Tentação

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[...] com o tio que era profissional. [...]

Quando voltaram todos já haviam almoçado, os pescadores haviam levado bastante comida, por isso acabaram dispensando o almoço para tomar banho e descansar. John foi direto para a cozinha procurar sua garota, mas encontrou Eva guardando algumas panelas:
- Vovó Eva você viu a Nat?
- Ela... – Eva olhou pela janela a sua frente e sorriu apontando para o lado de fora – Eles estão chegando.
John deu alguns passos ate a janela para ver quem estava chegando, e um deles era Natasha. Noah, Ethan, Natasha e mais um rapaz que ele não conhecia vinham montados em seus cavalos, galopando com velocidade. Quando passaram para o outro lado da casa puxaram as rédeas e os cascos arrastaram nos pedregulhos ate pararem por completo. John ficou surpreso quando descobriu mais outra habilidade dela:
- E ela sabe montar.
- Sim, muito bem. É uma excelente amazona, assim como Ethan. Não sei se a Nat contou a você, mas Noah era do exército, saber montar a cavalo era uma das obrigações. Ele ensinou os netos.
- E ensinou muito bem – Sorriu. Ate quando ela o surpreenderia com seus talentos escondidos?! . Abriu a porta e saiu.
- Foi um ótimo passeio vô, conseguiu me pegar na curva do milharal. – Nat falou descendo de seu cavalo.
- Sim, você deu brecha, mas Ethan me passou logo depois.
- Há! Há! Há! Admita vovô eu monto melhor que o senhor.
- Isso nunca garoto
- Connor foi o mais lento – Nat respondeu passando a mão no pescoço do seu animal.
- Não tenho culpa, Piper está um pouco desanimado hoje – Deu uns tapinhas no peito do cavalo.
- Bom eu vou entrar, estou louca para tomar um banho, você leva ela para mim vovô?
- Claro – Pegou as rédeas e bateu os calcanhares perto das pernas do animal e começaram a trotar em direção aos estábulos.
Natasha soltou os cabelos e os balançou sentindo o vento bater. Quando se aproximou da entrada da cozinha viu John apoiado no parapeito olhando-a com um sorriso realizado:
- Oi, não sabia que já tinha voltado – Abriu um largo sorriso subindo os três degraus.
- Voltei agora pouco. Existe alguma coisa que não saiba fazer? – Cerrou os olhos ficando de frente para ela.
- Há! Há! Como assim?
- Você cavalga muito bem, canta como uma profissional, ajuda crianças carentes, é uma ótima cozinheira, trabalha muito bem, fala espanhol, sabe dirigir uma Harley, usa roupa do Mickey e não tem vergonha de admitir isso, fora que é linda e é impossível não se apaixonar por você. Como consegue?
- Há! Há! Há! Eu não sei, eu não escolhi aleatoriamente o que queria fazer, eu apenas faço o que gosto. – Passou os braços em volta da cintura dele.
- Existe mais alguma coisa que minha mulher maravilha sabe fazer? – A abraçou.
- Hmm acho que não, eu não lembro. – Deu de ombros – Mas se serve de consolo eu não sou boa com contas. Matemática nunca foi o meu forte, acho que comemorei mais o fim do ensino médio porque finalmente estava livre da obrigação de ter de estudar isso.
- Hmmm! Não é boa de matemática – Entortou a boca – 4x5?
- O que? Sério que vai me fazer pergunta de cálculo?
- Não respondeu
- 20
- 7x8?
- Hmm... 56
- 240x6?
- O que? Ta de brincadeira – Riu – Você é horrível.
- Vamos lá, calcule
- Eu odeio você John – Bateu no peito dele. Respirou fundo e começou a calcular mentalmente – Hã... 1440? – Perguntou sem jeito.
- Ah! Você é ótima em matemática
- Sério? Eu acertei? – Ficou surpresa.
- Sim, você é muito boa
- Há! Há! Pensei que tivesse calculado errado
- Viu só, é boa em tudo
- Não, não, contas assim eu ate me arrisco, mas aquelas mais complicadas como porcentagem, raiz, delta e essas torturas eu preciso de um professor do meu lado e horas de silêncio.
- Há! Ha! Há! Há! Tudo bem, eu sempre fui bom em matemática, eu ajudo você.
- Hmmm! É perfeito – Esticou-se ficando na ponta dos pés e o beijou.
- Eu preciso de um banho – Retrucou.
- Eu também – Mordeu o lábio – Quer tomar banho comigo?
- Eu adoraria – Sorriu beijando-a.
Eles subiram para o quarto praticamente correndo, principalmente porque Natasha tentava escapar das cócegas de John.
Eles entraram debaixo do chuveiro deixando a água molhar seus corpos. John passou as mãos pelo corpo dela enquanto a beijava cheio de excitação e luxúria. Passou a língua em seus lábios e pediu passagem para dentro da sua boca quente e macia, seu corpo estava escorregadio e provocante, uma perigosa combinação. Tomou um punhado do cabelo dela na mão e puxou sua cabeça para trás mordendo seu queixo, descendo para seu pescoço:
- Não sabe a vontade que estou de prende-la contra a parede e me afundar em você. – Confessou com a voz rouca.
- Hmm! Só mais dois dias e isso acaba, e poderemos fazer o que você quiser.
- Mais dois dais. Isso é um pesadelo – Mordeu sua orelha – Eu quero você agora, estou sentindo falta de estar dentro de você, de escutar seus gemidos, das suas mãos me tocando, de você me apertando – Sussurrou ao pé do ouvido dela.
- Hmmm John... Eu também sinto falta disso, de você me preenchendo toda, desse seu corpo incrível se movendo sobre o meu. Eu também estou em estado de nervos – Beijou seu queixo. Sentiu a ereção dele tocando-a – Mas existe outra maneira de acalmar um pouco os nervos.
- Hmm? – Olhou-a fixamente, e de repente ela se ajoelhou na sua frente – Nat? – Sabia o que ela ia fazer. Ela fez sinal de silêncio mostrando um sorriso safado de quem iria aprontar. Seu membro já estava no ponto, esperou ele respirar fundo e o lambeu debaixo para cima. John rangeu os dentes, apoiou uma das mãos na parede quando repetiu movimento, soltou o ar de uma vez quando ela o abocanhou. Natasha nunca havia feito sexo oral nele, e sinceramente ele se arrependera do tempo que havia perdido pensando que ela não se sentia a vontade em fazer isso e nunca pedira. Ela com certeza sabia o que estava fazendo. Mais um talento escondido dela. Ele enfiou a mão por entre os cabelos dela, não porque precisasse conduzi-la, o que realmente não era necessário, mas porque precisava se agarrar em algo, a língua dela deslizando por toda sua extensão entrando e saindo faziam seus olhos revirarem era um paraíso desconhecido onde ela estava levando-o. Sua língua circulava pela cabeça e o abocanhava de novo, repetindo algumas vezes o mesmo movimento:
- Oh minha nossa Nat, isso é muito bom – Abaixou a cabeça para olha-la nos olhos – Se você não tirar agora eu vou gozar na sua boca.
Ela empurrou mais fundo, uma resposta a sua pergunta:
- Droga Nat – Rangeu os dentes apertando mais sua mão no cabelo dela. Ela o sugou com força deslizando sua língua por baixo, e foi a gota d'água, ele gozou na boca dela.
Natasha engoliu ate a última gota e então tirou-o de sua boca. John a encarou com o peito subindo e descendo como se tivesse corrido uma maratona. Ela passou a língua pelo lábio e sorriu dando uma piscadinha. John segurou seus ombros e a levantou:
- Você gozou rápido – Arrastou seu lábio sob o queixo dele.
- Você me pegou de surpresa, e não sabia o quão era boa.
Ela sorriu triunfante, um elogio e tanto para seu ego. Tocou seu peito subindo ate se enroscar em seu pescoço. John a levantou enroscando as pernas dela em seu corpo. A grudou na parede, beijando seu pescoço. Natasha soltou com força a respiração que estava prendendo, enfiou as mãos em meio aos cabelos dele sentindo sua excitação atravessar cada nervo do seu corpo, ela praguejou em sua cabeça, ele não estava fazendo nada de mais, apenas beijando-a e ela sentia um vulcão prestes a explodir dentro de si, como ele conseguia esse efeito nela?! John deslizou as mãos por entre as pernas dela e tocou seu sexo:
- Não John, eu estou sangrando – Ficou envergonhada quando a tocou.
- Eu não ligo – Entrou nela com seus dedos – Eu só quero ter você de alguma maneira – Falou sobre a pele de seu pescoço, mordiscando a parte sensível.
- Ah... – Jogou a cabeça para trás, sentiu quando a boca de John abocanhou um de seus seios. Seus dedos saíam e entravam em ritmos alternados alcançando um de seus pontos sensíveis.
- Dois dias não é?! – O corpo dela estava liso, uma mistura de suor e água. Aquele corpo perfeito ao alcance do seu toque, e era todo seu, enlouquecia só de vê-la se contorcendo, agarrando seus braços, apertando suas pernas em volta dele e gemendo excitada. – Estou planejando o que vou fazer com você daqui a dois dias.
- O que planeja? – Perguntou com a respiração entrecortada.
- É uma surpresa – Ela virou o rosto para o lado sentindo seu sexo se contrair com os espasmos do clímax que chegaria rápido – Mas quando tudo acabar, eu estarei cavalgando em você, ou você em mim. – Mordeu sua bochecha.
- Por que não os dois? – Sorriu voltando seu rosto para ele mordiscando seu lábio.
- Sim, quero segurar seus quadris enquanto você está em cima de mim, me cavalgando como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Lento e gostoso. Eu sei o quanto gosta que eu vá ate o fundo. Esse seu corpinho me deixa louco quando está sobre mim.
- Sim, eu vou cansar você – Encravou as unhas nos ombros dele atingindo seu limite. John beijava toda a extensão do seu rosto enquanto ela se derramava por inteira. – Eu preciso ficar em pé para tentar recuperar minhas forças.
John a deixou de pé ainda abraçado ao seu corpo:
- Se todas as vezes que vamos tomar banho fazemos isso, vamos ser culpados pela falta de água de Nova York.
- É difícil ver você toda molhada e não fazer nada – A trouxe para debaixo do chuveiro – Deixa eu dar banho em você.
- Você é lindo – Beijou seu peito.
- Eu escuto isso o tempo todo da minha mãe – Sorriu pegando o shampoo.
- Há! Há! E ela tem razão – Ergueu o rosto ficando na ponta dos pés – Eu. Te. Amo – O beijou em cada palavra.
Depois que tomaram banho e voltar para o quarto para se vestir, Natasha disse que desceria para procurar sua mãe e buscar algo para comer, pois estava faminta. John respondeu que desceria logo em seguida. Ele voltou para o banheiro para escovar os dentes. Estava tão distraído e absorto em seus pensamentos que não reparou que alguém tinha entrado no quarto. Ele parou bruscamente quando viu Ivy sentada na cama usando uma lingerie vermelha:
- O que faz aqui? – Perguntou aborrecido.
- Oi John. Eu estava entediada no meu quarto, e sei que você passou a manhã pescando, achei que pudéssemos fazer algo para nos entreter – Falou com uma voz manhosa.
- Achou errado, agora saia daqui.
- Hmm não seja mal. Eu só quero me divertir um pouco... Com você – Engatinhou na cama na direção dele.
- Ivy você está perdendo seu tempo – Ele andou a passos largos ate o guarda roupa.
- John, por favor, não queira dar de namorado fiel, você é homem.
- De uma mulher só – Pegou uma toalha.
- Há! Há! Há! Quanta mentira – Quando ele virou ela estava logo atrás e tocou seu peito nu – Ainda sim é homem, e todos não resistem ao corpo de uma bela mulher, ainda mais vestida assim – Arrastou suas mãos mais para cima.
- Tem razão, o corpo de uma mulher fica irresistível de lingerie, talvez seja por isso que sempre perco o controle quando vejo Natasha vestida assim.
- Hunf! Natasha – Falou com desgosto – Ela é uma idiota, que não é nem um pouco bonita.
- Então por que você a copia em tudo? – Perguntou baixo e sério se afastando dela.
- Eu não copio ela
- Ah não?
- Não – Respirou fundo tentando conter sua raiva. Forçou um sorriso virando seus calcanhares na direção dele – Vamos esquecer ela, e vamos nos concentrar em nós dois.
- Não existe nós, nunca existiu e nunca vai existir. Eu namoro a Natasha e por nenhum momento penso em traí-la.
- Não precisa ser nada sério, apenas vamos brincar um pouco – Se aproximou em passos vagarosos tomando cuidado para rebolar em suas passadas – Não quero que seja meu namorado nem nada, apenas quero transar com você.
- Mesmo que me pedisse de joelhos eu nunca faria nada com você, suas atitudes só fazem eu sentir nojo de você.
Ivy parou seu caminhar para absorver a pancada que levou com aquelas palavras:
- Qual o seu problema? O que tem contra a Natasha afinal? Eu a conheço suficiente para ter certeza de que ela jamais provocaria alguém e entraria em uma briguinha besta por nada.
- Ela veio para cá e tomou meu lugar, meu pai me abandonou e minha mãe casou com Alan e eu ganhei uma família, só que a Natasha nasceu e eu perdi tudo, fui abandonada novamente.
- Esse é o seu ponto de vista, mas ate onde vejo, todos ainda estão aqui, seus avós, suas tias, suas primas e primos, todos estão aí, mas você está tão cega de inveja que não consegue ver.
- Há! Há! Inveja? Sério? É só assim que consegue classificar meu problema?
- Abandono é que não é. Se você saísse um pouco da cola da Natasha e vivesse sua própria vida iria entender que nada foi tirado de você, tudo o que ganhou continua lá, desde o primeiro dia.
- Como tem certeza? – Riu de deboche – Aquela idiota arrancou tudo de mim.
- Por que acha que foi ela? Ate onde sei Michelle e ela tem a mesma idade, e você é mais velha que o Ethan, ele já estava aqui quando chegou, então porque só a Natasha tem que levar culpa de tudo? Por que não olha para si mesma e assuma sua culpa?!
- Ela foi a última
- E se não fosse, você culparia outra. Eu sinceramente não sei o que se passa na sua cabeça, não entendo o seu problema com ela – Ele respirou fundo – Acorda Ivy ela era um bebê, um bebê, você consegue entender como sua mente é distorcida? Você sentiu ódio de um bebê.
- Ela nunca deveria ter nascido, deveria ter morrido logo que nasceu como era para ter sido, todos parariam de paparicar a senhorita perfeita, deixariam de sentir pena pela pobre bebezinha que quase morreu – Estava praticamente berrando aos prantos.
- Eu vou me lembrar de agradecer todos os dias por ela ter se salvado – John estava ficando sem paciência perdeu as contas de quantas vezes teve de contar de um ate dez para não fazer uma besteira. Podia falar mal dele, mas não da Natasha, isso fazia seu sangue ferver – Já parou para pensar que todos gostam da Natasha porque ela é uma pessoa legal?! É agradável com todos, não rouba nem tenta tirar nada de ninguém, interage com seus amigos e vive sua vida tranquilamente. Ela não está nem aí para o que você pensa ou deixa de pensar sobre ela, a Nat vive a vida dela... Ao contrario de você, que queria viver a vida dela, e como não pode faz de tudo para destruí-la, mas acredite em mim, não vai conseguir.
Ivy não conseguia dizer mais nada, apenas chorar. Já não bastava Connor, agora John jogava tudo na sua cara, ela sentiu um grande vazio em seu peito, relembrou todos os seus namorados que foram escolhidos a dedo para serem parecidos com os da Natasha, todas suas tentativas de copia-la e ser melhor que nunca deram certo, a forma como nunca conseguia ser amiga dos amigos dela, nada, nunca conseguia fazer melhor, sempre fracassou.
- Você quer ser reconhecida pela sua família? Porque não começa agindo diferente? Como, sendo você mesma – Ele jogou a toalha para ela – Eu vou sair, e quando voltar quero você fora.
- Você gosta tanto assim dela? – Perguntou quase sem voz juntando a toalha ao corpo como proteção.
- Eu a amo, e não há nenhuma mulher no mundo que faça eu me separar dela – Passou por ela.
- O que ela tem que eu não tenho?
John parou perto da porta apoiando a mão no batente, e virou o rosto para trás olhando a garota de cima a baixo:
- Caráter – E saiu.


Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora