Melhor amigo, Sam

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[...] Ai garoto tinha que jogar a bola justo naquela hora? Arrrg [...]

De repente seu celular começou a tocar. Estava encaixado perto do som, ele apenas aceitou a ligação:
- Oi – Falou secamente.
- O que você tem? Tá estranho. É mulher não é?! – O cara do outro lado da linha falou em tom decidido e divertido.
- O que você quer Sam?
- Quero dar uma volta
- Como pode ver não estou com bom humor.
- E como sabe, quando está assim seu melhor remédio é dar uma volta com seu melhor amigo.
- Sam... – Resmungou.
- Para de choro, liga o carro e vem me buscar, a gente vai para um bar que é o melhor lugar para se conversar sobre mulheres, e no seu caso pelo menos duas torres de vodca com limão para tentar extrair todo esse sentimento obscuro que está se criando aí.
- Hunf! Não é obscuro, pelo contrário, é maravilhoso, eu pensei que nunca mais sentiria isso.
- Cara você fica um chato quando está apaixonado
- Há! Há! Há! Paixão é assim meu amigo
- Tá! Para de cena e vem logo me buscar, já tô pronto e esperando.
- Sim senhor, estou perto da sua casa, chego em quinze minutos – Ligou o carro.
- Dez
- Vai se ferrar Sam é você que quer sair
- E você precisa de mim, isso é mais importante
- Idiota – Seguiu para o desvio – Daqui a pouco a gente se fala.
- Beleza. E vê se vem rápido, seus carros não são rápidos e estupidamente caros a toa.
- Estamos em Nova York Sam, ate nossa conversa é monitorada.
- E você é do tipo de cara que pode controlar a lei se quiser
- Você só fala merda. Deixa eu dirigir em paz, tchau – Desligou. Ele riu das maluquices do amigo. É talvez fosse o melhor encontrar com Sam agora, afinal ele sempre levanta seu astral quando as coisas vão mal.
Em pouco tempo ele chegou à casa do Sam, e o amigo já estava esperando na porta. John saiu do carro, Sam era cadeirante, devido a um acidente há três anos ele ficou paraplégico, mas mesmo com esse acontecimento ele não perdeu o pique da sua vida. Ele era loiro de olhos castanhos claros, era alto e tinha um corpo esguio com braços fortes e um semi abdômen definido, adorava fazer exercícios e desde a infância era o melhor amigo de John. O loiro girou as rodas e chegou perto do carro:
- E aí cara – Eles fizeram o típico cumprimento de homens, batendo as mãos e depois sacudindo rapidamente.
- Como você tá Sam? – John abriu a porta do carro.
- To bem, vamos beber? Faz dias que não sei o que o álcool pode fazer com meus sentidos
- Há! Há! Há! Seu humor alcoólatra fez falta – Sam entrou no carro sentando na frente. John fechou a cadeira e a colocou na porta mala do carro. Assumiu seu lugar no volante e seguiu para o bar onde eles sempre costumavam ir.
- Então se conheceram em Paris, você a levou para o seu hotel, depois se despediram, se reencontraram aqui na casa dela foram para um jardim, conversaram sem parar e hoje foram almoçar e passaram horas conversando mais ainda?!
- Isso – John tomou um gole de água.
- E ate agora ainda não transaram? Cara o que há com você? – Ele parecia perplexo, quase como se tivesse levado um golpe.
- Por que eu faria isso assim do nada? Ainda mais com ela.
- Você por muito menos tempo pegou uma das modelos mais cobiçadas da Alemanha
- Aquilo foi apenas um divertimento, durou apenas dois dias, e ela sabia disso.
- E ficou loucamente apaixonada por você
- Foi um erro que ela sabia que não podia acontecer
- Depois veio à britânica que literalmente te atacou na sua sala na empresa, por sorte era o final de expediente e só estava você naquele setor
- Há! Há! Há! Aquilo me surpreendeu, ela parecia ser uma correspondente tranquila e séria, quem diria que ela apareceria na minha sala com a blusa desabotoada e uma saia provocante, mas confesso que foi uma noite bem divertida.
- Seu sortudo desgraçado, eu paquerava aquela mulher há anos e ela nunca me deu mole, e do nada ela cai de paraquedas com a roupa mais pervertida do mundo na sua mesa. Arg! Porque não tive essa sorte?! – Bebeu a cerveja em seu copo.
- São muitas histórias, mas eu trocaria todas para ter a Natasha
- E porque não faz isso? John você é o cara mais conquistador que já conheci nunca nenhum impedimento ficou no seu caminho quando queria uma mulher. Por que com essa tem tantos obstáculos?
- Ela é diferente, ela não é atirada como as outras, pelo contrário, ela evita minhas investidas. Natasha é engraçada, espontânea, brincalhona, inteligente, autossuficiente, linda, generosa, educada e com o péssimo carma de sempre cair quando estou por perto. E tem os mais belos olhos que já vi – John falava dela com um brilho nos olhos.
- Cara você tá ferrado – Ele falou com uma cara de espanto misturado com indignação – Seu idiota, você está apaixonado por ela – Pegou um lenço de papel enrolou fazendo uma bola e jogou nele – Não acredito que você está amando alguém.
- Há! Há! Eu já disse que ela não é qualquer pessoa, é quase impossível não se apaixonar por ela
- Então deixe- me conhecer ela e ai veremos se é quase impossível mesmo
- Nem tente – Jogou de volta a bola – Ela é minha.
- Sua? Oh! Meu Deus já está tratando ela como se fosse sua posse
- Há! Há! Há! O que? Faz mal eu querer ela só para mim?
- Não faria se você a quisesse apenas por uma noite
- Ah não! Não a quero por um momento, quero para a vida toda, Natasha não é como as outras garotas que já tive, elas se jogavam a mim sem o menor esforço, eu não precisava jogar charme, fazer elogios ou ate tentar seduzir, elas apenas vinham naturalmente, e isso é cansativo e deprimente.
- Mas a Natasha é diferente – Ele zombou bebendo o resto da sua cerveja.
- Com certeza, ela nunca deu em cima de mim, não se jogou descaradamente, os flertes dela eram sempre excitantes e só me motivava a continuar tentando atraí-la. A primeira vez que tentei beija-la ela me evitou.
- É essa garota com certeza tem algum problema, ninguém te dispensa – Ele sinalizou para o garçom indicando que queria outra garrafa de cerveja – E cara, por favor, se vai falar sobre suas ex pode pelo menos beber alguma coisa de verdade e de preferencia com álcool?
- Não posso, estou dirigindo, e já bebi na hora do almoço – Recostou-se na cadeira e bateu o dedo indicador na mesa.
- Ah é o almoço com senhorita diferente
- Sam quer parar de falar dela como se a odiasse?! – Seu tom de voz saiu irritado.
- Desculpa – Ele deixou o copo na mesa e suspirou então seu tom e expressão de zombaria se desfez e deu lugar a um rosto amigável – John você é meu amigo, sabe que não zombaria de alguém que você gosta, eu sempre te apoiei em tudo ate quando eu sabia que ia dar errado, mas eu sempre fiquei do seu lado. E se você gosta dessa garota, eu também gosto. Cara, eu só quero sua felicidade, e se Natasha pode te dar isso então saiba que pode contar comigo e que estou torcendo por vocês.
- Obrigado Sam, você é o melhor amigo que já tive – Eles socaram sem força o punho fechado um do outro.
- Só não deixa o Ethan ouvir isso, se não ele te quebra
- Há! Há! É! Ah e contei a você que o Ethan é o irmão dela?
Sam quase cuspiu a cerveja que estava tomando. Engoliu a contragosto o líquido e limpou a garganta sentindo-a apertada:
- Como é?
John começou a rir:
- É verdade, ele é o irmão mais velho
- Tá brincando comigo – Ele ficou boquiaberto.
- Não estou – Ele pegou um pedaço do bolinho de carne que pediu e comeu.
- Cara então ela a famosa irmã do Ethan. Oh Meu Deus, ele vai te matar quando souber que está apaixonado pela irmã dele.
- Ah nos conhecemos desde crianças, acho que ele não seria tão dramático se descobrisse que eu quero a Natasha
- Há! Há! John, meu bom e velho John, parece que o tempo dentro daquela empresa está fazendo suas memórias derreterem. Você sabe muito bem como o Ethan é ciumento quando se trata da irmã, qual é. Lembra quando contei a você que fomos a um bar e ele levou a irmã e o Kevin ficou interessado nela, e por burrice pediu pro próprio Ethan apresentar o dois e dar uma força, e a resposta foi um grande esculacho e quase levou um soco, se não fosse pela irmã o pobre Kevin teria ido para o hospital todo quebrado.
- Sim, eu entendo, mas comigo vai ser diferente, não quero Natasha para um casinho sem valor, eu preciso dela na minha vida, eu quero ela mais que tudo, e se eu demonstrar que meus sentimentos são verdadeiros eu tenho certeza que Ethan não se oporá.
- Para sua sorte eu espero que sim – Ele dispensou o copo e bebeu direto da boca da garrafa – Mas sabe falando em ex, e a Lucy?
- O que tem ela? – John sumiu com seu sorriso e sua expressão ficou séria.
- Você já a esqueceu completamente?
- Hunf! Sam todos os meus relacionamentos anteriores foram um completo desastre, todos acabaram da mesma forma, e Lucy não foi diferente, só que ela de todas foi a que mais me machucou, afinal nosso relacionamento era longo, e foi a maior decepção quando descobri.
- E não tem medo que aconteça o mesmo com a Natasha? Digo, vocês namorarem e ela fazer a mesma coisa que as outras.
- É claro que tenho medo, Lucy arruinou todas as minhas expectativas de ter um bom relacionamento, depois que tudo acabou eu jurei para mim mesmo que nunca mais teria nada sério com mulher alguma. Eu estava indo muito bem durante todos esses meses, não tinha que me preocupar com nada além do meu trabalho, e para falar a verdade eu não me sentia tão bem assim há anos. Só que aí eu literalmente esbarrei na Natasha em frente ao Louvre. Meu lugar preferido de Paris, o que chega a ser bastante irônico.
- Verdade, diria que o destino estava te confrontando quando fez isso – Ele riu baixo.
- É e hoje eu agradeço ele por ter feito isso
- Quando percebeu que estava caidinho por ela?
- Quando eu a levei para o hotel. Ela ficou desacordada por um bom tempo e eu pude ficar olhando ela e conheço cada traço do rosto dela. E posso afirmar que ela tem um corpo incrível, eu vi quando tirei a blusa dela para colocar uma minha
- O que? Espera, essa parte você não me contou – Ele ficou chocado – Como assim tirou a blusa dela? Tava tentando molestar ela?
- O que? Claro que não, eu jamais faria isso. Quando ela caiu molhou a blusa e o clima em Paris estava frio e eu fiquei com medo que ela pegasse um resfriado, então tirei a blusa dela e peguei um moletom e a vesti.
- E aproveitou para dar uma boa olhada no que se escondia por debaixo dos panos, né? – Fez cara de malandro.
- Sam...
- Eu te conheço John, você não é e nunca será santo, e vendo o quanto está de quatro por essa garota eu aposto dinheiro se você não deu uma espiadinha
- Ta tudo bem, eu olhei sim – Ele ergueu as mãos em derrota.
- Há! Há! Há! Sabia – Olhou rapidamente para o lado enquanto ria – Mas e aí, como é?
- Como é o que?
- O corpo dela ora! Se tem seios grandes ou pequenos, se as curvas são bem estreitas, essas coisas.
- Eu não vou te contar isso
- Por que não? – Perguntou indignado.
- Eu não vou ficar descrevendo as curvas e o tamanho do seio da garota que eu gosto com meu amigo – Bebeu sua água.
- Ta brincando né?! Você é um grande chato
- E você muito intrometido. Ta ficando louco se acha que vou dizer algo sobre o corpo dela, eu nem se quer tive a chance de tocar direito.
- Você está perdendo muito tempo.
- Pelo contrário, estou ganhando terreno. Eu já disse, Natasha não é como as outras, e eu quero fazer tudo diferente agora, quero que ela também se apaixone por mim, e para fazer isso estou disposto a tudo.
- Pela sua determinação vejo que está mesmo – Ele respirou fundo e pegou um dos bolinhos – Então Lucy já não é mais um problema.
- Não, tudo o que tivemos já acabou. Terminamos há muito tempo e quero que tudo permaneça no passado.
- Tem razão, deixe todo o seu passado de sofrimento para trás e vamos torcer para que a Natasha te aceite – Ergueu a garrafa.
- É isso aí – Tocou seu copo com a garrafa.
Eles continuaram no bar por mais um tempo, depois levou Sam de volta para casa e ele seguiu para a sua. Assim que entrou em seu quarto ele tirou a camisa e o sapato e se jogou na cama soltando um longo suspiro. Concentrou os seus pensamentos a jovem de cabelos preto e ao maravilhoso e divertido almoço que tiveram. Ele esboçou um leve sorriso recordando que logo mais a noite mandaria uma mensagem a ela. Ele resolveu tomar um banho para esfriar a cabeça e pensar em como conquistaria Natasha.
Quando a noite caiu Natasha estava jogava em sua cama exausta, pois havia conversado horas com o sócio da Suíça, como ela previu, ele não a deixou terminar a conversa, ficou falando sem parar, falou ate de coisas irrelevantes que não tinham nada a ver com o assunto em questão. Quando finalmente ela conseguiu desligar o todo o computador ela levantou as mãos e deu Graças, já não aguentava mais ele.


Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora