Capítulo 36

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Sai do quarto até com o coração mais leve.

Carla que estava comendo na sala, me olhou com preocupação.

Júlia: Está tudo bem.- Sorri pra ela que retribuiu o sorriso.

Carla: O seu marido pediu pra avisar que ele ia embora e que ele falava com você amanhã.- Falou me fazendo procurar o Negão com os olhos, mas ele não tava.

Júlia: Ah, tudo bem! Você sabe os dias das consultas do Henrique?

Carla: Calma.- Se levantou deixando o prato na mesa e saiu andando até um armário, pegou um papel e abriu.- Bom, a primeira consulta foi hoje, mas ele não quis ir. A próxima é na sexta.

Hoje era quarta.

Júlia: Hm, obrigada! Se ele ficar fazendo cu doce, enfia calmante no cu dele.- Ela gargalhou.

Carla: Obrigada.- Sorri pra ela e fui caminhando até a porta.

Vou bater no Thiago.

A casa dele era próxima, eu até iria a minha, mas eram quase meia noite descer sozinha era foda, tinha medo.

Entrei na casa sem bater, vendo ele fumando no sofá.

Júlia: Não sabia que fumava.- comentei colocando minha sandália no canto.

Negão: A porta ali não é de enfeite.- Falou grosso.

Júlia: Meu querido, achas mesmo que eu vou bater pra entrar na nossa casa? - Coloquei as mãos na cintura.

Negão: Que eu saiba ainda é minha.- Suspirei me sentando do lado dele.

Júlia: O que eu fiz? Ou qual paranóia você inventou?

Negão: Você ama ele, não é? Largaria tudo pra ficar com ele, né? Eu te conheço.

Júlia: Se me conhecesse, saberia que eu amo você. Que eu nunca mais quero larga você, que você está tão preso a mim, quando eu estou a você. Deveria saber que eu sou completamente apaixonada por cada detalhe teu, infelizmente, até nos teus erros. Eu odeio ficar longe, eu amo quando você me mima e me dá coisas desnecessárias, mas eu amo a maneira que você me acorda, que você brinca comigo, que você faz questão de me assumir, amo como você é meu amigo também, que você vai atrás do mundo só pra me deixar feliz. Eu não te troco por mais nada nesse mundo, isso só depende de você.

Negão: Eu também te amo, muito! - Me sentou no colo dele.- Desculpas.

Júlia: Eu entendo.- Sorri né sentindo desconfortável com o cheiro.- você vai apagar ou eu vou ter que ir pro nosso quarto esperar a madame?

Negão: Vai dormir aqui? - Assenti.- você sabe que a Viviane brota aqui do nada né?

Júlia: Eu não tenho paciência nem pra ela nem pras piadinhas dela. Nem quero fazer você escolher entre nós, então pede pra pelo menos hoje e amanhã ela ficar longe.

Ele assentiu e ligou pra ela colocando no viva voz.

Ligou várias vezes mas não deu em nada.

Nem as mensagens tavam chegando.

Júlia: Deve tá trabalhando no puteiro.- Falei plena enquanto me levantava.

Negão: Não quero escutar essas paradas aqui não, ouviu? De nenhuma das duas, você é minha mulher e ela a minha prima. Ou aprendem a conviver, ou as duas podem meter o pé.

Júlia: Me trocaria por ela? - Perguntei de boas, enquanto pegava o queijo.

Negão: Não deixo ninguém da minha família na mão, então tu tem que casar logo comigo pra poder resolver as paradas logo.

Júlia: Uhm.- Murmurei e ele me abraçou por trás, enquanto eu comia.

Muito meu grude.

Anoitecer [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora