[...] não queria mais falar daquilo [...]
John suspirou aliviado por não ter tido problema com algo que realmente nunca deu importância.
- Amor eu não sabia que gostava tanto de fazer compras – Ele falou olhando para as varias sacolas ao lado.
- E não gosto, a maior parte é presente, acho que só comprei três coisas para mim.
- E toda vez que viaja sempre leva um shopping com você de volta?
- Há! Há! Há! Sim, eles fazem uma lista do que querem – Natasha tirou da bolsa um papel dobrado e entregou a ele – A maioria é do Ethan.
- Nossa – Abriu o papel e leu os vários pedidos, que ia de sapatos a perfume. – Eu sempre soube que o Ethan é vaidoso. Um hidratante para o rosto? Sério?
- Há! Há! Há! Ethan diz que a melhor herança que herdou da nossa mãe foi a pele, então cuida muito bem dela, já que as meninas se matam para ficar com ele.
- Imagino, ele sempre teve todas as garotas que queria – Devolveu o papel.
- Igual alguém que eu conheço – Sorriu olhando para o lado.
- Eu parei na última
- Que bom – Concordou querendo não rir. O carro parou em um semáforo e para a alegria de Natasha, ela avistou um petshop, atrás do vidro em algumas gaiolas tinham vários filhotinhos de cachorro – Oh! Meu Deus, eles são tão fofos.
- O que? – John olhou para a mesma direção e quando viu os filhotes contraiu o maxilar e voltou a recostar sua cabeça no banco.
- Eles são tão lindos... Olha só aquele está apoiado na grade.
- Nunca teve um cachorro?
- Não
- Sério? – Olhou para ela surpreso, não imaginava uma garota como Natasha nunca ter tido um bicho de estimação – Por quê?
- Por causa do meu pai, ele é alérgico ao pelo do cachorro, apesar de adorar animais. Ele tinha um cão quando era pequeno, vivia sempre vermelho e cheio de bolhas porque abraçava e brincava o dia todo com ele – O sinal ficou verde e o carro voltou a andar deixando o petshop para trás – Quando morreu, meus avós não deixaram ele ter outro cachorro.
- Entendo – Olhou para o teto.
- Você teve um bicho de estimação? – Voltou para sua posição no banco virando de frente para o rapaz.
- Já. Um cachorro
- Como era o nome dele?
- Ben. Era um labrador.
- Quantos anos você tinha quando ganhou ele?
- Tinha 12 anos – Sua mandíbula ficou tensa – Ele era o meu melhor amigo, adorava chegar do colégio e ser recebido pelos pulos dele que sempre me derrubavam no chão.
- E o que aconteceu?
- Um dia nós estávamos no parque, eu estava jogando a bola para ele e... Eu lancei muito forte... Caiu na rua. Ben foi pegar... Eu vi o carro vindo, gritei chamando ele, mas foi em vão, o carro acertou em cheio, morreu na hora.
- Oh! Eu sinto muito John – Tocou a mão dele fechada em punho.
- Demorei meses para me recuperar, não conseguia olhar para nenhum cão nem ouvir latido algum.
- Nunca pensou em adotar outro?
- Anos depois ate pensei, mas sempre que tentava eu lembrava do Ben e no que poderia acontecer, não queria ser responsável pela morte de outro animal.
- Mas você não teve culpa de nada, a pessoa no carro que não parou a tempo.
- Eu joguei a bola
- Mas isso não te torna o culpado, você não podia imaginar que algo assim ia acontecer. Não foi sua culpa, esqueça isso.
- Eu tenho vontade de ter outro animal, mas não consigo... É um trauma.
- Tem certos traumas que são superados com novas oportunidades dadas a si mesmo ou a outros.
- É – Foi tudo o que disse. Natasha não conseguia imaginar a dor daquele garotinho de 12 anos quando perdeu seu melhor amigo e passou boa parte da sua vida se sentindo culpado pela morte. John era muito carregado de pesadelos, quase todos sem solução, pelo menos era isso o que ele pensava, volta e meia voltavam para atormenta-lo. Ela tinha que tentar ajuda-lo de alguma forma, um pesadelo de cada vez. Nat esticou-se dando um beijo na bochecha dele, recebendo um sorriso sincero como resposta.
Natasha jogou seu casaco sobre a poltrona assim que entrou no quarto, apoiou a mão na porta deslizante para tirar seus sapatos. Escutou a porta se fechar atrás e a voz de John ficar alterada:
- Ela fez o que? – Ele passou num instante de nervoso para furioso – O que ela disse?
Natasha olhou para ele tentando entender o que estava acontecendo, mas a única coisa que viu foi o aborrecimento de John, principalmente enquanto tentava tirar a gravata. Ela se aproximou empurrando com gentileza a mão dele enquanto desfazia o nó da gravata. Mostrou a peça e a jogou na mesma poltrona onde estava seu casaco. John a segurou pela cintura lhe dando um profundo beijo – Eu não acredito nisso... Sim, eu sei Sam... Eu preciso pensar em algo... Merda! Certo, continue enrolando eles contando só o suficiente para segurar essa notícia até eu decidir o que fazer... Sim, você pode contar... Ok! Eu vejo você amanhã na revista, ate mais. – Ele desligou o celular e jogou na cama.
- O que houve? – Natasha parou ao lado da porta observando-o.
- A Lucy – Respondeu com óbvia raiva.
- O que tem ela?
- Deu uma entrevista a um site dizendo que nosso noivado havia terminado há muito tempo e que eu tomei essa decisão porque estava apaixonado por outra mulher, então a troquei.
- Minha nossa! Qual o problema dessa mulher? Será que ela não cansa nunca de te prejudicar?!
- Ela está com raiva pelo nosso namoro, tem ódio de você e que eu tenha seguido com a minha vida. – Tirou seu paletó abrindo logo em seguida os botões do seu colete e arremessou para longe – Esse é o problema, ela ainda acha que vou voltar para ela com o rabo entre as pernas. Ela está tentando me atingir com essa notícia e a você também, e é isso o que me irrita, que esteja tentando manchar a sua imagem, porque é isso o que ela está insinuando com essa matéria, que você foi a causa do fim do noivado – Ele passou as mãos no cabelo exasperado – Mas isso eu não vou permitir.
- E o que vai fazer?
- Eu não sei, preciso mostrar que ela está mentindo, e que você não teve nada a ver com essa história maluca.
- Mas como desmentiria? Ninguém acreditaria em você. Teria de dizer como era o seu relacionamento com ela e como me conheceu.
- Uma entrevista – Pousou o dedo sobre a boca pensando – Sim, uma entrevista contando tudo, explicando porque nos separamos e como e quando conheci você. E seria publicado pela minha revista.
- É, seria um ótimo contra-ataque
John ergueu o olhar para ela:
- Mas para isso eu preciso de você
- Como assim?
- Preciso que faça essa entrevista comigo – Deu dois passos até ela tomando suas mãos – Quando lancei aquela nota sobre nosso namoro eu fiz sem o seu consentimento, mas agora quero pedir que fale sobre isso na revista, que aceite me ajudar a contornar a mentira da Lucy. Somente eu falando não adiantaria, mas nós dois, com certeza os leitores acreditariam. Por favor. Agora não só estou pedindo sua permissão como também quero que fale sobre nosso namoro.
- Hunf! Se for para ajudar você, tudo bem. Eu aceito. – Deu de ombros sorrindo – Eu não gosto da Lucy e muito menos do que ela está fazendo com você.
- Obrigado minha linda – A abraçou – Eu preciso dar um basta antes que a Lucy arruíne minha vida... E com você ao meu lado sei que posso para-la.
- Você sempre vai poder contar comigo – Afastou seu rosto do peito dele para olhar seu rosto.
- Eu sei – Lhe deu um longo selinho – O que acha da gente ir para a cama e esperar ate a hora de ir para o aeroporto? – Ele perguntou com aquela voz arrastada que ela conhecia bem, e a proposta ela sabia que eles não iam apenas deitar e descansar ate dar o horário.
- Nem pensar, eu tenho que terminar meu trabalho – Se desvencilhou dos braços dele seguindo a pequena mesa próxima a janela onde havia deixado seu notebook. Sentou na cadeira amarrando o cabelo em um coque bagunçado.
- E por falar em trabalho, esqueci de perguntar como foi sua reunião com o Max – Indagou abrindo os botões da sua camisa.
- Foi boa. Tirando as cantadas dele e o momento em que deslizou a mão pela minha costa quando me acompanhou ate a saída, foi tudo bem.
- O que? – Parou de abrir os botões assim que escutou as palavras "deslizar, mão, minha, costa". – Ele fez o que? – John estava ficando vermelho de raiva.
- Há! Há! Há! Estou brincando, ele não fez isso, soltou suas cantadas, mas não me tocou desse jeito.
- Arg! Natasha – Olhou para o lado soltando a respiração que havia prendido.
- Ele só mexeu no meu cabelo. Me aproximei para mostrar um detalhe no contrato e ele segurou uma mecha que caiu ao lado do rosto e pôs atrás da minha orelha.
- Maxime sempre demonstrou que gostava muito da vida dele, mas acho que esqueceu quando fez isso. – Terminou de desabotoar sua camisa puxando de dentro da calça deixando-a solta em seu corpo.
- Há! Há! John não se preocupe com isso, ele não fez nada de mais. Ele viu que eu fiquei constrangida e pediu desculpas.
- Hunf! Nada de mais
- Não é como se ele tivesse passado a mão na minha perna – Jogou a indireta enquanto digitava algo no notebook.
John abriu a boca para dizer algo, mas a fechou pousando as mãos sobre o quadril pressionando os lábios em uma linha dura. Ok! Ponto para ela. Tinha tocado em um assunto delicado. Foi um golpe baixo, mas certeiro, ele odiava quando o colocavam de frente com seus erros, e ter sentado na mesma mesa para conversar com Olivia foi o maior deles. Ele respirou fundo e tirou sua camisa jogando-a no chão e em passos largos pegou Natasha pelo braço deixando-a de pé para poder carrega-la no colo:
- John? – Ela demorou a processar o que havia acontecido em poucos segundos. Apoiou as mãos nos ombros dele para não cair – O que está fazendo?
- Eu vou fazer amor com você – Respondeu virando-se para ir ate a cama. Beijou seu pescoço deixando ela arrepiada. Aquela descarga elétrica que sempre ligava algo dentro dele, e sabia que ela também sentia foi mais do que suficiente para saber que já estavam entregues um ao outro.
- Certo, mas por quê? – Ele a deitou na cama puxando sua blusa por cima lançando para o lado. Ela estava usando um sutiã branco com uma pequena pedra no meio enfeitando. Deus, como ela é linda. Repetia isso na cabeça sem parar enquanto abria o cinto da sua calça e desabotoava. Quando sua calça escorregou por suas pernas e empurrou para trás, ele tratou de tirar a dela passando por suas longas e perfeitas pernas. Tirou um lado de cada vez, a perna esquerda foi a última, mas antes de abaixa-la sobre a cama, beijou sua canela e a parte inferior da coxa debruçando-se para subir na jovem.
- Porque você é minha – Beijou sua barriga enquanto subia e falava – E eu sou seu – Desta vez beijou os dois seios ainda cobertos. Continuou sua trilha ate seus olhos encontrarem os dela já cheios de desejo – E ninguém pode dizer o contrário. – A beijou cheio de desejo e paixão, sentindo as mãos dela deslizarem sobre sua costa.
Durante a hora seguinte eles aproveitaram o pouco tempo que ainda tinham no hotel, John não deixou que Natasha dormisse, nem mesmo tirar um cochilo, ele a manteve desperta o tempo todo. A ajudou a fazer as malas e a se vestir, ela poderia estar com sono, mas ele a tratava como se estivesse mal se aguentando sobre as pernas.
Dentro do jatinho, Natasha aproveitou para terminar o trabalho que começara antes de John pega-la de surpresa e carregar para a cama. Ficou meia hora mexendo no notebook escrevendo e enviando tudo para o seu pai, separando outro conteúdo para postar no site.
John a viu bocejando e fechando o notebook, esse era o momento, havia dito para ela não tomar café ou qualquer coisa que a deixasse mais acordada. Largou o celular levantando da sua poltrona, segurou na mão dela perguntando se não queria ir para o quarto da cabine, lá ela poderia deitar, a mesma aceitou com grande satisfação.
Assim que entraram John trancou a porta e sem dar chance para uma recusa ele a tomou nos braços empurrando-a para a cama. Ela ficou surpresa com a disposição dele, e mesmo cansada não pediu para parar. John se encarregou de cansa-la o máximo possível, não deixando-a dormir no hotel, entretendo com o trabalho e agora no quarto, ele a levou ate as últimas forças fazendo-a cair num sono profundo minutos depois que terminaram. Ela não dorme em aviões e essa foi a única maneira que ele descobriu para faze-la dormir.Continua...
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Simply, I love you
RomanceO que acontece em Paris deve ser levado para a vida toda. O que você faria se, literalmente, esbarrasse no amor da sua vida na cidade mais romântica do mundo? Natasha Donovan tinha acabado de se formar em Publicidade, e ganhou de seus pais como pres...