[...] aproveitando cada segundo da companhia um do outro. [...]
Na terceira semana de lua de mel, eles já haviam passado por Mônaco e Itália, passando uma semana em cada, no terceiro destino John pretendia ir novamente para Paris, mas Natasha recusou preferindo ir para Gales, o país onde sua família materna nasceu e onde alguns parentes dele ainda vivem.
Natasha andou pelos corredores da casa do avô de John, os dois haviam saído para resolver alguns problemas e ela preferiu ficar, haviam andado o dia todo e estava cansada. Ela encontrou Phillip na cozinha fazendo um lanche:
- Oi Phil, pensei que tivesse ido com John e o avô.
- Não, ele me pediu para ficar caso você precisasse de mim
- Entendi, mas eu disse a ele que não sairia.
- Você o conhece, sabe como é sempre preocupado com tudo
- Há! Há! Verdade – Ela puxou uma das cadeiras do balcão e sentou colocando os braços sobre a bancada a sua frente.
- Estou fazendo um sanduiche, você quer?
- Não, obrigada, estou um pouco enjoada
- Enjoada? Será que uma nova surpresa está a caminho?
- O que? Não, não, impossível, eu tomo pílula e também John e eu resolvemos esperar um pouco. Depois de tudo o que aconteceu.
- Eu entendo – Ele voltou sua atenção para o seu sanduiche, sabia o quanto aquele assunto ainda era doloroso para eles, preferiu não comentar mais nada.
- Estou assim porque não estou acostumada com as comidas daqui, são bem diferentes.
- É, algumas coisas. Eu conheço um restaurante aqui perto que vende comida com temperos típicos americano. Se quiser eu posso comprar enquanto estiverem aqui.
- Você faria isso por mim Phil?
- É claro
- Ah obrigada, eu vou aceitar. Ficaremos mais dois dias, e eu não sei se vou aguentar mais um desses guisados populares.
- Há! Há! Há! Eu acho bastante gostoso
- Bom para você – Natasha apoiou o queixo sobre a mão, e o cotovelo no balcão. – Phil eu queria te perguntar uma coisa.
- Pergunte – Deu uma abocanhada em seu sanduiche.
- O que houve com a Lucy e o outro cara, o tal de Billy?
Phillip ficou surpreso com a pergunta, não esperava qualquer interesse da parte dela sobre esse assunto, pelo menos não agora em sua lua de mel. Ele deixou seu sanduiche de volta no prato e apoiou as mãos nas laterais da bancada. Respirou fundo e disse:
- Billy foi levado ao hospital e passou por uma cirurgia para retirar a bala, quando melhorou o levaram direto para a prisão por sequestro e cumplicidade. Já Lucy foi indiciada por ter planejado os dois sequestros, varias outras tentativas de assassinato, seu acidente de carro e a morte de Joe Riley, ou seja, ela foi condenada há passar bastante tempo na prisão.
- Meu Deus – Natasha se mexeu desconfortável na cadeira.
- Mas ela não foi para a cadeia
- Não? Por quê?
- Quando ela passou pelo teste psicológico perceberam de imediato que ela tinha problemas mentais, e a mandaram para uma clínica psiquiátrica de alta segurança especializada em casos com detentos. O juiz declarou que ela era um perigo para a sociedade e não poderia viver em paz entre os outros. Ela está praticamente em uma Alcatraz para loucos.
- Que horror! No fundo eu ate sinto pena dela. Se Lucy não estivesse tão empenhada em me matar e tentar reconquistar John, eu tenho certeza que a vida dela teria sido diferente, ela tinha uma carreira de sucesso como modelo, é linda e ate esperta, não seria nada difícil conseguir um homem que a amasse de verdade e a ajudasse a construir uma vida.
- Concordo, mas nós ainda não sabemos o que se passa na cabeça das pessoas. O importante é que tudo acabou e agora vocês dois estão livres desse mal.
- Ainda bem – Soltou o ar que estava prendendo – Quer saber, acho que vou aceitar um sanduiche.
- Eu vou já prepararUm ano e meio depois...
Todos os dias Natasha fazia a mesma coisa, independente do horário, pegava uma xícara de café e ia para a sala olhar a pintura do Louvre, as vezes ficava horas ali viajando naquela imagem relembrando bons momentos, mas hoje em especial ela não faria isso, pois tinha algo mais importante para fazer. Ela saiu do quarto e foi em direção as escadas que davam direto na sala. Ao chegar no cômodo a primeira vista que tinha eram de suas lindas roseiras brancas ao longo do jardim, dedicou bastante tempo aquelas flores, amava cada pedacinho daquela casa, ainda lembrava com carinho do momento em que voltaram da lua de mel e John entrou com ela em seu colo e disse que dali em diante aquela era a casa deles. Nada poderia ser mais perfeito... Exceto por uma coisa. Não encontrou seu marido na sala e seguiu para a cozinha. Tina estava entretida com seus legumes quando se aproximou. Mary insistiu para que eles ficassem com Tina, e a mesma também queria ficar perto de seu menino e agora também de sua menina, eles não tiveram como recusar, e era muito bom ficar com alguém que já os conhecia tão bem:
- Tina, você viu o John?
- Não meu bem, acho que deve está no escritório
- Ah sim, obrigada. Hmm! O cheiro está ótimo
- Não é para me gabar, mas está uma delicia
- Não duvido – Riu e acenou saindo da cozinha seguindo direto para o escritório. Aquela casa era enorme, dava para fazer uma caminhada por ela que contaria como exercício. Seguiu para o escritório que ficava ao lado da sala com a pintura do Louvre. A porta estava entreaberta e ela não bateu, mas viu John sentado no sofá com o notebook em sua perna e digitava algo com bastante atenção. Exceto por uma parede de concreto, todo o escritório era de vidro com vista para o jardim de trás, a pedido dele, pois queria um lugar bem iluminado e com boa paisagem ao fundo, e nada melhor que o campo de flores de sua esposa como vista. Ele estava tão entretido que não notou a presença dela, e acabou levando um susto quando ela o abraçou por trás:
- Há! Há! Há! Desculpe
- Você me assustou
- Você parecia tão concentrado – Beijou seu pescoço.
- Estou lendo as matérias que serão lançadas no próximo mês, tenho que marcar o que não gostei e corrigir o que está errado, é chato e trabalhoso.
- Eu imagino – Beijou seu ombro – Eu tenho uma surpresa para você.
- Ah é? O que? – Virou o rosto para olha-la.
Natasha colocou uma caixa pequena retangular sobre o teclado do notebook dele:
- O que é?
- Abre – Ela sorriu com ansiedade ao vê-lo desfazendo o laço do presente e tirando a parte de cima.
John franziu a testa não entendendo o presente, eram dois sapatinhos brancos de crochê. Ela teve vontade de rir da cara de desentendido dele:
- Feliz dia dos pais
- Mas... – Franziu ainda mais a testa, ate que então uma luz clareou sua mente e o entendimento o atingiu como um raio. Ele se afastou um pouco para olha-la melhor. Seus olhos se arregalaram e sua boca se mexia querendo dizer milhões de coisas, mas nada saía – Você está grávida?
Nat demorou uns segundos para responder aumentando o suspense, mas lágrimas encheram seus olhos:
- Sim
- Você... Você está grávida mesmo?
- Sim amor, estou – Tapou sua boca rindo e chorando ao mesmo tempo.
- Ah Meu Deus, eu não acredito – Tirou o notebook do colo colocando na mesinha de centro e a puxou por cima do sofá sentando-a em seu colo. – Minha linda, eu...
- Há! Há! Há! Estou grávida amor, estou esperando um filho seu – Passou suas mãos sobre o rosto dele.
John não conseguia desfazer sua cara de surpreso, principalmente quando olhou para a barriga dela sem acreditar:
- Um filho... Um filho meu... Nosso.
- Sim, nosso. Meu amor, um filho nosso.
- Eu não acredito Há! Há! Há! – A abraçou tomando seus lábios.
Os dois mal se aguentavam de tanta felicidade. John afastou seu rosto:
- Como descobriu? Quando?
- Descobri há duas semanas
- O que? E me escondeu esse tempo todo?
- Você não sabe como foi difícil, eu queria contar para você no momento em que descobri, mas também queria fazer uma surpresa, então lembrei que o dia dos pais estava próximo e achei que seria um ótimo momento para contar, já que agora você vai ser pai.
- Meu Deus – Tudo parecia um sonho para ele – Como descobriu?
- Tudo começou com o cheiro do bacon de manhã, eu não aguentei e vomitei, achei que fosse estômago ou coisa assim então não liguei muito. O segundo sinal foi com o cheiro do seu perfume, foi então que comecei a suspeitar já que sempre amei esse cheiro.
- Você me fez mudar de perfume
- O que eu podia fazer? Não conseguia sentir o cheiro sem sentir vontade de vomitar, e não aguentaria essas duas semanas.
- Entendo. Quem mais sabe?
- Só a Naya, foi ela quem comprou o teste e depois me levou ate o médico para ter certeza. Nós estávamos em um restaurante mexicano e todos aqueles aromas de comida me revirou o estômago, fora que quando vomitei eu desmaiei por uns minutos.
- O que?
- Não se preocupe, foi só por uns minutos. Quando expliquei a ela que isso vinha acontecendo com frequência ela me carregou para a farmácia mais próxima, eu fiz o teste e deu positivo, mas para confirmar fomos ate um médico, e o exame de sangue também deu positivo.
- Mas não entendo, você não tomava anticoncepcional?
- Sim, mas lembra daquela nossa viagem para a Alemanha?
- Sim
- Você tinha uma reunião importante lá e queria que eu fosse, mas me disse tão em cima da hora que eu tive que arrumar minha mala as pressas e acabei esquecendo o remédio. Fiquei os quatro dias sem tomar, e você não me deu folga. Acho que o ar alemão tinha algum componente afrodisíaco que despertava a sua libido, você parecia um cachorro no cio.
John não aguentou jogou a cabeça para trás e explodiu em gargalhadas:
- Eu não vou esquecer essa
- Eu comprei esse sapatinho quando estava andando pelo shopping pensando em uma forma criativa para te contar – Pegou o presente – E é isso, estou grávida. Vamos ter um bebê.
- Ah minha linda, você não poderia me deixar mais feliz – A beijou outra vez cheio de paixão.
- Vamos ter uma segunda chance meu amor, e agora nada nem ninguém vai atrapalhar.
- Não, ninguém, eu juro, nenhum mal acontecerá a você e nosso filho.
Natasha tinha um sorriso gigantesco no rosto e mal conseguia conter seu choro:
- Você acha que será um menino outra vez?
- Eu não sei. Se tivesse me perguntado há alguns dias atrás o que eu queria, eu diria com firmeza que um menino, mas no momento em que aquelas duas barrinhas apareceram confirmando minha gravidez eu deixei de me importar. Menina ou menino tudo o que eu quero é que nasça com saúde e venha para os meus braços. Óbvio que eu quero que Damon nasça, mas se for uma menina minha felicidade será a mesma, o amor não mudará.
- Tem toda a razão. Qualquer um é mais do que perfeito para mim – Deslizou sua mão pela costa dela – Eu ainda estou em estado de choque.
- Vamos ser pais amor
- Sim, parece que sim – Ele abaixou a cabeça e tocou a barriga dela – Tem alguém aqui dentro.
- Há! Há! Há! Tem sim
Ergueu seu rosto voltando a olhar para ela:
- Eu te amo muito, você me faz o homem mais feliz do mundo
- Eu te amo mais que tudo
- Minha linda – Tomou os lábios dela mostrando o tamanho de seu amor e a felicidade que sentia naquele momento.
- Meu lindo – Falou entre o beijo sorrindo.
- Fica melhor quando eu falo
Nat riu baixinho concordando.

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Simply, I love you
RomanceO que acontece em Paris deve ser levado para a vida toda. O que você faria se, literalmente, esbarrasse no amor da sua vida na cidade mais romântica do mundo? Natasha Donovan tinha acabado de se formar em Publicidade, e ganhou de seus pais como pres...