Lição de moral

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[...] Tenha uma boa noite Cinderela [...]

Ela esboçou um sorriso apaixonado e tratou de salvar o número. Balançou a cabeça tentando impedir seu próprio pensamento, mas foi em vão, John não saíra de sua cabeça nem por um minuto, e provavelmente nem tão cedo sairia.
No caminho de volta para casa, Mary observou seu filho com o olhar fixo para a janela do carro, ele ficou assim desde o minuto em que entrou, e como boa psicóloga notou que isso só poderia ter uma razão:
- É ela não é? – Continuou com a cabeça recostada no banco olhando-o.
Ele virou o rosto para olhar para a mãe e prestar atenção na pergunta:
- O que disse?
- É ela, a garota de Paris a que deixou você com o olhar distante
- É, é ela, Natasha Donovan. Eu não fazia ideia de quem ela é filha.
- Ela é uma bela garota, sempre foi, desde criança
- Concordo, mas precisa conhece-la agora.
- E como ela é agora?
- Ah! Por onde eu começo? Ela é curiosa, inteligente, divertida, brincalhona, simpática, educada e muito moderna – Riu quando falou a última característica.
- E vai encontra-la de novo? – Mary estava adorando ver à expressão de felicidade do filho.
- Eu espero que sim, estou contando com isso – Esboçou seu melhor sorriso.
- Oh! Meu Deus, você está completamente apaixonado por ela
- O que? Mãe...
- É verdade, não acha também Phil? – Ajeitou- se no banco. Phil olhou pelo retrovisor do carro enquanto dirigia.
- Concordo senhora – Respondeu sorrindo.
- Viu só. Ate o Phil percebeu.
- Vocês dois – Recostou a cabeça no banco.
- John você não precisa negar, está estampado no seu rosto, mais do que evidente. E quer saber eu fico feliz que esteja apaixonado por ela, eu adoro os Donovan, essa família é nossa amiga há muitos anos, e Natasha parece ser uma excelente moça.
- Ela é sim
- Com certeza ela é bem melhor que a última, Meu Deus aquela garota era louca, ainda bem que você se livrou dela a tempo.
- Esqueça isso mãe, já tem muito tempo. Eu não gosto de lembrar disso.
- Fico feliz que não goste mesmo
- É! Ela fez um grande estrago na minha vida, e fico muito feliz por tudo ter acabado
- É, eu também – Suspirou – Mas quer saber, ela foi embora, infelizmente nós ainda somos amigos dos pais dela, mas o que realmente importa é que ela não tem nenhum vínculo com nossa família.
- Verdade – Ele relaxou no banco erguendo a cabeça – Estou louco para chegar em casa e dormir.
- Estamos quase chegando senhor – Phillip informou.
Quando chegaram John só queria saber de tomar banho e ir para a cama descansar.
No outro dia, sábado, Natasha foi dispensada do trabalho, podendo assim passar um tempo com suas amigas. Elas escolheram um restaurante café no centro da cidade para se encontrarem:
- Então quer dizer que se conhecem desde crianças? – Kate perguntou.
- Sim, o pai dele era muito amigo do meu pai, e nós íamos constantemente a nossa fazenda junto deles nos finais de semana e nas férias – Pegou sua xícara com café – Mas eu não lembrava dele ate ver minha mãe e meu pai comentarem algumas coisas.
- Oh! Minha nossa parece que já estava escrito, vocês dois juntos desde a infância, isso é tão romântico – Michelle indagou feito uma criança.
- Isso não tem nada de romântico, e além do mais eu não convivi muito tempo com ele na infância, eu era muito pequena, Ethan é que era amigo dele e viviam brincando juntos, eu parei de ver ele quando tinha sete anos
- Mesmo assim ainda é muito tempo, vocês foram amigos e isso já é um ponto ao seu favor – Mich tomou seu chá.
- Que ponto?
- A Mich tem razão, não adianta mais tentar enganar a gente, você está caidinha por ele.
- O que?
- É sério, é só falar dele que você fica vermelha e seus olhos brilham – Kate riu da expressão da morena.
- Isso não é verdade - Discordou esboçando uma cara de chocada.
- É sim – Michelle concordou.
- John – Kate falou tentando chamar a atenção de Nat.
- Hmm? – Natasha sorriu e olhou para o lado.
- Há! Há! Viu só, você ficou vermelha – Kate apontou para ela rindo.
- E ainda tá com esse sorrisinho bobo no rosto
- Que sorrisinho? É o meu sorriso – Nem ela mesma acreditava em sua defesa.
- Há! Há! Há! Meu Deus Nat você está apaixonada – Kate falou mostrando seu sorriso romântico.
- É apaixonada pelo senhor bonitão – Michelle fez uma voz provocativa e ao mesmo tempo engraçada.
- Há! Há! Há! Vocês duas são malucas – Natasha levou sua xícara à boca e bebeu o café. De repente seu celular toca avisando de uma nova mensagem. Nat deixou sua xícara de volta à mesa, pegou sua bolsa pendurada na lateral da cadeira, abriu procurando o celular. Quando finalmente encontrou e olhou de quem era esboçou um sorriso divertido – Falando no diabo – Ela riu.
- É ele? – Mich perguntou.
- Sim
- O que ele disse? – Kate perguntou animada.
- Perguntou se estou no trabalho, mas já respondi que ganhei o dia de folga
- E? – As duas perguntaram.
- Calma, ele ainda vai responder – Em poucos segundos a mensagem foi respondida.
- Então mandei a mensagem em boa hora. Queria perguntar se aceitaria sair comigo agora, o que acha? Para conversarmos.
- Ele quer sair comigo agora – Olhou para as duas.
- Diz que sim – Mich respondeu de imediato.
- Mas estou aqui com vocês
- Como se a nossa fofoca fosse mais interessante que sair com o senhor bonitão
- A Mich tem razão, diz que aceita sair com ele, vai, diz logo
- Há! Há! Está bem – Ela respondeu a mensagem aceitando o convite e dizendo onde estava e perguntando onde poderia encontra-lo. Em questão de minutos ele respondeu que estaria em um parque perto do café onde ela estava – Muito bem, eu já vou indo, falo com vocês mais tarde.
- E vamos querer saber tudo – Kate alertou.
- Ta! Mas agora vocês vão pagar meu café – Ela piscou pegando sua bolsa ficando de pé – Ate mais – Acenou e foi seguindo para a porta.
- Boa sorte – Mich disse.
Natasha entrou em seu carro e em poucos minutos chegou ao parque. Ela andou ate um banco que ficava próximo a uma ponte sobre o riacho que corria lentamente. Ela deixou a bolsa no seu lado e pegou seu celular, e de repente começou a tocar, ela quase deixou cair assustada quando o aparelho vibrou. Ela se recompôs e viu que era sua mãe:
- Oi mãe
- Natasha onde você está?
- Estou... Dando uma volta, por quê?
- Por nada, eu quero saber se vai vir para almoçar
- Hmm – Ela olhou seu relógio no pulso e viu que faltava um pouco mais de uma hora para o almoço, e dependendo da conversa com John isso poderia levar muito tempo – Acho que não mãe, eu vou resolver uns problemas e talvez isso leve um tempo.
- Que problemas?
- Assunto meu mãe – Ela sorriu, como sempre Susan era uma mulher muito curiosa – Não é nada de mais, mas de qualquer forma eu não sei que horas vou terminar isso, então não se preocupem comigo, qualquer coisa eu como algo por aqui.
- Arg! Comida de rua pode fazer mal a saúde, você não sabe quem fez e como prepararam – Susan fazia de tudo para os seus filhos não comerem nada que não fosse preparado em casa, era uma questão de saúde.
- Tudo bem mãe, se não tiver muito tarde eu vou a um restaurante, ok? – Ela levantou o olhar e ao longe viu o jovem rapaz caminhando em sua direção, seu coração quase saiu pela boca.
- Vá naqueles que eu considero seguro, e nada tomar refrigerante junto do almoço
- Eu sei mãe, não se preocupe – Ela tentava, mas não conseguia tirar os olhos dele.
- Tá certo. Seu pai deu o dia de folga a você hoje, então divirta-se.
- Ok! Nos falamos quando eu voltar – Ele parou na frente dela – Beijos – Desligou e devolveu o celular para a bolsa.
- Bom dia Natasha – Ele sorriu de forma sedutora. Ele estava vestido como um jovem da sua idade, calça jeans, blusa azul escura delineando seu abdômen, e calçava um tênis branco. Estava perfeito.
- Bom dia John – Sorriu respirando fundo. Ela estava usando uma calça jeans clara justa, uma blusa tomara que caia branca e uma sapatilha – Por favor, senta.
- Obrigado – Ele deu um passo para o lado e sentou – Fico feliz que tenha aceitado meu convite tão em cima da hora.
- Tudo bem, eu estava em um café aqui perto
- Estava? E por que não me disse? Eu teria ido para lá
- Eu estava com minhas amigas, eu queria preservar sua liberdade e sua sanidade mental, elas iam te encher de perguntas.
- Há! Há! Por que fariam isso? – Apoiou os cotovelos na parte de cima do banco.
- A- ah bom primeiramente elas são assim por natureza, mas também porque não estão acostumadas a me ver acompanhada de um homem. Exceto quando estou com o Ethan.
- Sério? E seu namorado? – Ele sentiu uma pontada no peito, mas queria saber.
- Faz pouco mais de um ano que terminei com meu namorado da faculdade, desde então estou levando minha vida de solteira numa boa.
- E não pensou em arrumar alguém depois disso?
- Na verdade não, eu fiquei tão focada nos meus estudos que acabei fazendo disso o meu "parceiro". Eu passava mais tempo com meus livros do que com meus amigos em festa. E como eu estava no último ano da faculdade as provas finais eram terríveis, então me dediquei ainda mais.
- Então você não tinha tempo para sair e conhecer pessoas novas?!
- É, mas agora que já estou trabalhando, terminei a faculdade, eu consegui relaxar mais, estou saindo com meus amigos, fazendo viagens, enfim estou voltando à vida.
- Ah! Isso é muito bom, curtir um pouco com os amigos, esquecer as preocupações e voltar a ser um adolescente, é uma boa vida.
- É, mas não tem como esquecer as responsabilidades
- Isso é verdade. Quanto mais cresce, mais as responsabilidades aumentam.
- Concordo – Olhou para a grama.
- E agora, depois que tudo acabou, sua vida está mais tranquila ainda pensa em ficar sozinha? – Olhou para ela ansioso.
- Eu não sei, isso depende.
- De que?
- Da pessoa que aparecer. Hoje eu posso falar que prefiro ficar sozinha, que assim é bem melhor, mas amanhã pode aparecer alguém que me faça mudar de ideia, que mostre que relacionamento é bem mais do que beijos e sexo, é carinho, amor, respeito, parceria, amizade e confiança.
- Parece que escutei minha mãe falando, ela sempre se refere a relacionamentos assim, com todas essas características que você citou.
- E o que acha sobre isso?
- Que vocês duas estão certas, relacionamento é muito mais que desejo físico, é algo mais profundo e intenso.
- E já encontrou alguém que o faça sentir isso? – Segurou a respiração enquanto esperava a resposta.
- Ainda não sei, mas espero descobrir em breve – Sorriu olhando-a.
Natasha sorriu e abaixou a cabeça rapidamente tentando esconder seu rubor.
Ela estava linda, e ficava ainda mais perfeita quando sorria. Natasha invadia seus sonhos, e pensamentos constantemente, era impossível tentar esquece-la por menos de alguns segundos. Ele sentiu-se um idiota quando mandou a mensagem convidando- a, pois estava muito nervoso, sua segurança e autoconfiança simplesmente o haviam abandonado, era apenas ele e seu tremor. Parecia um adolescente de 15 anos convidando a garota mais bonita da escola para tomar um sorvete. John sempre foi decidido e objetivo em suas metas, nunca se intimidou com nada nem ninguém, mas quando se tratava de Natasha ele tinha toda a sua guarda baixa, bastava mencionar o nome dela que todo o seu corpo entrava em modo indefeso. John nunca foi o tipo de homem que pensava 24 horas por dia em uma mulher, nunca sonhou com nenhuma, nunca ficou nervoso quando mandava uma mensagem para uma delas, e também jamais teve sua guarda baixa perto delas, mas sempre tratava muito bem todas as que conhecera, se uma lhe interessava ele apenas investia, e quando percebia que nada mais estava dando certo, terminava, sempre tentando ao máximo não deixa-las magoadas. Mas com Natasha era diferente, todos os seus pensamentos eram voltados para ela, seus sonhos estão constantemente criando situações que a envolvam, ele tenta se manter firme e seguro, mas a verdade é que está muito nervoso por estar com ela, ele não a quer para um casinho de poucas semanas, mas a quer para a vida toda de todas as maneiras e de qualquer jeito. Natasha mexeu com todas as suas estruturas, tudo o que acreditava ter erguido com sacrifício ela derrubou sem o menor esforço, e agora ele estava disposto à conquista-la, e não a deixaria escapar tão facilmente, não sem antes lutar.
- John você não devia estar trabalhando hoje? – Ela sorriu.
- Essa é a vantagem em ser o dono da empresa, eu posso deixar alguém de confiança no meu lugar. E tenho certeza que eles vão se sair bem sem mim por algumas horas. Mas e você senhorita, mal começou a trabalhar e já ganhou férias do chefe?!
- Bom como ontem aquele jantar foi ate tarde, meu pai achou melhor eu tirar o dia de folga, se não era capaz de eu fazer alguma besteira lá na agencia.
- Verdade. Pelo menos isso me deu a oportunidade de passar um tempo com você
- Ah – Ela empurrou uma mecha do cabelo para trás e olhou para o lado ruborizada.
- Sinceramente não sei como vou poder continuar fazendo elogios sem que você fiquei vermelha.
- Há! Há! Há! Já disse, não sou acostumada com tantos elogios – Olhou para ele rindo.
- Mas eu vou dizer, você fica linda assim todo vermelhinha
- Há! Há! Há! John, por favor.
- Há! Há! Há! Há! Eu adorei isso – Ria junto dela.
- Ah! Tá ok! Na hora certa eu vou deixar você envergonhado – Olhou para ele cruzando os braços.
- E como pretende fazer isso?
- Uma garota nunca revela seus truques
- Eu sempre fui um grande curioso em relação aos mistérios que vocês mulheres escondem
- E deve fazer como todos os outros homens, ficar calado fingindo que não sabe de nada e continuar caindo nos nossos truques
- Oh! Apesar de ser contra minha natureza, eu sempre faço isso.
- Ah! – Ela puxou o ar – Bom, mas me conta mais um pouco sobre você.
- O que quer saber?
- Hmm eu sei sobre seu trabalho, um pouco sobre sua vida, me conta agora sobre o que gosta de fazer.
- Hmmm! Na verdade tenho vários hobbies, mas infelizmente meu trabalho não permite que eu faça todos eles sempre que eu quero.
- Quais são eles?
- Eu sempre fui um garoto muito aventureiro desde pequeno, viajava quando dava vontade e ia para países apenas para procurar algo para fazer.
- Uau! Típica frase de rico com nada para fazer a não ser viver.
- Há! Há! Há! Verdade, mas eu nunca dei trabalho aos meus pais, pelo menos não a ponto deles mandarem algum guarda costa atrás de mim. Apesar de tanto trabalho eu ainda consigo tirar um tempo para praticar esportes, e construí uma academia no meu apartamento, assim posso planejar melhor meu tempo.
- Oh! Com certeza é... Melhor – Olhou para o corpo dele notando o resultado de um tempo e treino bem programado. Ela piscou varias vezes saindo do transe.
- É! Ate minha mãe quando está disposta se exercita
- É foi uma boa escolha ter feito isso – Ela deu de ombros e olhou para o lado, e algo chamou sua atenção. Uma garotinha correndo atrás de dois meninos mais velho que ela, e um deles tinha uma boneca na mão, e notou o motivo da correria e da cara de tristeza da menina. Os meninos corriam rindo e zombando, e de repente a menina tropeçou e caiu no chão. Natasha ficou irritada com aquilo, e olhou para o moreno – John, me dê um minuto – Ela ficou de pé e andou ate a menininha.
John curioso e confuso ficou observando-a e aonde ia. Natasha se aproximou da garotinha e se abaixou ajudando-a sentar:
- Oi, tudo bem?
- Não, aqueles meninos pegaram minha boneca – Ela esfregou as costas das mãos nos olhos limpando as lágrimas.
- Como você se chama princesa? – Limpou uma sujeira no rosto dela.
- Lara – Fungou.
- Lara, que nome mais lindo, prazer eu me chamo Natasha – Sorriu – E quantos anos você tem?
- Tenho cinco – Olhou para ela com aqueles olhos castanhos claro brilhantes.
- Nessa idade e chorando, mesmo sendo uma menina tão linda. Você quer sua boneca de volta?
- Quero
- Tá – Natasha olhou para o lado e os dois meninos estavam parados perto de uma árvore olhando um pouco assustado para a moça – Ei vocês dois, venham cá. Não se preocupem eu não vou machucar vocês, só venham.
Eles se entreolharam desconfiados:
- Se não vierem eu vou ter que ir atrás de vocês e contar para suas mães o que aconteceu aqui, que tal?
Eles correram ate ela:
- Não, por favor, moça não diga nada a minha mãe – O menino de boné pediu.
- Hmm! Qual o seu nome?
- Marcus – Respondeu sem jeito.
- E você? Qual seu nome? – Olhou para o outro garoto.
- Peter
- Hmm e a idade de vocês?
- Eu tenho sete – Respondeu Marcus.
- Eu também.
- Certo. E será que eu posso saber por que pegaram a boneca da Lara?
- Porque é uma boneca boba – Marcus respondeu.
- Só por isso? Que feio – Natasha ajudou Lara a ficar de pé, mas continuou abaixada usando os pés como apoio – E se eu pegasse isso – Ela pegou o boné de Marcus e colocou em sua cabeça.
- Ei devolve
- Por quê? É um boné bobo.
- Meu pai deu ele para mim
- Deu? – Concordou e olhou para a garotinha – Lara quem te deu sua boneca?
- Minha mãe
- E é importante para você?
- Sim, eu gosto muito dela
- E para você Marcus? Esse boné é importante para você?
- Sim, vejo meu pai de mês em mês por causa do trabalho dele, e isso é um presente
- Exatamente, é um presente. Você viu como pegar os objetos de outras pessoas sem a permissão delas é ruim? Você ficou irritado, triste e com medo de perder para sempre.
- Mas eu...
- Foi assim que Lara sentiu. Assim como esse boné é importante para você, a boneca é importante para ela, não importa o significado que cada um tenha, todos são especiais para cada um de nós.
- É! Você tem razão – Ele abaixou a cabeça.
- Então por que não devolve a boneca a ela e pede desculpa? Os dois.
- Hunf – Ele esticou o braço com a boneca devolvendo. Lara pegou seu brinquedo e abraçou – Desculpa, eu não fiz por mal, não sabia que ia ficar triste.
- É, desculpa a gente, foi sem querer.
- Tudo bem – Ela sorriu.
- Viu só como fazer a coisa certa é sempre melhor?!
- É desculpa moça – Peter falou.
- Ouça, eu vou dizer algo que nunca mais vão esquecer – Pegou a mão de cada um – Vocês nunca devem tirar proveito de quem é menor que vocês, mais indefeso, porque às vezes é dessas pessoas que vocês menosprezaram que podem precisar lá no futuro, ou salvar os dois. Não sejam rudes com ninguém, nem com um bebê ou com um adulto, muito menos com uma garota. Vocês tratariam mal a mãe de vocês? Zombariam dela? Ou tirariam algo importante delas?
Eles negaram com a cabeça:
- Exatamente, vocês não fazem isso porque as respeitam, e sentem amor por elas, então porque não expandir esse amor para todas as outras mulheres e começarem a tratar bem todas elas? Eu tenho certeza que suas mães estão criando vocês para serem homens de bem, educados, gentis e respeitosos, e tenho certeza que serão, mas só não façam mais isso – Olhou para a menina – Isso é covardia, e tenho certeza que vocês não são covardes, estou certa?
- Sim, nós não somos covardes – Marcus respondeu.
- É nunca fomos, somos muito corajosos
- É isso aí, continuem assim. E façam uma coisa por mim, sempre que encontrarem alguém fazendo mal a outro menor que ele, tente impedir. Beleza?
- Beleza – Eles concordaram animados.
- Agora sim estou vendo dois homens de bem e com bom caráter – Ela tirou o boné da sua cabeça e colocou na do menino – Aqui. Agora vão brincar, e tomem cuidado.
- Tá bom, ate mais moça.
- Tchau – Ela sorriu e olhou para Lara – E você princesa está sentindo melhor?
- Sim, obrigada tia Natasha
- Então me dá um abraço – Ela abriu os braços e a menina se jogou abraçando-a – Nossa que abraço forte – Deu um beijo em sua bochecha e começou a fazer cócegas nela, a mesma começou a rir e se desfez do abraço. Natasha parou com a brincadeira e ajeitou o cabelo da garotinha.
- Você é muito bonita – Ela falou.
- Oh! Obrigada, você também é muito bonita, e sua boneca também – Tocou o rosto dela – Agora é melhor voltar para sua mãe.
- Tá! Tchau tia.
- Tchau princesa – Acenou olhando a menina sair correndo para um lado. Ficou de pé virando–se e voltando para o seu lugar.
John olhou para toda aquela cena atentamente, e nem tinha notado que um sorriso não saía de seu rosto. Pensava que além de todos os atributos que ele tinha dado, ela ainda era gentil e carinhosa com crianças, ele achou impossível, mas ficou ainda mais apaixonado por ela.

Continua...

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