Um presente para ele

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[...] Nunca fui capaz de resistir [...]

Quando estava próximo John enviou uma mensagem para Natasha.
Quando chegou ela estava parada alguns metros da porta falando no celular. John pediu para Phil parar, ele desceu do carro e andou com pressa ate ela que mal teve tempo para registrar quando que ele já havia chegado antes de toma-la nos braços e a beijar com fervor. Natasha pareceu assustada nos primeiros segundos, mas ao ver que se tratava de John relaxou largando sua sacola de compra. As pessoas que passavam na rua pararam para aplaudir. Ele a apertou contra seu corpo tirando o último sopro de ar dela antes de coloca-la sobre os pés novamente. Ficou observando-a abrir os olhos ainda atordoados e a boca semiaberta:
- Ah – Foi tudo o que ela conseguiu dizer.
- Cheguei – Falou naturalmente.
- A-ah... Eu já vi – Natasha ainda estava fora de órbita.
- Com quem estava falando no celular?
- O que? – Estreitou as sobrancelhas, quando se deu conta levou as pressas o telefone a orelha – Oi Ethan... É desculpe, é que eu me... Surpreendi com uma coisa... Eu sei... Já disse desculpe, você é muito dramático... Sim, sim, eu comprei, não se preocupe.
John olhou para o lado e acenou com a cabeça para as pessoas que haviam aplaudido os dois e retomaram seu caminho.
- Tudo bem, ate amanhã. Também te amo – Desligou o celular e pôs de volta na bolsa. Respirou fundo quando olhou de novo para o moreno que ainda mantinha as mãos em sua cintura.
- Suponho que seu irmão tenha ficado preocupado por você ter parado de falar.
- Sim, ele pensou que tivesse acontecido alguma coisa... Ethan é sempre exagerado.
- Entendo
- Mas o porquê desse beijo inesperado?
- Por tê-la deixado sozinha esse tempo
- Mas eu não fiquei chateada, nem um pouco.
- Não gosto de deixar você sozinha, e também não resistir quando a vi.
- Mas não estava sozinha, tinha as atendentes da loja me bajulando. Foi divertido – Sorriu abertamente.
- Imagino que tenha dado motivos para ser tão paparicada assim
- Não, elas só descobriram que eu sou a filha de Taylor Donovan – Deu de ombros.
- Só por isso?
- Hmm não, seu chato, por que sou a namorada daquele cara de Nova York, o bilionário bonitão e ciumento, que é dono de uma revista. Nem sei por que elas ficaram tão entusiasmadas. Não é nada de mais. Meu pai tudo bem, mas o cara nem é grande coisa assim, só é rico, bonito, gostoso, cobiçado, carismático, disputado a tapas pelas mulheres e muito romântico. Nada de mais – Falou com indiferença.
- Há! Há! Há! Ah é? Ele parece ser um homem interessante e com bastantes qualidades.
- Não, você que é muito generoso – Balançou a cabeça.
John começou a rir segurando o rosto dela entre suas mãos e lhe deu um selinho:
- Vamos entrar?
- Estava apenas esperando você – Ela respondeu pegando sua sacola do chão. Ele segurou a mão dela e andaram ate a porta – Oh! Phil você pode guardar pra mim? – Se afastou de John seguindo ate o carro, Phillip deu a volta pegando a sacola.
- É claro
- Obrigada – Acenou e voltou para perto de John que segurou sua mão novamente.
O restaurante era simplesmente maravilhoso, seguiam pelo largo salão, com varias mesas postas o ambiente se destacava pelas cores brancas e roxas. Mas a frente passando por duas colunas todo o salão tinha o formato oval rodeado de janelas com vista para um belíssimo jardim. Natasha ficou encantada desde que seu olhar cruzou com a primeira cadeira, ficou sem fôlego, nunca vira tão bonito e cheio de vida como este. Maitre os acompanhou ate a última mesa ao lado da janela. John puxou a cadeira para Natasha e assim que se sentou ele foi para o seu lugar.
- Desejam alguma coisa para beber?
- O seu melhor vinho, por favor – John respondeu com um singelo sorriso.
- É claro. E devo dizer que é uma honra recebe-lo novamente senhor Harris, e a sua acompanhante.
- Natasha Donovan, minha namorada – Respondeu.
- Sim, claro. Senhorita Donovan – Olhou para ela com um espontâneo sorriso.
- Talvez você conheça os pais dela Eric. Taylor e Susan Donovan.
- Não lembro senhor
- Taylor é o dono da agência de modelos Donovan de Nova York, já estiveram aqui algumas vezes.
- Oh! Sim, é claro, como pude me esquecer?! Senhor e Senhora Donovan, eu mesmo os atendi, um casal muito simpático e atencioso.
- É, eles são – Natasha tentou não rir segurando um sorriso.
- É sempre ótimo vê-los aqui – Eric parecia realmente empolgado por saber disso, ou seja, a mesa deles seria tratada com mais regalias que as demais – Eu não quero mais interrompe-los, logo o garçom virá atende-los e trazer o vinho. Com licença.
- À vontade – John respondeu com um aceno de cabeça. Eric foi embora apressado.
- Por que falou sobre meus pais? – Natasha perguntou rindo.
- Eu soube que Eric é um grande admirador do trabalho do senhor Donovan, é um completo apaixonado por modelos, e como a agência do seu pai é a de maior destaque no mundo da moda, ele é um grande fã.
- Há! Há! Há! Então isso foi uma jogada.
- Sim. Pavillon é um excelente restaurante, trata todos os seus clientes muitíssimo bem, mas quanto mais rico e famoso você é, mais atenção eles lhe darão.
- Hmm! E na mesa temos um riquíssimo dono de uma famosa revista, e a filha do dono da agência de modelos querida entre os estilistas. – Apoiou o cotovelo na mesa, recostando dois dedos sobre a bochecha.
- Exatamente, eu completo você e você me completa – Piscou esboçando um ligeiro sorriso.
- Verdade – Mordeu o lábio. Ela sempre ficava sem jeito quando ele a colocava diante de seus sentimentos explícitos, pegando-a todas às vezes de surpresa e sem chance de defesa. De repente ela se lembrou de algo dentro da bolsa. Pegou trazendo para sua perna e tirou de lá uma pequena caixa preta, devolveu a bolsa para a cadeira ao lado. Deslizou a caixinha sobre a mesa ate ele – Eu comprei para você.
- Para mim? – Ergueu as sobrancelhas surpreso.
- Sim... É uma pulseira... De aço, o joalheiro disse que ficaria bem melhor – Ela estava nervosa e sem jeito, não sabia se tinha feito o certo em comprar aquilo.
Ele pegou a caixa sem conter o alegre sorriso, ela era pequena dava na palma da sua mão. Tirou a parte de cima e ficou observando a joia:
- Tem as nossas iniciais... Err... Bom quando a vi não tinha nada... Mas o joalheiro disse que tinha as letras e poderia colocar na pulseira... Eu... Eu achei que era uma boa ideia, então pedi... – Ela estava vermelha de vergonha, como nunca antes esteve, assim como também estava com medo que ele dissesse que não havia gostado.
Bem no centro da pulseira havia o J-N, não era gravado, mas as duas letras separadas e moldadas junto à pulseira, tinha um bom destaque, algo não muito chamativo e próprio para o pulso de um homem.
- Olha se não tiver gostado pode devolver, eu não vou me importar, juro – Estava a ponto de roer suas unhas com o silêncio dele que olhava para o objeto na sua mão atentamente – Eu nem sei por que comprei isso... É muito bobo... Eu não...
- É perfeito
- O que? – Perguntou imaginando não ter ouvido certo.
- Eu achei perfeito – Olhou para ela – Não poderia ter me dado presente melhor.
- Verdade? – Piscou diversas vezes parecendo não acreditar – A-ah John se não gostou não precisa dizer o contrário só para me agradar, eu não vou ficar chateada.
- Natasha eu adorei, estou falando a verdade. Adorei porque você me deu, porque pensou em nós dois quando comprou, seu amor por mim está gravado aqui junto das iniciais. Eu estaria mentindo se dissesse que não tinha gostado.
- Ah! Que bom que gostou, por um momento eu me arrependi de ter comprado
- É o melhor presente que já ganhei – Esticou o pulso esquerdo sobre a mesa – Vamos, me ajude a colocar.
- O que? Agora? Você vai usar? – Novamente entrou no estado de surpresa.
- Sim, claro
- Mas não precisa usar agora
- Ela é minha, então eu decido quando usar, e quero usa-la agora – Olhou para ela com divertimento ainda com o braço esticado na mesa.
- B-bom... Tudo bem – Pegou a pulseira passando por debaixo do pulso dele e prendendo no fecho – Pronto.
Ele puxou de volta, a pulseira ficou no tamanho exato, caindo alguns milímetros do lugar onde estava. John observava admirado seu presente.
- Nunca ganhei nada parecido
- Aposto que sim – Esfregou as mãos sobre as coxas – Tem certeza que gostou? Talvez eu tenha me precipitado um pouco, pulseira com iniciais é um pouco feminino.
- Não acho, é um modelo masculino, nunca vi uma garota usando uma pulseira assim. Eu adorei, pare de achar o contrário – Juntou as mãos na mesa – Vou usar o tempo todo.
Natasha abaixou a cabeça completamente corada e imensamente feliz. Antes que ele dissesse algo, ou ela tivesse que ficar daquele jeito por mais tempo, Eric reapareceu junto de um garçom que empurrava um carrinho com um balde cheio de gelo e a garrafa de vinho no centro:
- O seu vinho senhor Harris
- Perfeito Eric – O garçom tomou a frente pegando uma taça de cada vez despejando a bebida.
- Desejariam o prato do dia ou preferem escolher? – Eric parecia um lorde inglês, sempre ereto, pescoço imóvel, voz firme e confiante e de peito estufado.
- O prato do dia, eu já sei qual é, mas minha namorada adora surpresas – Olhou para a jovem que sorriu balançando a cabeça achando divertida a situação – Tente surpreende-la.
- É claro senhor – Virou para ela – Senhorita. – Fez um sinal para o garçom seguir em frente empurrando o carrinho.
Natasha esperou Eric estar à boa distancia para rir cobrindo a boca com uma das mãos:
- Você tem razão, quanto mais prestígio você tem, melhor é o seu atendimento
- Eu disse – Pegou sua taça e experimentou o vinho. – Eu soube que você arrastou o Phil para cima e para baixo.
- Sim, ele queria ficar no carro me esperando, era um absurdo, eu não podia deixar ele lá. Não sabia quanto tempo ia demorar – Deu de ombros – Mas ele ate que se divertiu. Eu comprei uma blusa para ele. Está sempre usando preto, então comprei uma branca.
John riu balançando a cabeça, ele queria ter visto o rosto de Phillip ao receber o presente, um homem tão sério como ele sendo carregado pelo entusiasmo da Natasha sem ter chances de escapar, às vezes nem o próprio John consegue fugir.
Não demorou muito para os pratos elaborados chegarem, a morena achou a montagem um pouco estranha, mas quem era ela para opinar sobre o prato do chefe?!
Quando John pagou a conta eles saíram da mesa, mas foram surpreendidos por uma garota que estava entrando no restaurante. Quando ela ficou surpresa e hiper animada em ver John, Natasha notou no mesmo instante que ela havia sido um dos casos passageiros dele. Ele tentou encerrar a conversa varias vezes, mas a garota dava um jeito de puxar um assunto no outro. Natasha forçava um sorriso, mas cerrava os dentes quando a mulher tocava nele. Notando o desconforto dela, John a apresentou como sua namorada e mostrou de forma inocente sua pulseira, e parece que a mensagem havia sido entendida, pois a garota sorriu sem graça e se despediu deles.
Assim que entrou no carro John foi logo contando a história com aquela garota, foi apenas um caso sem importância de dois dias, quando viajou para Los Angeles a trabalho. Ela foi apenas uma distração. Natasha pareceu não se importar com tudo isso, apenas disse que entendia e que não queria mais falar daquilo.

Continua...

Simply, I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora