Efeito negativo

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[...] John ficou de frente para o seu notebook e começou a mexer [...]

Já passava uns minutos do meio dia quando o carro de Raphael estacionou em frente ao apartamento:
- Está entregue – Sorriu – Vejo você amanha no bar do Cesar.
- Tudo bem – Concordou pegando sua bolsa.
- Espero que você esteja se prevenindo – Raph falou de um jeito que só um melhor amigo falaria, soando um alerta divertido.
- Ora! Não se preocupe, minha amiga pílula é engolida todos os dias – Brincou esticando-se para dar um beijo em seu rosto – Ate amanhã garotão.
- Ate – Acenou quando Nat saiu do carro e seguiu para dentro do prédio.
Quando chegou ao último andar ela saiu esperançosa de encontrar John logo na entrada, mas não foi bem assim. Ela foi ate o escritório, mas não o encontrou, assim como nem na sala de filme e no quarto, ou canto qualquer. Ele havia saído. Voltou para o quarto para tomar um bom banho e depois comer algo.
Já era quase duas da tarde quando John chegou ao apartamento. Assim que entrou olhou para cozinha encontrando tudo calmo, como o resto da casa. Pensou se Natasha resolvera voltar para sua casa, ao invés do apartamento. Ele cruzou a sala indo ate a escada subindo de dois em dois degraus. Quando passou em frente ao quarto da sua mãe parou para ver ela estava bem, mas a mesma havia saído, e o lençol bagunçado em sua cama denunciava que fazia pouco tempo da sua saída. Tomou o caminho de volta para seu quarto, mas parou na porta quando se deparou com uma jovem adormecida em sua cama. Ele sorriu tanto aliviado como alegre por ainda vê-la ali. Ela estava virada de lado, com uma mão debaixo da cabeça, usando óculos e notebook aberto na sua frente. Ele soltou uma risada nasal se aproximando pegando o aparelho fechando-o assim que colocou sobre o criado. Com cuidado ele esticou-se sobre a cama para tirar os óculos dela e deixar junto do aparelho. O moreno tirou o casaco que estava usando pondo sobre a poltrona, e depois tirou os sapatos. Deslizou na cama para perto dela, a mesma parecia ter sentido o rapaz ao seu lado, pois jogou o braço sobre seu peito. O gesto arrancou um lindo sorriso dele e um beijo no topo da cabeça.
Ela gemeu apertando a blusa dele entre sua mão, e abriu os olhos lentamente notando aos poucos o que estava acontecendo. Ela ergueu a cabeça ainda sonolenta e sorriu. Ele a achou incrivelmente fofa, não aguentou então a beijou:
- John
- Não queria acordar você minha linda
- Tudo bem, eu estava ajeitando algumas coisas no site da agência e peguei no sono – Ajeitou sua cabeça sobre o ombro dele.
- Você almoçou? – Passou sua mão sobre o rosto dela fazendo carinho.
- Sim, com a sua mãe – Sorriu – Ela e a Tina adoraram o pudim.
- Eu sabia disso – Beijou a testa dela.
- Você demorou para voltar – Subiu seu braço sobre o peito dele para enlaçar ao lado do pescoço.
- Desculpe, eu tive de ir ate a revista para resolver uns assuntos e também Sam veio aqui e fui deixa-lo em casa.
- Ele esteve aqui? É uma pena eu ter saído, queria muito conhece-lo.
- Ele também quer conhecer você, já não aguenta mais me ouvir falar – Sorriu.
- Sobre mim? – Olhou para ele.
- Sim, quer saber mesmo se você é tudo aquilo o que eu digo
- Como assim?
- Digo o quanto você é linda, inteligente, engraçada, e muito boa de cama, sabe essas coisas que um namorado apaixonado fala para o amigo.
- O que? – Arregalou os olhos passando a perna em torno dele ficando por cima, deu um tapa no ombro dele – Você disse isso a ele?
- Que é linda inteligente...
- Não, palhaço. Você sabe do que estou falando.
- Há! Há! – Apoiou as mãos sobre as coxas dela – Eu não falaria, mas eu estava sem blusa quando ele chegou e as provas do seu crime estão gravadas no meu corpo.
Ela abriu a boca para falar algo, mas se distraiu procurando os arranhões, e achou algumas no braço:
- Minha nossa! Que vergonha John – Mordeu o lábio inferior corando.
- Há! Há! Há! Não se preocupe, Sam é meu melhor amigo desde sempre, se por acaso ele comentar sobre isso vai ser de uma maneira que você possa responder sem ficar com vergonha, mas é provável que nem lembre mais.
- De qualquer forma é constrangedor – Socou de leve o peito dele.
- Você tá tão bonitinha corada – Sentou segurando as costas dela.
- Nem vem me distrair com esse seu papinho – Fez cara de brava, o que resultou em uma gargalhada dele que a deixou apaixonada. Mais ainda.
- Você não consegue parar de ser fofa, ate mesmo quando está com raiva – Segurou o rosto dela e a beijou.
Natasha gemeu em protesto, tentando se afastar, mas ele a agarrou com um dos braços em volta dela mantendo-a tão junto ao seu corpo que ela estava com a costa arqueada e o bumbum empinado. Ele traçou os lábios dela com sua língua, adentrando aquela fenda macia e quente tomando posse da sua boca. Ela conseguiu tirar suas mãos entre seu peito e o dele, e enlaça-las ao redor da nuca do moreno, brigando pelo controle dos lábios do mesmo. Ela mordeu e puxou o lábio inferior dele dando alguns segundos para ele respirar antes de voltar a beija-lo com mais intensidade. Natasha sentiu algo tocar sua intimidade, e quando se deu conta do que era sorriu cinicamente segurando o queixo dele e afastando seu rosto:
- Você se empolgou
- É impossível não ficar assim com você me beijando desse jeito
- Hmmm! Foi apenas um beijo
- Que me fez perder o controle – Desceu sua mão agarrando a bunda dela.
- Há! Há! Você sentiu minha falta hoje – Beijou seu queixo.
- Muita – De repente John lembrou da desagradável visita da Lucy e Natasha notou o semblante sério que tomou conta do rosto dele, e ate mesmo seus olhos mostravam raiva.
- O que foi? – Olhou para ele.
- Nada – Negou.
- Não minta, eu sei que aconteceu alguma coisa, me diga – Tocou o rosto dele.
- Não é nada importante, só lembrei de algo ruim
- O que?
- Deixa pra lá, não é importante
- Para você ter ficado assim segundos depois de estar a ponto de me atacar, com certeza é algo importante
- Não tanto, e nem sei por que estou dando essa importância a isso
- Então fala para mim o que é, quem sabe eu posso ajuda-lo – Natasha não gostava de ver ele assim, irritado e evasivo, principalmente quando queria deixa-la de fora de algo assim, ela se sentia uma completa inútil.
- Por que não atendeu o meu telefonema? Naquele momento eu precisava muito ouvir sua voz – Falou um tanto irritado.
- O celular estava na minha bolsa dentro da sala, eu tinha saído para brincar com as crianças no jardim. Você sabe muito bem como são as coisas lá – Respondeu.
- Naquele momento eu precisava de você – Ele começou a falar com raiva enrugando a testa e olhando ameaçadoramente para ela.
- Oh! Sinto muito se só era necessária naquele momento, mas agora pouco importa – Empurrou ele com força e saiu de cima tanto dele como da cama.
- Aonde vai?
- Para minha casa, a qual já deveria ter voltado há muito tempo, me arrependo de não ter feito isso mais cedo – Pegou seu notebook e os óculos de cima do criado.
- Você não vai a lugar algum
- Você não pode me proibir – Virou para responder – Eu não acredito que fiquei aqui esperando você voltar.
- Espera Natasha, não pode estar brava comigo, eu tive um momento péssimo enquanto você não estava aqui – Saiu da cama.
- E a culpa é minha? – Olhou para ele – Eu perguntei o que houve, você não quis responder e começou a agir como um estúpido comigo. Se você teve um momento ruim eu sinto muito, mas não tenho nada a ver com isso.
- Como é?
- Costumo não me importar com pessoas que não dão a mínima para a minha boa vontade em querer ajuda-los – Bateu os pés no chão indo ate sua bolsa, mas antes de esticar o braço para pega-la John a puxou pelo pulso – Me solta.
- Você não vai embora, não assim
- E quer que eu vá como? Com o rabinho no meio das pernas aceitando a sua grosseria como se nada tivesse acontecido?! Não, eu não sou assim.
- Eu sei que fui grosso com você, me desculpe
- Eu não sei o que houve mais cedo para deixa-lo assim, mas não me use como saco de pancadas. Eu não vou aceitar os seus desaforos.
- Eu não estou descontando em você, só fiquei irritado quando lembrei, foi isso – Puxou com dificuldade o ar para seus pulmões.
- Ok! Mas não venha descontar em mim sua raiva, eu não tive culpa por isso – Deu um passo atrás.
Ele abriu ligeiramente a boca quando ela se afastou sentindo seu coração bater descontroladamente imaginando ela ir embora e não voltar mais:
- Certo! Você não teve nada a ver, mas foi por sua causa que tudo aconteceu
- O que? Ah! Chega disso John, eu disse aonde ia e com quem ia, não precisa bancar o menino abandonado pela mãe. Sabia que eu ia voltar – Pegou sua bolsa e virou de costas indo para a porta.
- A Lucy veio aqui – Ele tentou controlar seu tom de desespero quando disse a verdade.
Ela parou bruscamente quando ouviu o nome da garota, ele soltou o ar que estava prendendo quando ela não deu mais nenhum passo adiante:
- O que? – Sussurrou.
- Poucos minutos depois que você saiu e o Sam chegou, ela apareceu aqui do nada gritando, me pedindo satisfações a respeito da nota do nosso namoro no site da Star. Falou um monte de coisas, disse que ainda éramos noivos, que era para eu desistir de tudo, de você, e que casasse com ela – Ele suspirou passando as mãos por entre os cabelos virando de lado – Além dessas besteiras, ela falou varias outras coisas, eu não me segurei e soltei o que estava entalado na garganta, a ameacei se tentasse se aproximar de você... Depois de tantos meses falando em vão eu finalmente consegui me livrar dela, fazer com que entendesse que nós jamais voltaríamos. O anel de noivado está com o Sam, eu não sei e não me importo com o que ele vai fazer com isso.
Natasha respirou fundo jogou sua bolsa e o notebook sobre o sofá ao seu lado e saiu do quarto. John olhou e veio atrás apressado:
- Eu fiquei irritado com tudo o que ela disse de você, e o modo como ela me ameaçou, e logo depois foi embora – Falava com rapidez seguindo-a – Eu estava respirando pura raiva, foi então que liguei para você, eu precisava escutar sua voz, sentir seu carinho, acalmar meu espírito, mas você não atendeu. Sam tentou me ajudar me fazendo focar no trabalho, e então eu fui para a revista descarregar todo o meu estresse nos problemas que eu tinha de resolver – Ele avançou segurando o cotovelo dela antes que descesse a escada, mas ela não relutou em sair e nem se quer olhou para ele – E então eu fiquei esperando você voltar, lutando contra a vontade de ir ate onde estava e arranca-la de lá, pois eu precisava mais do que nunca do seu carinho.
Parecia que ele havia corrido uma maratona, pois seu peito subia e descia com rapidez. Ela passou longos e agoniantes minutos em silêncio, era como se ela tivesse sumido do próprio corpo e deixado aquela casca silenciosa apenas para amedronta-lo. Ele não soltou o braço dela, estava para agarra-lhe o outro braço e sacudi-la implorando que dissesse algo, mas não o deixasse naquela agonia, quando ela virou lentamente para ele ainda de cabeça baixa:
- Eu sabia que aquela matéria ia me dar dor de cabeça – Enfim falou, para o alivio dele.
- Nat...
- Mas agora não adianta mais lamentar, todos já sabem sobre nós, inclusive a Lucy, que era a única coisa que me deixava inquieta, mas agora que ela já está ciente eu não me importo mais.
- Você vai me deixar? – Engoliu em seco pressionando a mandíbula – Era isso o que ia fazer não é?
Ela ergueu a cabeça e encontrou um par de olhos arregalados e completamente aterrorizados. Esboçando um ligeiro sorriso ela respondeu:
- Eu só ia ate a cozinha pegar um pouco de pudim para você – Alargou um pouco mais o sorriso – A Lala sempre diz que doce nos faz sentir bem, imaginei que sua raiva diminuiria se comesse.
John soltou um longo suspiro relaxando os ombros e piscando para dar um fim na ardência em seus olhos devido ao tempo que ficaram abertos ao estado de pânico. Ele deu um passo a frente segurando o rosto dela tomando- a em um beijo desesperado. Ela segurou nos braços dele para não cair devido ao impacto e a moleza de suas pernas:
- Tudo o que eu quero é me perder em você agora – Agarrou os quadris dela levantando- a passando suas pernas em volta da sua cintura. Ela abaixou sua cabeça com uma parte de seus cabelos caindo sobre o ombro dele, e voltou a beija-lo enquanto retornavam para o quarto fechando a porta com um empurrão do pé. Durante a hora seguinte eles fizeram amor lentamente, sem parar, apenas desfrutando do prazer um do outro.


Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora