Capítulo 21

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Júlia: Para, caramba.- Chutei ele.

Negão: Aí, Júlia.- Falou com a mão na perna.- Otaria, do caralho.

Júlia: Tá roxo, cara.- Falei olhando minha coxa que ele mordeu.

Negão: Idaí? - Falou rindo e dando um tapinha na minha coxa.

Virei a cara e voltei a assistir TV, enquanto ele continuou deitado entre as minhas coxas.

Escutamos um baralho lá fora como se tivesse alguém, ele saiu da minhas pernas e pegou a Glock que tava do lado, na bancada e levantou.

Era o Grego, eu tinha certeza.

Quando a porta da cozinha bateu, Negão destacou a arma.

Júlia: É o Grego.- Falei antes de alguém sair machucado.

Em instantes, o mesmo apareceu na cozinha e o Negão me encarou bolado.

Grego: O que tu tá fazendo aqui? - Quase gritou.

Negão: Fala baixo, porra.- Falou em um tom firme.- Tu tá fazendo o que, entrando na casa da minha mina? Alice mora aqui não,parceiro.

Grego: Tua? - Sorriu debochado.

Negão: Sim.- Respondeu na hora, firme.

Sorri na hora, sentindo um friozinho e umas borboletas na barriga.

Aí, que adolescente.

Grego: Tem certeza? Tem nem duas semanas que ela tava sentando pra mim.

Negão: Não me faz desgarregar a Glock em tu não pô. Bora saindo da casa dela logo, pra não dá ruim pra tu.- Falou apontando.

Grego: É isso que tu quer pra tu mesmo? Tem certeza? Tu não sabe quem é ele.- Falou comigo.

Júlia: Eu tenho certeza desde quando eu entreguei aquele anel.- Respondi, não era totalmente verdade, mas tava quase.

Negão: Ouviu o que queria? Pode ir vazando.- Falou puxando ele pelo braço.

Ele saiu e eu deitei no sofá novamente, olhando pro filme.

Júlia: Vai pra onde? - Perguntei vendo o Negão pegando e vestindo as coisas dele.

Negão: Pra casa, tenho casa pra não ficar na de ninguém.- Falou grosso e eu comecei a rir.

Júlia: Mas eu nem fiz nada.- Bufei ainda rindo.

Negão: Deixar a porta aberta sabendo que ele vinha é o que?

Júlia: Eu não deixei a porta aberta, eu só sabia que era ele pq ele é o único quem entra assim.- Suspirei.- Cara, para de nóia, eu sei que é difícil, mas eu tô escolhendo ficar contigo.

Negão: Uhm, tá.

Júlia: Muito dramático.- Revirei os olhos puxando a blusa dele.- Vem cá dá beijinho.

Ele me deu um selinho e voltei a se arrumar.

Júlia: Faz mesmo então? - Falei colocando a mão apoiada no rosto.

Negão: É, amanhã quero acordar cedo e tu não deixa eu levantar, fica se esfregando em mim.- Resmungou me fazendo ri.

Júlia: Mas qual o teu nome mesmo? Que absurdo, você nunca me falou.- Lembrei colocando as mãos na cintura.

Negão: Thiago.- Respondeu me puxando.

Beijei ele novamente e fiquei toda tristinha quando ele foi embora.

Af.

Anoitecer [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora