Simply, I love you

Amada vs desolada

À noite quando voltou para o apartamento Natasha estava se sentindo cansada, mas muito feliz, adorou cada segundo do seu dia, o almoço com John foi incrível, era como se tudo tivesse voltado ao que era antes, onde ela acordava cedo, se arrumava para ir para o trabalho e esperava ansiosa por uma mensagem ou ligação dele. Era disso que ela estava precisando. Assim que as portas do elevador se abriram ela entrou e logo escutou a voz de John vindo da sala, mas não era com ela com quem ele falava:
- Sim, sim, eu sei... É claro que estarei lá, é de grande importância para a Premium que esse acordo seja firmado... Não se preocupe, eu irei pessoalmente falar com ele... Não, eu não preciso...
Natasha foi ate a cozinha pegar um pouco de água, mas mantinha-se atenta à conversa. John virou de frente a viu recostada no balcão bebendo água, seu colete estava aberto, assim como o primeiro botão da sua camisa, e era uma visão muito atrativa:
- Sim, eu informarei o dia... Certo, obrigado – Encerrou a chamada e jogou o celular no sofá, e a passos lentos caminhou para o balcão.
- Algum problema? – Deixou o copo sobre a bancada.
- Não, só trabalho. Essa semana será o lançamento de uma nova coleção de roupas de um estilista importante, e eu preciso assinar um contrato com ele para ter total acesso as suas roupas e a sua segunda coleção, quero que a revista lance seus modelos, isso seria uma grande oportunidade para ambos.
- Eu imagino. E já está tudo pronto?
- Quase, preciso arrumar algumas coisas, o desfile é semana que vem e tenho que estar preparado para ir para Paris.
- Paris? – Natasha entreabriu a boca – Você vai viajar para Paris? – "De novo não" foi o que passou em sua cabeça, não queria ter de se separar dele novamente, ainda mais com tudo o que aconteceu da ultima vez.
- Não, nós vamos para Paris, de jeito nenhum que irei deixar você aqui sozinha. Prometi a mim mesmo que se você se recuperasse nunca mais viajaria sem você do meu lado, e não vou descumprir minha promessa.
- Mas e o meu trabalho?
- Seu pai sobreviverá sem você por alguns dias, é uma viagem rápida.
- Ah...
- Minha linda não há acordo, você vai e ponto. Iremos depois de amanhã, então prepare sua mala.
- Está bem – Sorriu de canto.
- Ótimo – Ele acenou com a cabeça um pouco aturdido, estava esperando mais contradições da parte dela, mas ate que a aceitação foi fácil e rápida.
Natasha deu a volta no balcão ficando na frente dele, e jogou seus braços sobre os ombros dele ficando na ponta dos pés:
- Vamos voltar a Paris, só que agora como noivos e não como completos desconhecidos, isso vai ser tão romântico.
John sorriu segurando nos quadris dela colando ao seu corpo:
- Sim. Nós ficaremos no hotel aonde nos vimos pela segunda vez
- O Shangri-la?
- Esse mesmo – Ele se aproximou do ouvido dela e sussurrou – Vou finalmente poder realizar um dos meus desejos.
- Qual seria?
- Fazer amor com você no hotel – Sua respiração bateu contra a orelha dela lhe causando arrepios – Eu sonho com isso desde o momento em que acordou na minha cama.
- Sério? Eu estava desmaiada, e por sua culpa - Tocou o peito dele.
- Sim, eu não me arrependo disso. Ok, eu queria que nosso encontro tivesse sido diferente, sem aquele acidente, mas por causa disso nós pudemos nos conhecer melhor – Passou seus braços em volta dela – Eu odiei quando você foi embora, minha vontade era de correr atrás de você e tranca-la no quarto.
- Eu também não gostei de ter ido, mas nós mal nos conhecíamos, mesmo que quisesse não podia e não tinha como encontrar desculpas para prolongar mais nosso tempo. Todos estavam preocupados com minha demora.
- Eu imagino – Ele esfregou o nariz sobre a bochecha dela – Eu não entendia porque queria tanto correr atrás de você, era quase uma necessidade, eu sentia falta de algo que não era meu. Tive que me conter para não pedir ao Phil para me levar ate a casa onde você estava e leva-la dali.
- Hmm! A tia da Mich teria adorado que você fizesse isso, ela foi a primeira a dizer que eu estava apaixonada por você, mas claro eu disse que era loucura, porque tínhamos nos visto apenas duas vezes. Então ela me contou sobre amor a primeira vista e o mito da alma gêmea.
- Eu já ouvi sobre ele
- Pois é! Ela disse que podemos achar nossa outra metade em qualquer lugar e assim que se encontram sabemos no mesmo momento que é ela.
- Você soube que era eu?
- No instante em que olhei em seus olhos pela primeira vez, mas eu não quis admitir. Fiquei assustada com todos aqueles sentimentos e achei que era uma simples atração física, mas aí na festa na casa dos meus pais eu soube que era mais do que uma simples atração.
- Se apaixonou por mim – Falou todo convencido.
- E você por mim
- Perdidamente – Seus dedos afundaram na pele dela sobre o quadril quando a beijou, reivindicando seu espaço com a língua junto à dela. Natasha cravou suas mãos entre os cabelos de John puxando-o aprofundando o beijo, transformando em algo mais selvagem. Gemeu com as carícias que as mãos dele faziam em seu corpo indo de um lado para o outro, para cima e para baixo. John grunhiu contra a boca dela ao escutar seu gemido e a sentou no balcão ficando entre suas pernas – Você ainda vai me matar.
Ela apenas sorriu e o puxou de encontro com sua boca outra vez.

No apartamento de Naya, Ethan acabara de chegar e escutou o barulho vindo do quarto. Seguiu direto para lá e a encontrou terminando de se vestir:
- Oi
- Oh! Oi amor – Ela sorriu ao vê-lo, mas não parou de se arrumar.
- Pelo o que vejo já vai sair – Se recostou no batente da porta – Pensei que poderíamos ir ao cinema ou jantar.
- Eu adoraria amor, mas tenho que ir para o bar ajudar o Cesar
Ethan suspirou com desaprovação:
- Naya será que podemos conversar?
- Agora eu não posso amor, vamos deixar para outro dia, eu estou atrasada.
- E será que você não pode deixar de ir um dia ate o bar? Cesar passou bastante tempo tocando o negócio sem sua ajuda, tenho certeza que se não fosse hoje ele não reclamaria – Ethan chegou ao limite e acabou explodindo.
Naya parou tudo o que estava fazendo e o olhou como se o estivesse vendo pela primeira vez:
- Por que está falando assim? Sim eu sei que ele ficou só por um bom tempo, mas eu estou apenas ajudando-o, dando uma assistência.
- É eu já percebi, você presta assistência a todos – Abriu os braços falando com raiva – Mas e quanto a mim? E ao nosso relacionamento?
- O que quer dizer?
- Estou falando sobre o tempo que você não tira para mim. Você consegue encaixar tudo e todos na sua agenda, mas esquece completamente de mim. O que está acontecendo? Não quer mais ficar comigo?
- Não diga besteiras Ethan. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
- Eu acho que tem sim. Você já se deu conta que nessa sua rotina de trabalho, indo de manhã e de tarde para a empresa e a noite para o bar não resta um espaço para mim?!
- Como assim?
- Você trabalha o dia todo e a noite ainda vai ajudar seu primo, e acaba voltando morta de cansada. Todo dia eu venho para o seu apartamento e tudo o que eu escuto é o quanto você está trabalhando e como isso a consome, é só sobre isso que você sabe falar, o tempo todo.
- Espera, o fato de eu estar trabalhando te incomoda? Eu dei duro para conseguir esse emprego, não posso simplesmente deixa-lo de lado.
- Não, não, não é seu emprego que me incomoda, mas sim o fato de que você se doa para todos e esquece completamente de mim. – Ethan passou as mãos no cabelo e respirou fundo – Eu tô cansado de ser jogado de lado, de ficar em segundo plano.
- Ethan, por favor, o que está falando é completamente absurdo, é claro que eu dou atenção a você...
- Ah é? – Perguntou com ironia – Quando foi a ultima vez que saímos juntos? Que fomos ao cinema ou ao parque? Ou simplesmente sentamos aqui e conversamos com tranquilidade?
- Eu...
- Mas para você ter ideia do tempo eu vou perguntar outra coisa, quando foi a ultima vez que dormimos juntos?
Naya entreabriu a boca sem saber o que responder, sua garganta ficou seca, e analisando tudo o que ele perguntou e o tempo de uma coisa para outra percebeu que de fato Ethan tinha razão, há muito tempo eles não saíam em nenhuma programação de casal e muito menos fizeram amor. Naya puxou seus dedos e deu um passo a frente:
- Ethan eu...
- Naya você disse varias vezes que seu sonho era namorar comigo, e você conseguiu, mas pelo o que estou vendo seu sonho dura muito pouco. Se você se enjoou de mim, peço que, por favor, fale a verdade...
- Não... – Deu outro passo apressado a frente.
- Você quis que eu fosse seu namorado e eu aceitei, porque amo você, mas não aguento ficar de escanteio. É uma sorte se eu estiver em segundo plano na sua vida – Ethan olhou para o lado antes de olhar para ela – As coisas estão desandando cada vez mais, você tem muito pouco tempo para dedicar a nós dois, e eu não vou ser o único em uma relação que é repartida para dois.
- O que está querendo dizer? – Um pânico crescente tomou conta do seu corpo.
- O que quero dizer é que não vou ficar correndo atrás de você mendigando por um pouco de atenção. Por mais que eu não queira, mas se as coisas não mudarem não verei outra alternativa a não ser nos separarmos. Eu amo você, mas não posso amar por dois e fingir que tudo está bem e que tenho uma namorada presente.
- Ethan, por favor, não diga isso, você sabe que eu te amo.
- É? Ultimamente não consigo sentir esse seu amor – Ele respondeu com frieza. Apesar de estar com o coração apertado por falar tudo aquilo, ele não podia mais segurar sua angustia – Não dá Naya, não há amor que resista a uma ausência dessas. Eu sinto muito, mas se isso continuar o nosso namoro estará acabado – Ele virou e saiu do quarto. Naya veio atrás desesperada.
- Ethan, por favor, nós podemos mudar isso, vamos conversar melhor.
Ele pegou seu casaco e enquanto vestia respondeu:
- Agora não, você está muito atrasada para ajudar seu primo. Deixa para outro dia – Abriu a porta e saiu.
- Ethan, espera – Tentou segurar a porta antes que ele a fechasse, mas não deu. – Ethan, por favor, não faz isso. Ethan. – Bateu com os punhos na porta, mas ele não voltou. Naya se acabou em lágrimas e caiu sentada no chão totalmente desolada.

Continua...