Sequestro

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[...] porque estava tão incomodado com o fato de ela detesta- lo. [...]

Natasha havia voltado para a sua casa, para se trocar para a festa da revista Premium e a homenagem que fariam ao fundador, Mark Harris. Ela estava terminando de prender o cabelo em seu coque bagunçado quando olhou para o lado e viu o irmão sentado na cadeira, pensativo, com a gravata desfeita e a cabeça muito, muito longe dali. Saiu do seu quarto atravessando para o dele:
- Ethan? O que houve? – Parou em sua porta.
- Hmm? – Ergueu o rosto e balançou a cabeça – Nada.
- Não mente para mim, me fala o que houve. Você nunca fica assim – Virou a cadeira para ficar de frente para ela quando sentou na cama.
- É que... Eu conheci uma mulher...
- Me diga alguma novidade
- Na verdade eu a reencontrei... Depois de muitos anos.
- Hmm! É uma novidade, você nunca fica com a mesma garota duas vezes
- Eu não fiquei com ela, ou melhor, nós nunca nem chegamos perto disso.
- Então por que essa angustia toda?
- A garota que eu reencontrei é a Naya Bennet – Falou olhando para a irmã.
- Na... Naya Bennet? – Arregalou os olhos – Isso sim é uma grande novidade. Mas o que aconteceu? Vocês se falaram?
- Sim, e não foi nada legal.
- Onde se encontraram? Eu pensei que ela tivesse ido embora.
- Ela foi, mas voltou. Estava morando em Boston com os pais, nos encontramos no bar do Cesar, e advinha só, é prima dele.
- O que? – Perguntou completamente chocada com aquilo.
- Eu tive a mesma reação – Jogou-se para trás na cadeira – Mas o mais surpreendente é que ela está completamente diferente.
- Como assim?
- Ela... Ela... – Abriu e fechou as mãos tentando descreve-la de uma forma não tão pervertida – Ela está linda, minha nossa você não faz nem ideia do quão maravilhosa ela ficou.
- A Naya?
- Sim, está belíssima. Eu nem a reconheci. Ela está magra, linda, com um corpo incrível e... Arg! – Esfregou sua cabeça com impaciência.
- Ethan?
- O problema é que desde esse dia ela não sai da minha cabeça. Eu cheguei ate sonhar com ela.
- Ah! Eu não acredito – Natasha bateu as mãos jogando metade do seu corpo para trás rindo, e voltando para encara-lo – Você está apaixonado.
- O que? Não seja louca. – Levantou da cadeira afastando-se da irmã.
- É claro que está, olha só seu estado. – Apontou para ele – Eu nunca pensei que isso um dia fosse acontecer com meu irmão Há! Há! Há!
- Não, está errada, não estou apaixonado... Ainda mais pela Naya.
- Por que não? Você mesmo acabou de dizer que ela está linda e deslumbrante.
- Sim, sim, linda, com um corpo feito para o pecado, e... – Passou as mãos no cabelo – Nossa.
- Há! Há! Viu só?! Ta apaixonado. – Natasha tornou a rir – E o mais irônico é que agora quem está apaixonado é você, e ela te odeia, e com certeza vai te dispensar.
- Arg! Eu só queria dizer que a reencontrei, não devia ter falado tudo isso pra você, estou arrependido.
- Ethan, eu entendo a sua angústia, nós falamos sobre ela e aquele episódio há poucos dias e desde então você está inquieto, incomodado, e de repente ela aparece do nada completamente diferente.
- Sim, muito diferente
- Eu entendo você, mas espero que entenda se ela rejeitar você.
- Eu sei, mas é que... Eu penso nisso o tempo todo, e algo estranho aconteceu quando eu segurei a mão dela.
- O que?
- Foi como um choque. Sabe quando a gente coloca o dedo na tomada e leva um choque, foi algo parecido, e aconteceu no mesmo instante em que nos tocamos.
Natasha entreabriu a boca sem conseguir falar uma palavra, acreditava ter congelado no lugar. Entendia mais do que perfeitamente o que ele estava dizendo, havia acontecido a mesma coisa quando tocou John a primeira vez, e a tia da Michelle havia explicado que isso só acontece com a pessoa certa, a que está destinada a você. Nat juntou as mãos perto da boca tentando conter-se para não dar pulos de alegria, isso iria assusta-lo. Ela levantou da cama e tocou o ombro do irmão:
- Mano se eu fosse você iria atrás dela para tentar consertar o erro de anos atrás, e se por acaso ela te perdoar, mas se você ainda continuar inquieto então sugiro que insista com ela. Isso aqui... –Tocou o peito dele – Não vai passar ate tudo se esclarecer e vocês se acertarem. Vai por mim – Sorriu amorosamente – Agora temos que nos arrumar, daqui a pouco o papai vai vir gritando chamando nós dois.
- Certo – Concordou – E obrigado.
- Não tem de que. – Falou saindo do quarto e entrando no seu.

Quando chegaram na festa John foi pessoalmente recebe-los, e deu as boas vindas a Natasha com um grande beijo, algo que os paparazzi adoraram. Ele fez questão de apresenta-la a todos seus amigos e sócios, quando falava podia o sentir o orgulho em cada palavra.
Depois de todas as formalidades John subiu no pequeno palco para agradecer a presença de todos, falar sobre sua empresa e homenagear seu pai em um discurso emocionante. Todos ficaram muito empolgados com o entretenimento. John desceu do palco e veio ao encontro de Natasha que o abraçou:
- Você estava ótimo!
- Obrigado. E você está linda. Vi alguns homens de olho em você. Lá de cima da para ver tudo.
- E você como é ciumento estava se controlando para não exercer sua possessividade em publico.
- Você me entende tão bem – Sorriu passando a ponta do seu nariz sobre o dela. De repente ele ficou sério – Minha linda...
- O que foi? – Tocou seus braços.
- A Lucy está aqui na festa, infelizmente não tive como desconvida-la
- Não se preocupe com isso John, eu estou bem e vou continuar bem. A Lucy não vai conseguir me manipular de novo. Não é a melhor noticia da noite, mas se ela está aqui o jeito é aguentar.
- Tudo bem mesmo? Porque se quiser, eu mando tirarem ela da festa agora mesmo
- Não, isso seria um escândalo para sua revista. Deixa ela. Eu sei o que sinto e o que quero, e ela não pode fazer nada a respeito – Tocou o rosto dele sorrindo.
- Que bom. Mas se ela disser qualquer coisa para chatear você, venha imediatamente me dizer e eu a expulso daqui pela porta dos fundos.
- Tudo bem, mas não fique preocupado com isso é sua festa, tem que mostrar que está feliz.
- Isso é fácil, basta olhar para você e me sinto feliz.
- Bobo – Tocou com o indicador o lábio dele – Te amo.
- Te amo – Respondeu descendo seu rosto para beija-la.
Lucy longe dos olhos de todos observava a cena cheia de raiva, quase rasgou o pano em sua mão desejando fuzilar Natasha com seu olhar. Jogou o pano com raiva e segurou um dos braços do garçom que passou ao seu lado. Tentou parecer o mais natural possível para ninguém perceber:
- Está tudo pronto?
- Sim, como a senhorita pediu.
- Ótimo, já sabe o que fazer então.
- E o que faço com a garota depois?
- Eu não sei, não me interessa, joga em qualquer buraco, só quero que certifique-se de que não volte mais.
- Certo – Ele partiu em direção a cozinha.
Lucy respirou profundamente erguendo a cabeça olhando para o casal que conversava alegremente no meio do salão:
- Você mesma disse Natasha, enquanto viver John sempre será seu. Eu darei um jeito de mudar isso.

Michelle se jogou nos braços de Natasha abraçando-a:
- Mich? Eu não sabia que estaria aqui – Nat respondeu surpresa.
- Há! Há! Agradeça ao John.
- Como assim? – Olhou para ele esperando uma explicação.
- Acho que a Michelle vai querer contar. Enquanto ficam conversando eu vou falar com um amigo do meu pai, já volto – Beijou a testa da morena e partiu.
- Então? Me conta, o que aconteceu?
- Advinha quem vai ser a modelo a desfilar para a Lanvin? – Perguntou mostrando um sorriso enorme.
- Oh! Meu Deus, eu não acredito – Deu alguns pulinhos – Você vai desfilar para a Lanvin?
- Siiim, eu vou, acredita nisso?
- Mas como?
- Bom à revista Premium é associada com a Lanvin e é a única que fará a matéria exclusiva do desfile, parece que a modelo da revista era a Lucy, mas John cancelou o contrato antes do tempo com ela e me pediu para ser a substituta. Ele já falou com o tio Taylor, já que eu sou modelo contratada da Donovan, e eles já acertaram. John também me disse que se tudo correr bem no desfile ele me recomendará para Maxime Perroud.
- Minha nossa, isso é incrível Michelle. John não me falou nada. Eu estou tão orgulhosa de você, está começando a alavancar sua carreira.
- Sim, e tudo graças ao John. Eu sei que é errado dizer isso, mas, eu amo ele.
- Há! Há! Há! Há! Eu amo mais.
Um garçom parou ao lado delas com uma bandeja na mão com duas taças de champanhe:
- Vamos brindar a isso - Natasha falou pegando uma taça e a prima à outra. Brindaram e beberam metade do conteúdo. Agradeceram ao rapaz.
Michelle continuou a contar sobre sua carreira e o recente contrato e tudo o que a favoreceria. Elas riam sem parar imaginando por tudo o que ela passaria. Tudo estava indo bem, ate que Natasha começou a se sentir tonta, sua vista embaçava aos poucos. Tocou a testa vendo tudo girar:
- Nat você está bem?
- Estou tonta
- Quer que eu chame o John? – A segurou pelos braços.
- Não, ele vai ficar preocupado, eu preciso de um pouco de ar fresco
- Então vamos sair
- Não para frente, tem uma porta pela lateral longe dos fotógrafos – Apontou na direção que deveriam seguir. Mich com cuidado a guiou para longe da multidão, desceram uma pequena escadaria ate a porta que dava direto para o estacionamento. Quando o ar da noite bateu em seu rosto Natasha respirou fundo:
- Ah! Melhor
- Como está se sentindo?
- Estou bem, eu só preciso de um minuto – Apoiou-se no corrimão que dava para a outra escadinha.
- O que acha que causou isso?
- Eu não sei, eu estava muito bem há alguns minutos – Puxou o ar.
- Me deixou preocupada
- Não fique – Sorriu.
- Droga! Eu deixei meu celular lá dentro e prometi ligar para o meu pai para saber se chegou bem em casa.
- Vai lá pegar, eu vou ficar aqui
- Tem certeza? Eu não quero te deixar só
- Vai, eu estou me sentindo melhor, pode ir.
- Tá! Mas eu volto correndo – Se afastou olhando para a amiga. Subiu as pressas à escada e sumiu.
Natasha se apoiou com mais firmeza no corrimão sentindo sua vista escurecer e a cabeça dar voltas. Não sabia ao certo se estava delirando ou não, mas escutou passos vindos em sua direção, apertou os olhos tentando desfocar sua imagem, mas tudo o que viu foram dois borrões:
- O sonífero já está fazendo efeito – Um deles falou.
- Quem... São vocês? Ah – Seus pés vacilaram e ela bateu com a costa na parede.
- Calma boneca, nós só cumprimos ordens.
- Tem alguém que não gosta muito de você – Ele a segurou pelo braço levantando-a – Vamos embora.
- Não, me solta – Tentou bater em seu peito, mas seu corpo todo pesava. Foi jogada no ombro dele e não pôde resistir, acabou caindo no sono.
Michelle voltou correndo como prometera:
- Nat voltei – Mas não a viu. Olhou para os lados e então avistou dois homens se aproximando entrando em um carro, um deles estava com uma garota e reconheceu ser a Natasha – Ei vocês, o que estão fazendo com ela? – Desceu as escadas e correu na direção deles – Deixem ela.
- Vai rápido – Jogaram a moça dentro do carro e fizeram o pneu cantar acelerando indo embora.
- Não, voltem. Natasha – Parou de correr quando o carro estava longe. Respirou ofegante passando a mão nos cabelos. Estava desesperada. Lembrou de John, voltou pelo mesmo caminho correndo feito uma louca. Escancarou a porta e tropeçou duas vezes na escada, mas não parou. Adentrou a festa e muitos a olharam achando-a maluca. Michelle olhou para todos os lados procurando o rapaz e o encontrou conversando com Ethan. Disparou em sua direção – John – Chamou.
- Eu sei que é desse jeito – Ethan falou rindo.
- Mas talvez ele... – Foi interrompido por Ethan que apontou para a loira que vinha desesperada em sua direção – Michelle? O que houve?
- É... A... É a... Natasha... Eles levaram – Estava tão cansada que não conseguia formar a frase inteira.
- O que está dizendo? – Todo o seu corpo entrou em estado de alerta.
- Eles a levaram... Dois homens... No estacionamento.
- Como assim levaram ela? Do que está falando? – Ficou alterado segurando-a pelos braços para não cair.
- Michelle respira e diz o que aconteceu, quem a levou? – Ethan perguntou preocupado.
- Eu não sei. Nós estávamos conversando e de repente ela ficou tonta, disse que precisava respirar um pouco, então fomos pela porta que dava para o estacionamento... Ela disse que já estava se sentindo melhor, e eu voltei correndo para pegar meu celular para ligar pro meu pai e quando voltei não a vi no lugar onde deixei... Dois homens entraram no carro, a jogaram lá dentro, ela parecia desacordada, pois quando chamei ela não respondeu nem tentou escapar.
Todo o sangue de John sumiu do seu corpo, ficou pálido. Alguém a sequestrou. Ficou alguns minutos longe dela e o pior aconteceu. Entrou em pânico:
- Por que ela ficou tonta? – Ethan perguntou. – E por que não chamou um de nós dois quando isso aconteceu?
- Ela me pediu para não preocupa-los. E ela estava bem, ficou tonta depois que tomou o champanhe.
- O garçom – Ethan entendeu tudo na hora e olhou para John.
- Sabe dizer quem foi o garçom?
- Sim, sim, eu olhei bem para ele
- Rápido – John a puxou e começou a andar pelo salão parando sempre que via um garçom passando.
Ethan pegou seu celular e rezava para que Natasha estivesse com o seu, assim poderia rastrear. Seguiu os dois de perto enquanto mexia em seu aparelho:
- Ali, foi aquele – Apontou para o homem que acabara de entrar na cozinha.
John foi pisando duro e com sangue nos olhos, Mich mal conseguiu acompanha-lo. Ele empurrou com força as duas portas e estrondo fez todos de dentro olharem. Avistou o rapaz, e o mesmo sabendo que toda aquela raiva era direcionada para ele tentou fugir:
- Segurem ele – Ordenou. Um dos cozinheiros pegou o rapaz e o jogou na direção de John que vinha como uma bala, o segurou pelo colarinho o bateu com força contra a parede – Para onde a levaram seu desgraçado?
- Eu não sei do que está falando
- Sabe sim, me diga agora para onde levaram minha mulher, ou eu juro que está será a última vez que respirará na sua vida. Eu não estou brincando.
- Diz agora o que fizeram com a minha irmã, o que deu pra ela beber? Fala seu cretino nojento.
- Eu só cumpri ordens, não sei pra onde eles a levaram – Seus pés não tocaram mais o chão.
- Ordens? De quem? – John rugiu.
- De uma moça
- O que você colocou na bebida da minha irmã?
- Sonífero... Para não gritar
- Quem foi à maldita mulher que mandou fazer isso? – John perguntou torcendo mais ainda a camisa dele quase rasgando o tecido em sua costa.
- Eu não sei o nome dela, apenas me pagou para fazer isso, eu juro que foi só isso.
- Como ela era? – Michelle perguntou.
- Loira, olhos azuis
- Lucy – John falou entre os dentes.
- Consegui, eu encontrei – Ethan olhou para o seu celular que mostrava a localização de Natasha.
John soltou o rapaz e o acertou com um soco fazendo-o cuspir sangue:
- Michelle ligue para a polícia. Certifiquem-se de que ele não vai fugir ate as autoridades chegarem – Olhou para os funcionários da cozinha que viam aquela cena com horror. Todos concordaram. – Continue aqui Mich, eu vou atrás da Natasha.
- Eu vou com você – Ethan falou.
- Não, vou sozinho – Respondeu saindo apressado da cozinha.
- Eu não pedi sua permissão, é a minha irmã, e se formos juntos resolveremos as coisas mais rápido – Correu junto dele.
Atravessaram a porta e desceram a escada correndo para o estacionamento. John havia mandado uma mensagem para Phillip para encontra-lo no estacionamento. Quando chegaram o motorista se aproximou:
- Senhor algum problema? – Entregou a chave ao jovem.
- Sim, sequestraram a Natasha. – Deu a volta indo para o lado do motorista.
- E o que posso fazer?
- O desgraçado que a drogou está na cozinha, Michelle chamou a polícia não o deixe escapar. E peça a ela que caso os pais da Nat perguntarem sobre o paradeiro dos filhos, diga que ela não estava se sentindo bem e nós dois a levamos para casa – Ele e Ethan entraram no carro. Phil concordou e correu para dentro da revista.
John acelerou e logo seu carro estava a mais de 100 km por hora nas ruas, desviando de todos os outros veículos. Ethan era o navegador e dizia onde deveria virar e seguir reto. O sinal havia parado, estava em um dos bairros pobres, quando informou ao moreno o local o motor do carro rugiu quando pisou fundo sem se importar com os semáforos vermelhos, quebrando todas as leis de trânsito. Um medo se instalou em seu corpo, temia que não chegasse a tempo e que fizessem algo a Natasha, caso isso acontecesse ele não teria piedade e os mataria ali mesmo, e logo em seguida cuidaria de Lucy, ela se arrependeria amargamente disso.

Natasha estava atordoada, não conseguia abrir os olhos, pois estavam muito pesados, mas escutava os sons ao seu redor. A jogaram em algo macio que fez barulho de mola enferrujada supôs que era uma cama. Queria acordar, levantar e gritar pedindo socorro, não entendia o que estava acontecendo, nem por que estavam fazendo isso, só sabia que estava com medo e um sono horrível:
- Hmm! A loira apenas disse para nos livrarmos dela
- É uma pena, uma garota tão bonitinha como ela. Que desperdício mata-la e joga-la para os cães sem antes se divertir.
- Há! Há! Há! Ela é muito bonita mesmo – Afastou o cabelo do rosto dela e segurou seu queixo com violência sabendo que a marca de seus dedos ficariam ali.
- É bem mais bonita que a loira Há! Há! Há! O que acha que ela esconde debaixo do vestido? – Perguntou com sua voz rasgada passando sua mão por debaixo do vestido dela.
- Não – Ela conseguiu juntar forças e chuta-lo no estômago.
- Arg! Sua vadia – Ele empurrou o cara na sua frente e a esbofeteou com força. O rosto dela foi jogado para o outro lado junto do cabelo que caiu sobre ele.
- Há! Há! Há! Ela tem espírito. Eu adoraria come-la enquanto estivesse acordada, com certeza seria um animal selvagem na cama, eu ia gostar bastante.
- Faça o que quiser. Coma ela de uma vez e depois vamos continuar com o plano, mata-la e sumir com o corpo. – Ele falou com raiva saindo do quarto.
- Eu vou adorar isso. Você tem um corpo incrível – Se aproximou da cama. Rasgou as alças do vestido dela e antes que pudesse fazer o mesmo com o resto escutou algo se chocar com força contra a porta e racha-la.
- Me solta... – Sussurrou.
- Fique quieta – Rosnou.
- Vá atrás dela, eu cuido desse – Uma voz masculina veio de fora.
- Ethan – Ela tentou gritar, mas estava sem forças.
- Cale a boca
- Natasha – Outra voz gritou chamando seu nome.
- John... Aqui
- Eu já mandei calar essa merda da sua boca – A estapeou. No exato momento John abriu a porta com um chute e viu o que o homem fez. Uma fúria sem controle se apossou do seu corpo e se lançou sobre o homem.
- Seu miserável. Tire as suas mãos de cima dela – O socou com um cruzado de esquerda e depois de direita. O cara tentou se defender, mas John era impiedoso o atacou com chutes e mais socos. O sequestrador caiu no chão desacordado, mas John continuou socando-o ate ver todo seu rosto ensanguentado. – Desgraçado, eu vou acabar com você - Ficou de pé chutando-o mais uma vez.
Puxou o ar com firmeza e olhou para o lado, na cama. Correu para acudi-la, no momento em que a virou, ela se debateu:
- Não, não, por favor... Não...
- Natasha, está tudo bem, sou eu, John – Tocou seu rosto – Minha linda, sou eu.
- Ah... – Ela escutou sua voz e o reconheceu, mas mal conseguia abrir os olhos e então caiu novamente no sono. John empurrou o cabelo de seu rosto e seu corpo gelou ao vê-la com os lábios cortados e sangrando, o queixo e as bochechas com marcas de dedos, aos poucos inchavam e ficavam avermelhadas. Olhou para as alças rasgadas e tremeu ao notar o que estavam prestes a fazer com ela caso não chegassem antes.
Chamou uma série de palavrões pegando-a com cuidado no colo. Ethan entrou no quarto com os punhos vermelhos e cheios de sangue. Deu um solavanco quando a viu:
- Por Deus, o que houve com ela? Natasha?
- Ela vai ficar bem, esses desgraçados bateram nela.
- Seu escroto. – Rosnou para o homem desacordado no chão do quarto – Vão se arrepender.
- Ligou para a polícia? – Perguntou saindo dali.
- Sim, estão a caminho
- Vamos tira-la daqui. Vou levar para o meu apartamento é o lugar mais seguro, ninguém vai se atrever a entrar ali. – Beijou a testa dela.
- Tudo bem, vamos logo antes que eu resolva virar um assassino – Seguiu John de perto amparando sua irmã que continuava desacordada. Os dois estavam com sede de vingança, John mais ainda, sabia exatamente em quem descontaria todo aquele sentimento, mas por hora, sua maior preocupação era em cuidar de Natasha e mantê-la a salvo.

Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora