? Se você mesmo disse que mal tem tempo para assistir a um filme.
- Bom no começo era apenas o sofá e a tela, eu gosto muito de assistir filmes. Só que a sala é grande e o espaço que peguei foi pequeno, e um dia meus primos pequenos vieram com minhas tias, e acredite eles são uns verdadeiros diabinhos. Elas mal conseguiam conversar com a minha mãe, então eu trouxe eles para cá para assistir alguma coisa. Só que você sabe muito bem que quando mulheres se juntam para falar, isso dura horas. O filme acabou e eles estavam entediados e ficaram jogando no celular, foi aí que tive a ideia de comprar alguns jogos.
- Assim quando suas tias os trouxessem eles ficariam horas entretidos aqui, e elas poderiam conversar a vontade.
- Exatamente – Sorriu – Depois que comprei tudo isso, são eles que pedem para vir aqui.
- Realmente é incrível – Mordeu o canto do lábio olhando-o.
- Você gostou? – Aproximou-se dela segurando sua cintura.
- Eu adorei – Pousou as mãos nos ombros dele – É uma das melhoras coisas que já vi.
- Pode vir aqui quantas vezes quiser – Tocou a ponta do seu nariz no dela.
- Hmm! Não estranhe quando eu vier aqui para assistir filme ou jogar – Riu baixinho.
- Estranhar? Nunca. Vou adorar, assim vou passar mais tempo com você.
- Hmm bom saber – Raspou seus lábios sobre os dele – O que acha de jogarmos?

Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora