Um aviso a dor

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[....] A porta se fechou e ele caiu de joelhos no chão:
- Eu te amo [...]

John se xingou de diversas maneiras "estúpido idiota", "imbecil" chamou de todas as formas. Apoiou as mãos no chão e ficou de pé correndo ate a porta. Abriu e saiu em disparada atropelando algumas pessoas:
- Natasha – Olhou para os lados – Não, por favor. Não pode ter ido – Continuou correndo.
- John – Ethan o chamou e foi ao seu encontro.
- Ethan cadê sua irmã?
- Eu ia perguntar a mesma coisa, você foi atrás dela
- Sim, mas ela... Me deixou, foi embora, eu não posso permitir que ela vá. – Atravessou o salão as pressas e chegou a saída. Não se importou com os fotógrafos, principalmente quando viu Raphael entrar no carro. Saiu em disparada:
- Não, espera, para – Mas os vidros estavam fechados e o carro deu a partida antes mesmo de John conseguir se quer toca-lo – Não, Natasha – Gritou. Puxou o ar soltando o soluço preso na garganta. Tirou o celular do bolso e foi difícil discar o número de Phillip com todas as lágrimas. Chamou, mas ninguém atendeu – Merda. Atende Phil. – Tentou novamente, mas nada – Meu Deus. Você é um desgraçado egoísta John, não consegue dizer a sua mulher que a ama. Ela me prometeu tudo, ficar comigo, esquecer tudo e só bastava dizer eu te amo, ela só me pediu isso. E o que eu fiz? Travei feito um idiota. Droga, por que eu não consigo dizer? O que há de errado comigo? Eu me odeio – Rosnou – E por causa desse meu fodido problema estou a ponto de perde-la.
Discou novamente o número do Phillip e caiu outra vez na caixa postal. Foi então que lembrou que ele havia ido buscar Mary no apartamento, e não tinha como pegar o taxi, estava sem a carteira. Voltou apressado para a festa, pediria o carro de Ethan emprestado ou de qualquer outra pessoa, mas precisava ir atrás da Natasha.
Quando entrou a primeira pessoa que viu fez seu sangue ferver em raiva. Lucy. Ela estava rindo de algo que um senhor havia falado, tinha mais algumas pessoas a sua volta, e estava tão alheia ao que tinha feito e causado na vida de John que isso o deixou mais furioso. Pisou fundo ate chegar onde ela estava:
- Com licença, preciso falar um instante com ela – Segurou seu cotovelo puxando-a dali.
- O que está fazendo John? – Perguntou sem dar alarde.
- Você passou dos limites, e eu cansei de você – Conhecia cada canto daquele salão, havia promovido algumas festas da revista ali, então achar um lugar longe de qualquer pessoa foi fácil. Abriu a porta de uma sala e a jogou lá dentro. Lucy teve de se segurar no primeiro objeto que viu para não cair.
- Você ficou louco? Me tirou da festa feito um animal me arrastando ate aqui e quase me deixa cair. Qual seu problema?
- Você, é você o meu problema – Bateu a porta indo na direção dela agarrando seus braços – O que foi que você disse a Natasha? Hein?
- Hmm! Vejo que ela já foi se lamentar para você. Será que ela não é capaz de lidar com isso sozinha?
- Ela não precisa, porque não está sozinha. Tem a mim. Agora me diz o que você falou para ela?
- Hunf – O empurrou conseguindo se soltar – Apenas verdades. Tudo o que tínhamos, planejamos para a nossa vida depois do casamento.
- Você o que? – Fechou os punhos com força.
- Sim. Nós fizemos planos John, muitos planos, e eu fui gentil compartilhando com ela. A casa que construiria para nós dois, os filhos que você queria ter comigo, os nomes que escolheu para cada um deles – Sorriu maliciosamente – E principalmente que quando estávamos transando você repetia diversas vezes o quanto me amava – A última parte ela falou toda manhosa se aproximando dele.
John rosnou entre os dentes, a palma de sua mão estava quase para ser perfurada por seus dedos de tanto que apertava:
- Acho que ela não gostou muito. Deve ter feito uma comparação e visto que o que fazia comigo, também faz com ela – Segurou as abas do smoking se inclinando na direção da boca dele – Há! Há! Há! Mas eu sei que comigo é melhor. Vamos lá John, vamos nos divertir um pouco, como antes. Nós éramos perfeitos juntos. E eu tenho certeza que aquela mulherzinha não sabe fazer direito, não do jeito que você gosta – Puxou o rosto dele para beija-lo, mas antes de fazer qualquer coisa John a segurou pelo pescoço deitando metade do corpo dela na mesa.
- Não me provoca Lucy – Respondeu com raiva – Cale essa maldita boca quando for falar da Natasha, você não é ninguém para falar dela, não consegue ser nem metade do ser humano que ela é.
- Está me machucando – Bateu no braço dele, mas de nada adiantou.
- Você vem infernizando minha vida desde o dia em que nos conhecemos, e se pudesse esse seria um dia que gostaria de mudar, apagar completamente da minha cabeça, foi a pior coisa que aconteceu na minha vida.
- Mentira, vivia dizendo que me amava.
- Eu nunca amei você. Era apenas um garoto que gostava transar, e você tinha o corpo feito para isso, com você era desejo de pele, apenas isso. Sexo, tudo se baseava nisso. E eu achei que poderia viver para sempre só com isso. Eu era um homem vazio, você me fez assim, uma pessoa que só enxergava o exterior de outra e não o que realmente importava. Mas Graças a Deus eu consegui me livrar de você, naquele dia em que eu dei um fim em toda aquela palhaçada eu respirei novamente, tive minha vida de volta. – Sacudiu ainda segurando-a pelo pescoço – Minha vida estava em minhas mãos e de um dia para o outro Natasha a tomou, nunca mais me devolveu, eu entreguei a ela, só que eu percebi que toda vez que ela está longe de mim eu me sinto vazio novamente, incompleto, foi quando me dei conta, Natasha é a minha vida, e sem ela eu estou morto.
- Você é um ridículo John. Fica falando essas besteiras de criancinhas. Ela não é nada, e você é mais patético ainda por acreditar em tudo isso.
- Esse é meu último aviso, fique longe de mim, longe da Natasha, longe da minha vida, eu não quero se quer sentir o seu enjoado perfume. Você vai sumir da minha vista para sempre. Eu sinto ódio ate quando respira o mesmo ar que eu. – Largou seu pescoço e se afastou – Você pode ter feito a Natasha sentir duvidas com relação ao que eu sinto, mas pode ter certeza que eu vou resolver isso, ela vai voltar para os meus braços. Natasha é minha, só minha, e não há pessoa na face da terra que me faça desistir do amor dela.
- Acorda John, ela te deixou porque tem dúvidas do que sente, ou seja, ela não te ama.
- Não, está errada, ela me ama e eu a ela, mas por causa do seu veneno isso tudo aconteceu. Eu estou de saco cheio de você. Mas acabou – Virou de costas para sair, mas antes a olhou novamente – Mais uma coisa, está demitida, nosso contrato está cancelado, não quero mais ter nada vinculado a você, não quero que manche a empresa do meu pai.
- Não pode fazer isso, eu sou a modelo contratada, temos um contrato e se você romper antes do prazo final eu vou te processar. – Falou em desespero.
- Faça isso, me processe eu pago o dinheiro que for para me ver livre de você. E nem a Lanvin nem Maxime sairão perdendo, porque eu contratarei a droga da melhor modelo mundo para ficar no seu lugar, pago qualquer quantia para isso. E sobre o processo eu sugiro que vá se preparando, pois eu e a Natasha resolvemos dar uma entrevista para a minha revista contando como eu e você nos conhecemos e como e por que o noivado foi rompido.
- O que? – Arregalou os olhos.
- Contei detalhe por detalhe. Também falei como conheci Natasha e que não teve nada a ver com a nossa separação. Você vai me processar, mas vou fazer essa situação se tornar favorável para mim, já que no site você disse que eu terminei o noivado por causa da Nat, o que não é verdade sendo que nem a conhecia naquela época. – Ele abriu a porta mostrando um sorrisinho de canto – Está avisada Lucy, fique longe de mim. – Saiu batendo a porta.
Seu celular tocou no bolso e mais do que as pressas pegou torcendo para que fosse Natasha, mas era Phillip:
- Phil
- Senhor Harris desculpe, tive que subir para o apartamento para pegar algo e esperar sua mãe, esqueci o celular no carro.
- Tudo bem. Onde está agora?
- Na frente da festa, a senhora Harris acabou de entrar.
- Certo. Ligue o carro eu preciso que me leve com urgência até a casa da Natasha. Estou chegando.
- Sim senhor – Desligou.

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora