O acidente

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[...] Ela correu ate elas. [...]

John entrou em seu quarto no hotel e se jogou na cama totalmente esgotado, sua cabeça latejava com uma dor chata. Phillip bateu na porta antes de entrar:
- Desculpe senhor, queria saber se precisa de alguma coisa?
- Sim, ir embora e finalmente voltar para os braços da Natasha.
- Há! Há! Está sentindo muito a falta dela?
- Demais. E não aguento mais isso, nunca mais vou ficar tanto tempo longe dela, da próxima vez ela vem comigo, isso é insuportável.
Phil fechou a porta e apontou para a poltrona no canto do quarto pedindo permissão para sentar:
- Por favor. – Sentou para olha-lo melhor.
- O senhor está realmente apaixonado, isso é bom.
- Estou mais do que apaixonado. Natasha é uma parte da minha vida.
- Então pretende pedi-la em casamento?
- Sim, esses dias eu tenho pensado em uma forma romântica de fazer o pedido, não quero apenas me ajoelhar e pedir, mas quero algo especial, algo que envolva apenas nós dois e que lembraremos para sempre.
- E tem alguma ideia para isso?
- Sim, tenho certeza que ela vai adorar, afinal foi ideia dela.
- Como assim? – Enrijeceu a testa.
- Há! Há! Há! Eu não vou contar o que é, tem que ser uma surpresa apenas para ela, mas digamos que eu usei uma ideia que ela me deu.
- Ora! Agora fiquei curioso, vou querer saber depois como foi.
- Provavelmente ela vai contar – Sorriu. Balançou a cabeça – Minha linda me faz tanta falta. Quero ver aquele sorriso que ilumina meu dia de novo, aqueles olhos azuis que me deixam sob o controle dela, aquele jeito de menina que sempre me faz rir... Eu estou tão angustiado por estar tanto tempo longe que acho que vou enlouquecer.
- Calma. Nós voltaremos amanhã à noite
- Mas só vou vê-la no outro dia, isso é frustrante. – Bufou.
- Natasha mudou mesmo a sua vida hein – Apoiou os cotovelos sobre os joelhos.
- E como. Ela é tudo o que tenho de mais precioso, minha vida não é nada sem ela, por isso quero que Natasha seja minha de todas as formas, no papel e pessoal.
- Eu estou muito feliz, e tenho certeza que Senhor Harris também deva estar – Sorriu ao mencionar Mark.
- Eu aposto que sim, ele sempre quis que eu me aproximasse dela – Soltou uma risadinha – Ah! Eu vou ligar para ela, preciso vê-la. – Tateou o bolso de trás da sua calça, mas não encontrou seu celular. Olhou para os lados e depois se levantou procurando pelo resto do quarto – Não encontro meu celular, você o viu Phil?
- Não senhor – Ficou de pé.
- Será que eu deixei na revista? Foi o último lugar onde eu estive.
- Talvez tenha deixado cair dentro do carro, eu vou verificar.
- Sim, por favor.
Phillip saiu do quarto e John continuou procurando.

Em um apartamento no centro movimentado de Londres, Lucy andava de um lado para outro com um copo quase vazio de vinho na mão. De repente as batidas em sua porta a fizeram largar o copo sobre a mesa mais próxima e correr para atender. Joe Riley entrou apressado, e a mesma fechou a porta:
- E então, conseguiu? – Ela perguntou esperançosa.
- Sim, não foi nada fácil, meu amigo teve de entrar na revista, o segurança do Harris ficava o tempo por perto – Joe tirou o celular do bolso e entregou a ela – Ele só conseguiu pegar quando o presidente da empresa levou John para dar uma volta no setor, foi à única oportunidade.
- Perfeito – Olhou para o celular de John em sua mão e sorriu vitoriosa – Agora sim eu vou poder dar continuidade ao meu plano.
- O que faremos a seguir?
- Eu preciso voltar urgentemente à Nova York, John já sabe que eu estou aqui, nos vimos em um restaurante, à estúpida da Olivia estava lá também. Arg! Eu odeio aquela mulher.
- O que vai fazer com a Natasha? – Perguntou sentindo um pouco de pena da garota.
- Você saberá assim que voltarmos – Olhou para ele e viu sua expressão de arrependimento – O que foi? Está com dó dela?
- Sim, ela nunca me fez nada, eu só quero me vingar do John por ter me chutado da revista e ferrado com a minha carreira.
- Exatamente. A melhor forma de atingir o John é através da Natasha – Ela se aproximou vagarosamente dele jogando os quadris para os lados. Deslizou sua mão sobre o peito dele e segurou seu queixo – Quando Natasha tiver sumido e John perceber que nunca mais a terá de volta ele vai ficar destruído, completamente vulnerável, porque sua doce namoradinha vai estar morta e enterrada. E se você fizer seu trabalho direitinho terá sua recompensa – Mordeu o lábio inferior dele.
- Você não sente nenhum remorso?
Lucy fechou a cara e olhou por alguns segundos e largou seu rosto se afastando:
- Por que eu deveria? Ela me tirou John e todas as oportunidades que eu tinha de voltar com ele. Natasha é a culpada pela minha infelicidade. Ela precisa pagar – Voltou-se para ele apontando – E você tem que me ajudar. Ela estragou minha vida, roubou o amor do meu homem.
- Eu não entendo vocês mulheres. Por que é tão difícil assim aceitar quando um cara não te quer mais? Quanto mais você insisti mais ele vai querer distancia.
- Você não entende nada, é um idiota que nunca amou. Eu não preciso da sua opinião, apenas faça o que eu digo.
- Está bem, não digo mais nada – Ergueu as mãos e passou por ela – Ah o celular do Harris tem senha, eu mando uma mensagem com a numeração assim que descobrir.
- Tá! – Respondeu sem interesse.
Joe foi embora deixando-a sozinha. Lucy olhou para o celular e apertou o botão para clarear a tela, e quando viu o plano de fundo teve de fazer um esforço imenso para não destruir o aparelho, era uma foto deles dois na praia se beijando. Largou o celular no sofá e foi pegar sua taça de vinho e reabastece-la:
- Você zombou de mim John, brincou comigo e com meu amor – Bebeu todo o conteúdo da taça e encheu novamente levando consigo a garrafa ate o sofá – Eu fui a única que te amei de verdade, dei tudo a você, e mesmo assim ainda me trocou por essa mulher idiota – Começou a chorar de raiva – Todos vocês vão me pagar... Principalmente você Natasha, eu vou acabar com sua vida... Há! Há! Há! Vou ter o prazer de ver seu sangue derramado e depois pisar na sua cova.
Acendeu novamente para ver a foto do plano de fundo, bebeu metade do vinho sem tirar os olhos da imagem:
- Você vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho e tirado o John de mim – Esvaziou a taça – Se ele não me quer mais, tudo bem, mas se ele não for meu, não será de mais ninguém... Ooh! Pobre Natasha. Como é mesmo aquele apelido ridículo que ele te chamou? Minha vida, minha rainha? – Tentou lembrar, mas nada veio a sua memória. – Não importa, logo isso cairá no esquecimento. – Encheu seu copo e começou a rir relembrando seu plano.

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora